WEC 2013: calendário longe de uma definição

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Fonte: Le Mans Portugal

Apesar de ter sido apresentado no final de setembro, o calendário para a temporada 2013 do Mundial de Resistência (WEC) ainda deverá sofrer alterações. As provas de Austin e Xangai ainda carecem de confirmação oficial quanto à data, mas Silvertone e Le Mans poderão também mudar de fim-de-semana.

Marcadas para 22 e 23 de Junho, de forma a não coincidirem com o Grande Prémio de New Jersey nos EUA, o cancelamento desta prova (que já era esperado, sublinhe-se) coloca de novo a prova rainha do Mundial de Resistência em rota de colisão com o Mundial de Fórmula 1. Uma notícia divulgada pelo site alemão Auto Motor und Sport lançava o dia 23 de Junho como data provável para a realização da prova que substituiria New Jersey, prova essa que seria o regresso da F1 à França. Magny-Cours, que ficará a pouco mais de 300 km de Le Mans, seria o palco do regresso, com o evento a terminar quase em simultâneo com a clássica francesa.

O tema tem estado adormecido, sendo mesmo o mais provável que agosto seja o mês escolhido para a realização da prova que falta no calendário 2013 da F1, podendo até o ACO decidir repor as 24 Horas de Le Mans na sua data original, 15-16 de Junho.

Outra das provas que poderá também mudar de data, são as 6 Horas de Silverstone, prova de abertura do WEC 2013. É sabido que uma das corridas de suporte do evento faz parte do Campeonato Europeu de F3, que divulgou o seu calendário indicando o fim-de-semana seguinte (20-21 de abril) ao previamente anunciado pelo WEC como data para a realização da prova em Silverstone. O calendário do Euro F3 indica que a data carece ainda de confirmação, algo que só deverá acontecer durante o mês de dezembro, altura em que está agendada uma reunião do Conselho Mundial da FIA.

Por outro lado, o Blancpain Endurance Series (BES) irá ter uma prova em Monza no dia 14 de Abril, coincidindo assim com a data original para a prova de abertura do WEC e do European Le Mans Series (ELMS), que aceitará a inscrição de carros da classe GT3, a classe que é a coluna vertebral do BES.

Ou seja, uma vez mais parece que o calendário do Mundial de Resistência anda a reboque de outras competições…

WEC 2013 (ORIGINAL)

R. DATA EVENTO CIRCUITO PAÍS
1 14 Abril ** 6 Horas de Silverstone Silverstone Circuit Reino Unido
2 4 Maio 6 Horas de Spa-Francorchamps Circuit de Spa-Francorchamps Bélgica
3 22-23 Junho ** 24 Horas de Le Mans Circuit de la Sarthe França
4 24 Agosto 6 Horas de São Paulo Autódromo José Carlos Pace Brasil
5 22 Setembro * 6 Horas de Austin Circuit of the Americas EUA
6 20 Outubro 6 Horas de Fuji Fuji Speedway Japão
7 10 Novembro * 6 Horas de Shanghai Shanghai International Circuit China
8 30 Novembro 6 Horas do Bahrain Bahrain International Circuit Bahrain

* data a confirmar
** data em dúvida 

Comentários

  • Quando não havia a chancela da FIA era mais fácil… normal que hajam divergências! Não pode é rolar mundial de F1 na França e 24 horas de Le Mans no mesmo fim de semana = tiro no pé!

  • A cada dia que passa, mais eu acho que a união com a FIA para o Wec um tremendo tiro no pé da ACO. As outras corridas, tudo bem, mas Le Mans é que deveria ter uma data fixa e irrevogável para sua realização. Por algum acaso alguém imagina as 500 Milhas de Indianápolis e as 500 de Daytona “dançando” no calendário, ano após ano?

    Muito me preocupa o futuro do endurance, em menos de dois anos para cá tivemos péssimas notícias, como a saída da Peugeot, a fase zumbi da LMS, e o ridículo calendário do WEC, que correu para o famoso Sr. Ninguém na China e no Bahrein. Será que alguém realmente ganha alguma coisa fazendo uma corrida que é apenas assistida pela Web, e, ainda assim, por 800 pessoas?

    Posso estar completamente errado (tomara), mas antes da entrada da FIA, as coisas pareciam imensamente mais animadoras.

    • Concordo contigo. É uma pena ver a data de Le Mans condicionada a uma decisão da FOM.

      Sobre o WEC, salvo o estorvo que é o Bahrein (como eu odeio aquela pista, sério), e a saída de Sebring (bola fora da FIA e do ACO, tirar a etapa que, além de tradicional, é uma espécie de “meio-termo” entre Le Mans e as corridas com formato padrão de 6 horas) não tenho nada contra corridas em países como Brasil, Japão e China.

      Por sinal, essas etapas se justificam. Brasil e Japão são tradicionais pólos de automoblismo do planeta. Já a China, mesmo com ressalvas, como o baixo público, é um dos maiores mercados automotivos do planeta (a Audi queria uma corrida por aquelas bandas), fora que tinha uma etapa do LMS/ILMC por lá, em Zhuhai (outra bola fora da FIA, trocar essa pista por Xangai).

      • Mas será que a corrida na China realmente faz barulho, será que gera interesse, ou seri a mesma coisa que fazermos um campeonato mundial de Cricket aqui em Sp?
        Quanto a Brasil e Japão, tudo bem, é extremamente justo, mas a China, até onde sei, não tem a minima cultura de corrida de carro. Endurance, definitivamente não é o que vai fazer os chineses se apaixonarem por isso, francamente.
        E o que Zhuhai teria de diferente para ser melhor, pista ou público? Público só se o local for grudado no Japão.

