Saudosas pequenas – Osella, parte II
RIO DE JANEIRO – Dando continuidade à trajetória da Osella na Fórmula 1, a equipe sediada em Volpiano manteve o apoio da Denim para a temporada de 1981, possibilitando a inscrição e construção de dois carros, para pilotos oriundos da Fórmula 2, ainda uma categoria popular na Europa. O italiano Giuseppe “Beppe” Gabbiani e o argentino Miguel Angel Guerra foram contratados por Enzo Osella para guiar o FA1B com motor Ford Cosworth e pneus Michelin.
Como era de se esperar, a pouca experiência de Gabbiani e Guerra pagou a conta nas primeiras corridas. Os dois carros só foram juntos para o grid pela primeira vez em San Marino, onde ambos os pilotos bateram e Guerra sofreu um acidente que o tirou de vez da categoria. No GP da Bélgica, Pier Carlo Ghinzani fez uma solitária aparição, estreando com um 13º lugar após partir de último. Gabbiani participou pela última vez de uma corrida de F-1, abandonando com a quebra do motor de seu carro. Nas demais corridas do calendário, não conseguiria mais se qualificar entre os 24 aptos a largar na época.
Após a estreia de Ghinzani, Enzo Osella recorreu ao velho conhecido Giorgio Francia, mas este fracassou na tentativa de qualificar na Espanha e também em Mônaco. A solução foi chamar um experiente piloto que estava sem vaga naquela altura da temporada e assim, a partir do GP da Inglaterra, em Silverstone, assumiu o carro #32 o francês Jean-Pierre “Jumper” Jarier, então com 35 anos.
Logo que estreou, Jarier fez dois oitavos lugares, colocou o carro num 14º posto no grid do GP da Áustria, na veloz pista de Zeltweg, e ainda foi nono no GP da Itália. Resultados bem mais consistentes para uma equipe que ainda engatinhava na Fórmula 1. Nas corridas finais do campeonato, a Osella lançou o FA1C, já começando o desenvolvimento do que seria o carro de 1982, mas os resultados não foram tão entusiasmantes assim.
Apesar de mais um ano sem pontos, Enzo continuou com dois carros para seu terceiro ano na categoria máxima. Manteve Jarier como primeiro piloto e contratou um jovem italiano vindo da Fórmula 2, com dinheiro da SAIMA, uma empresa de turismo, e da sucursal da Pioneer na terra da bota: Riccardo Paletti, aos 23 anos, faria sua estreia na Fórmula 1.
A equipe trocou os pneus Michelin pelos Pirelli e na volta dos carros-asa, o rendimento do FA1C oscilava entre o mediano e o sofrível. Jarier salvou um 9º lugar no Brasil e depois foi quarto, marcando os três primeiros pontos da história da Osella, no GP de San Marino boicotado pelas equipes da FOCA, com exceção à Tyrrell. Inexperiente, Paletti abandonara em Imola e batera em Detroit, até sofrer um acidente fatal na largada do GP do Canadá, em Montreal.
O acidente foi um baque para a Osella, que seguiria com um carro apenas até o fim do ano. Novamente a equipe antecipou o lançamento do novo projeto: o FA1D, do veterano designer de BRM, Shadow e Arrows, Tony Southgate, não mostrou grande potencial e a temporada acabou de forma melancólica no GP de Las Vegas. Jarier nem largou naquela que seria sua última corrida pela equipe italiana.
No próximo post, veremos como a Osella se saiu nas temporadas de 1983 e 1984.
Obrigado Rodrigo, adoro as historias das equipes pequenas da f1 , acho essas equipes a essência do automobilismo.
Eu era garoto, mas me lembro bem deste acidente do Paletti. Muitos anos depois li uma matéria dando conta que não morreu devido ao incêncio, mas sim aos múltiplos ferimentos no tórax causados pelo impacto frontal.
O FA1C pra mim foi um dos carros mais lindos da história da F1, com uma pintura degradee que era inédito na época e o carro chamava muito a atenção! Pena que eu me lembre mais do acidente fatal do Palleti após o desespero do Pironi que ficou agitando os braços na largada e com todo aquele drama do Dr. Sid Watkins montado no que restou do carro e depois todo aquele incêndio… Enfim marcou minha vida!
vim comentar a mesma coisa, esse e um dois f1 mais bonitos da historia
Fica patente a falta de recursos para combater um incêndio das proporções do que se instalou…
[…] A retrospectiva da Osella, parte II […]
A morte do Paletti é uma das histórias mais comoventes da F1, com sua mãe assistindo tudo dos boxes… A Osella era uma equipe bastante simpática, para as quais não existe mais espaço na F1!