A borracha da discórdia

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RIO DE JANEIRO – Nunca este blog deu opinião sobre a questão dos pneus da Fórmula 1, desde a mudança dos compostos construídos pela Bridgestone pelos da italiana Pirelli. Mas hoje chegou a hora. Aliás, acho que passei demais da hora de falar a respeito de um assunto que hoje incomoda muito mais do que a história do jogo de equipe da Red Bull na Malásia – assunto que até já foi esquecido.

Desde que me conheço por gente, os pneus slicks, de superfície lisa, são usados no automobilismo. Desenvolvidos nos EUA para as 500 Milhas de Indianápolis, chegaram à Fórmula 1 em 1971. Foram banidos da categoria máxima por alguns anos em nome de uns compostos estranhamente frisados e voltaram há pouco tempo, “em nome do espetáculo”, dizem. E é aí que o bicho pega.

Pelo que eu saiba, os slicks, quando introduzidos no esporte, foram feitos para aumentar a performance e a velocidade dos bólidos. E hoje, o que vemos na Fórmula 1?

Com certeza, nem uma coisa, nem outra. Nem performance e nem velocidade. E sim uma procissão desenfreada aos boxes, com os carros entrando e saindo deles feito ratos da toca, em busca do queijo preferido. Que automobilismo é esse em que depois de oito voltas um carro já entra nos pits em busca de um jogo novo de pneus? Que Fórmula 1 é essa onde a palavra é “economizar” e não “acelerar”?

Francamente, a categoria que aprendi a gostar quando criança, deixou de ser aquela mesma que conheci – e não é de hoje. Artificialismos baratos como o DRS e os pneus que, mesmo sendo duros, não resistem nem 20 voltas, não são paliativos capazes de devolver à Fórmula 1 o que se perdeu com o correr dos anos. Não existe mais emoção como antigamente. Talvez eu esteja sendo chato demais, saudosista demais, porque acabei de ver o último DVD da caixa The Grand Prix Collection Volume 1 (1970/1974) onde, aí sim, a categoria separava os homens dos meninos.

Qual o último sopro de inventividade, de verdade, que a F-1 conheceu? Não estou falando de nada dessas artimanhas patéticas dos dias de hoje. Falo de carros criativos, desenhos revolucionários. Se a gente pôr dois carros sem pintura nenhuma, lado a lado, não saberemos a que equipe pertencem. Praticamente todos se parecem. Uma chatice ver os carros equipados com pneus com tão pouca área de contato com o solo.

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Olhem esta foto. É o McLaren de Emerson Fittipaldi no GP da Itália em 1975. Notem os pneus traseiros. Comparem dimensões e diâmetro com os de agora. E olhem que o carro do brasileiro, há 38 anos atrás, não tinha a aerodinâmica ‘refinada’ dos dias de hoje, um motor V-8 Cosworth igual a 95% do grid e que tinha 490 HP de potência. Era um carro que andava uma barbaridade.

E hoje?

Hoje, todo mundo fica exausto com contas inverossímeis, cálculos do número de pit stops, com voltas mais rápidas marcadas pelos pilotos quando saem dos boxes na primeira ou segunda volta do pneu, tempos de volta que oscilam às vezes de três a cinco segundos em questão de pouco tempo… francamente, o público não gosta disso. Quem gosta de automobilismo de verdade não tem mais paciência para aturar essa história de que os pneus foram construídos a pedido de Bernie Ecclestone para melhorar o espetáculo.

Balela.

Cansei desse lance de pneu vermelho, laranja, branco, azul e verde.

Sabem de uma coisa? Prefiro ser saudosista e sentir falta de uma Fórmula 1 que não vivi, como a de 1975. Talvez eu fosse, como fui entre 1979 e há pouco tempo atrás, bem mais feliz.

Comentários

  • A pirelli ta de sacanagem, um pneu durar 10 voltas? Os pilotos agora tem que correr devagar, ridículo e patético isso nao é corrida

  • Concordo com você, Rodrigo. Apenas para reflexão, será melhor a competitividade das fabricas de pneus na F1, ou apenas um fabricante sem nenhuma concorrência? Outra questão, será que esses “superfreios” não poderiam ser piorados?