  • Outro fato extremamente preocupante é a vontade de tornar a P1 exclusiva do mundial e desmembrar o campeonato completamente das series europeia, asiática e americana.
    O pior erro de todos, na minha opinião. Sem as corridas compartilhadas a LMS vai morrer definitivamente, a Grand Am (Nascar) vai sobreviver com carros mais baratos o possível (não que seja um erro) e o campeonato da Asia vai correr uns 2 anos para ninguém e acabará sem ninguém sentir a menor falta.
    Se continuar assim, daqui a uns anos, os carros do DTM/Super GT é que estarão ocupando esse nicho de mercado (até a FIA se “aliar” a eles, claro) e Le Mans sobreviverá novamente de bilionários apaixonados e grandes marcas fazendo uma corrida por ano.

  • Deixando o “nacionalismo” de lado para mim o calendário ideal sem levar em conta interesses econômicos, pistas asiáticas e levando em conta a história da categoria seria mais ou menos assim:
    1 – 12 horas de Sebring
    2 – SPA
    3 – Le Mans
    4 – Silverstone
    5 – Fuji
    6 – Petit Le Mans

  • Gustavo, público era justamente a ressalva que tinha feito quando me referi a China. A presença chinesa no WEC se justifica por motivos puramente econômicos (a China tem um dos maiores mercados de automóveis do mundo – e, vamos combinar, as categorias de automoblismo, nesses últimos, estão indo para onde tem a grana, vide a F1, e até o próprio WEC, com a etapa do Bahrein).

    De resto, concordo contigo. Eu também não acho justo ter prova ema pista vazia, em local não tão tradicional, como Xangai (ou em Zhuhai, onde a prova era realizada há algum tempo). Inclusive, não acho justo o calendário da LMS Asiática ter três provas na China. Zhuhai e Xangai seriam suficientes. Já Ordos eu trocaria por outra etapa no Japão.

    • Então, a F1 é sabido que o único que sai ganhando é o Tio Bernie (FOM), já que os organizadores “compram” a corrida das mãos da mais astuta das raposas.
      Quanto ao WEC, parece muito claro que as corridas dão prejuízo, pelo menos as fora da Europa. Mas não sei quem paga quem nessa história, por acaso a ACO/LMEO “vendem” a corrida também?
      Um ponto que deveria ser a prioridade máxima, na minha opinião, e que é totalmente descartado por esses organizadores é a sobrevivência do esporte.
      Quanto custa fazer uma etapa do WEC? É caríssimo, não dá pra fazer sempre, logo as oportunidades deveriam ser escolhidas a dedo. Se usa a desculpa do pujante mercado de carros destes países, tudo bem.
      Mas a F1 faz corridas nesses lugares e o que aconteceu por lá? Algo próximo do nada, as corridas, mesmo depois de 10 anos, não atraem ninguém, são feitas as moscas, todas, sempre.
      “Ah, mas tá desenvolvendo o mercado” Então cade o automobilismo arábico e malaio, por exemplo? Pelo que fiquei sabendo existe uma categoria na terra do Tony Fernandes, isso mesmo, uma!
      Então, revendo: Os organizadores ganham, os anfitriões tiram dinheiro de não-sei-onde, as corridas são fantasmas, os países continuam ignorando o esporte a motor.
      Enquanto isso, temos cada vez menos corridas em lugares que amam o esporte e que lotariam arquibancadas e que falariam disso por semanas a fio, lugares com tradição, e, é bom saber, mesmo com a crise tem um PIB pra lá de respeitável e adoram um Audi zero na garagem.

      • “Um ponto que deveria ser a prioridade máxima, na minha opinião, e que é totalmente descartado por esses organizadores é a sobrevivência do esporte.

        (…)

        Então, revendo: Os organizadores ganham, os anfitriões tiram dinheiro de não-sei-onde, as corridas são fantasmas, os países continuam ignorando o esporte a motor.
        Enquanto isso, temos cada vez menos corridas em lugares que amam o esporte e que lotariam arquibancadas e que falariam disso por semanas a fio, lugares com tradição, e, é bom saber, mesmo com a crise tem um PIB pra lá de respeitável e adoram um Audi zero na garagem.”

        Disse tudo. Não só nesses trechos, mas em todo o texto. Da minha parte, eu prefiro ver Petit Le Mans de volta ao calendário, no lugar dessas corridas para meia-dúzia de sheiks ou para os CEOs e políticos da China.

        Aliás, seguindo no ponto “tradição”, vão trocar Sebring por uma prova em Austin. “A pista é nova”, mas as 6 Horas de lá valem menos que as 12 de Sebring.

  • Rodrigo!! Estranho meu comentário “aguardar moderação” visto que postei as 19:29 e o Artur as 20:14.
    Será que falei tanta besteira assim???? Será que é por que também tenho um blog dedicado ao endurance?
    Sempre acompanhei seus textos e para mim vc é referencia. Para um dia o endurance se popularizar no Brasil quanto mais gente falando e divulgando notícias sobre o tema melhor não acha?

  • Foda… comprei a passagem semana passada. Ja fiz ate um roteiro via Roma, Maranello e Milão antes de ir pra Paris/Le Mans..da pra antecipar tudo mas vou pagar alguma multa com certeza. #muitoputo!