Saudosas pequenas – Osella, parte I

RIO DE JANEIRO – Hoje começo uma nova seção no blog, para rememorar as pequenas equipes que faziam a delícia dos fãs de Fórmula 1 e eram o terror dos pilotos de ponta, quando tinham que ultrapassar a turma do fundão. É hora de relembrar, com saudade, de escuderias que tiveram histórias distintas e destinos quase semelhantes.

osella_logo_1Começo com a italiana Osella, cuja trajetória na categoria máxima perdurou por dez temporadas, entre 1980 e 1989. A partir de 1990, a Fondmetal assumiu o controle do time, até o ano de 1992, quando fechou as portas.

A história de Enzo Osella como construtor de carros de competição é bastante singular e já tem quase meio século. Ele começou em 1965 na atividade, depois de uma carreira como piloto dos modelos Abarth em provas de turismo e subida de montanha, bastante populares na Itália. A partir daquele ano, Enzo assumiu a direção esportiva da Abarth quando esta foi comprada pela Fiat e os Osella Abarth estiveram entre os melhores Esporte-Protótipos 2 litros em seu tempo, com várias vitórias conquistadas por Arturo Merzario.

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Eddie Cheever ficou pertinho do título europeu com o Osella FA2-BMW em 1979

A gênese da Osella no automobilismo foi a construção e a participação em provas de carros esporte, mas em 1974 o fabricante italiano começou nos monopostos, na Fórmula 2. Giorgio Francia e Duilio Truffo guiaram os bólidos FA2 com motor BMW e a Osella iniciou sua trajetória na categoria alternando bons e maus resultados. Entrementes, Giorgio Francia/Lella Lombardi/”Pal Joe” conquistaram um surpreendente vice-campeonato mundial de Marcas para Enzo Osella em 1978, antes de Eddie Cheever se tornar vice-campeão europeu de Fórmula 2, carimbando o passaporte da marca como construtora de Fórmula 1.

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O ítalo-estadunidense, então com 22 anos, subiu para a primeira temporada completa na F-1 em 1980

Com projeto de Giorgio Stirano, nasceu para o campeonato de 1980 o Osella FA1, dotado de motor Ford Cosworth V8. Era um carro-asa, mas de desenho convencional, guiado por Eddie Cheever, que subiu com o construtor para a F-1 e fazia sua primeira temporada completa na categoria.

A Osella pagou o preço da juventude do projeto nas primeiras corridas daquele ano. Não se classificou para largar no GP da Argentina em Buenos Aires e tampouco no Brasil, em Interlagos. A estreia do carro aconteceu na África do Sul, em Kyalami. Cheever largou em 22º e se acidentou na nona volta.

Após um início difícil, Cheever e a equipe evoluíram na segunda metade do ano
Após um início difícil, Cheever e a equipe evoluíram na segunda metade do ano

Em Long Beach, o estadunidense desistiu após onze voltas e nas corridas seguintes – Bélgica e Mônaco – voltou a não se classificar. No GP da Espanha, que depois seria anulado do calendário de 1980, Eddie Cheever fez a melhor corrida dele e da Osella em seu ano de estreia. Décimo no grid, ele chegou a andar em 3º, antes do câmbio quebrar a 12 voltas do final.

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O melhor resultado de piloto e equipe foi um 12º lugar no GP da Itália, em Imola

A partir da segunda metade do ano, a Osella conseguiu se qualificar com frequência plena no grid, à frente de equipes tradicionais da categoria. Até a Ferrari foi batida pelo pequeno construtor italiano em cinco ocasiões. Ligier, Arrows, Alfa Romeo, Fittipaldi, ATS e Ensign também andaram, vez por outra, atrás do carro número #31, que no GP da Itália apareceu na versão FA1B, desenhada por Giorgio Valentini. Foi, aliás, a corrida do melhor resultado de Cheever e da Osella em 1980: um 12º lugar. Nas demais nove etapas, nove abandonos. A equipe terminou sua primeira temporada sem nenhum ponto marcado, mas com bastante vontade de melhorar para o ano seguinte, que será retratado no próximo capítulo.

Comentários

  • Que legal essa iniciativa.é engraçado que até algumas equipes pequenas chegavam a inovar em algum detalhe, como a Honda f1 com o estreante Stephan Johanson , que me lembre foi o primeiro carro com o volante destacável.Particularmente tinha uma simpatia por essa equipe e a ATS.

  • O Enzo Osella sempre foi um lutador e construiu carros muito competitivos, principalmente protótipos e hoje é tri campeão do campionato italiano de sport-protótipi c/ o Osella PA-21 Honda 2 litros,batendo até os protótipos 3 litros,domina também todos campionatos da europa de subida de montanha ou salita,ou cronoscalata,ou hillclimb