  • Ótimo texto, Rodrigo! Estive pensando nessa questão dos pneus ultimamente e um comentário que li em algum lugar (que não me lembro onde) me chamou a atenção. A pessoa falava que não entendia como a F1 poderia pedir para alguém não acelerar! Para não pisar fundo, pois andando nos 85%, por exemplo, poderia chegar na frente daquele piloto que andou o tempo todo pisando fundo no acelerador.
    Mas a minha maior indagação é como a Pirelli, que tem a oportunidade de desenvolver sua tecnologia no “topo” do automobilismo mundial (lembra da propaganda da Petrobras?), se presta a fazer um antimerchandasing desse tipo. Você compraria um pneu Pirelli para o seu carro? Aquele mesmo que não dura quatro voltas em um carro de corrida? Que se desfaz o ponto dos pilotos rodarem na malha e com a borracha batendo na lataria? Cade o pessoal do marketing da Pirelli?
    Isso também me lembra a recente declaração da Porsche. Que disse que não vai voltar a F1 tão cedo, pois lá não dá para desenvolver os carros de rua. Quantas vezes eu não li matérias sobre as tecnologias da F1 que são aplicadas no “meu carro”. Isso não existe mais hoje. Hoje a Porsche, a Toyota, a Audi investem no endurance para fabricar carros melhores. Hoje, a F1 é como os noivinhos em cima de um bolo de casamento. Está lá para todo mundo olhar e achar bonito, mas na manhã seguinte, eles não têm mais utilidade alguma.

    • Infelizmente a Pirelli está sujando seu nome. Mas na verdade esses pneus foram feitos a pedido do grande e velho Bernie e seus comparças. A Pirelli está fazendo o que lhe pediram.
      Sendo assim eu pergunto. Até onde eles pretendem ir nessa história? Pretendem ter sua marca associada a pneus que não duram, e nem são rápidos?

    • Toda época os pilotos tiveram que poupar equipamento senão não chegavam ao final das corridas. A Pirelli fez o que pediram para ela fazer. A Porsche não volta a fórmula 1 porque não tem tecnologia para isso. Tem um carro com o mesmo conceito de 50 anos atrás. Motor 6 cilindros boxer igual ao fusca que só ganhou potência por conta do turbo.

      • Seu comentártio é de quem não entende nada de carros e muito menos de corridas,PORSCHE tem só 17 vitórias em Le Mans e nos anos 70 já tinha um carro com 1200 hp que dominou as provas de CANAM(talvez nem saiba que competições foram estas).Cambio de dupla embreagem foi desenvolvido por ela para o 956 que em 1982 ganhou a prova ,e hoje é o mote das propagandas de carros evoluidos,o motor turbo de competição foi usado no super,hiper vitorioso 917 K e só então seguido por outros fabricantes.Um dos mais vitoriosos McLaren usava um motor TAG PORSCHE.O sincronizado que provavelmente esteja na caixa de cambio do seu carro se mecânico for,chama-se anel sincronizador
        Porsche,antes de escrever bobagens movido por
        paixão seria melhor se informar e aprofundar no
        conhecimento e história do automobilismo.

      • Luiz Alberto, 17 vitórias. É mesmo? Tem equipe por ai que tem 16 CAMPEONATOS e 222 VITÓRIAS na FÓRMULA 1 que é a principal categoria do automobilismo mundial. Década de 70… você tem toda razão. Eu disse há 50 anos, mas na verdade são “só” 43 anos que vocês vêm com essa história de 917. Se não me engano o post é sobre fórmula 1. Você, como entendido que é, deveria se fixar no assunto do post. Ah, antes que eu me esqueça: cuidado com o coração. Estamos falando de automobilismo que é o assunto mais importante entre as coisas menos importantes da vida. rsrsrs Abraços.

      • A Porsche declarou a poucos anos que não volta para a F1 porque não tem interesse efetivo, assim como a Audi não quer entrar entre várias outras equipes. Que carro você acha mais evoluído: o Red Bull 2013 ou o Audi R18 e-tron?
        A F1 estacionou no tempo em razão de de dinheiro, A revolução dos carros está sendo estudada nas pistas de longa duração!

        Quanto à economizar, Não sei a sua idade, mas acho que você não teve oportunidade de assistir ao vivo as brigas lendárias dos anos 80, onde muitas vezes as ultrapassagens eram por fora com o carro de lado (Piquet)!!! Economia? Nenhuma. Assisti ao vivo Mansell empurrar sua Williams, Senna pegar carona porque o carro não tinha gasolina sequer pra voltar aos boxes! Tinha corrida em que o vencedor sequer parava nos boxes!!! Economia? Pra que? Lembro de Senna em Mônaco, ganhando por quase um minuto e sentando a bota simplesmente porque queria bater seu próprio recorde! E bateu por isso.

        Automobilismo é vitória de quem anda mais rápido! O de hoje não passa de um monte de carrinho de autorama com “botão de turbo”.

      • Daniel Consorti,

        Com relação a sua pergunta sobre quem é mais evoluído, são categorias muito diferentes e difíceis de comparar. Como velocidade pura a Red Bull da de dez a zero. Como resistência o Audi. Aproveitando, as corridas de endurance são um porre na minha opinião. Quem consegue assistir uma corrida por mais de três horas, sabendo que o ganhador será um Audi? Eu não, mas é questão de gosto pessoal.

        Eu tenho 60 anos e comecei a me interessar por corridas aos dez anos quando meu pai, que na época era dono da maior fábrica de radiadores da América Latina e patrocinava os pilotos da época, começou a me levar a Interlagos. Para ficar só na F1, torci muito por Jim Clark, e todos os brasileiros – Emerson, Piquet, Senna. Torço também pela Scuderia Ferrari. Meu comentário sobre poupar equipamento, dizia respeito às corridas da década de 70 porque é a época da foto do Emerson que ilustra este post.

        Abraços.

    • Excelente comentário! Em especial, no que se refere ao desenvolvimento de tecnologias.
      A bem da verdade, hoje, na F1, o que se desenvolve de tecnologia é engenharia de materiais. Porém, levar o que há de melhor na F1, nesse campo, para os carros de passeio, pelo menos hoje, custa muito caro, é inviável.

      • Luiz Alberto, 17 vitórias. É mesmo? Tem equipe por ai que tem 16 CAMPEONATOS e 222 VITÓRIAS na FÓRMULA 1 que é a principal categoria do automobilismo mundial. Década de 70… você tem toda razão. Eu disse há 50 anos, mas na verdade são “só” 43 anos que vocês vêm com essa história de 917. Se não me engano o post é sobre fórmula 1. Você, como entendido que é, deveria se fixar no assunto do post. Ah, antes que eu me esqueça: cuidado com o coração. Estamos falando de automobilismo que é o assunto mais importante entre as coisas menos importantes da vida. rsrsrs Abraços.

  • Eles implementam pneus de isopor, Drs, kers etc. Tudo,para corrigir o maior mal da F1, responsável pela falta de ultrapassagens sem essas “alegorias”… A dependência absurda do downforce. Pressão aerodinâmica nos,dias de hoje torna o carro incrivelmente rápido de frente para o vento, mas também se torna um terror para quem vem atrás.

    Enquanto isso não mudar, e talvez nunca mude mesmo, vamos viver o resto de nossas vidas assistindo o incremento cada vez maior dessas chatices.

    Abs

  • Depois da morte do Senna a categoria entrou numa espiral de decisões erradas , que inicialmente visavam a aumentar a segurança, e a partir daí tudo degringolou. O regulamento técnico foi deixando os carros cada vez mais feios e muito sensíveis aerodinamicamente , o que, aliados aos novos circuitos ( muito seguros mas insípidos) do Sr Tilke, culminou na quase eliminação das ultrapassagens, o que por sua vez acabou levando a novas mudanças técnicas desastrosas acarretando esse verdadeiro desastre que temos o desprazer de acompanhar hoje em dia. Parece que de tudo que pode ser bom para os fãs e a categoria, os dirigentes fazem justamente o contrário. Por que acabaram com os V10? por que alteraram a medida das asas? Está tudo uma merda, carros horrorosos, o foco é gerenciar pneus e não acelerar, mas eles não só vão enxergar quando a audiência cair sensivelmente, o que não parece ser o caso!

  • Bah esse é só mais um reflexo dessa era fracassada, todo mundo tem medo de ser contundente, de não ser “politicamente correto” e, no caso do automobilismo, andar forte, derrapar em curva, ser ousado…sei lá, vocês devem entender o que quero dizer…

    Tudo tem que ser resolvido com um emaranhado de bobagens burocráticas, desde a política até os esportes.

  • Você foi ao âmago da questão Rodrigo.Pneus de borracha escolar como diz o blog Bandeira Verde, apertar a porra de um botão no volante pra andar mais rápido (DRS e KERS) putz… definitivamente a pilotagem não é mais o foco desse certame!

  • Perfeito Rodrigo. Eu como tenho 45 anos de idade e tive o prazer , assim como vc, de ver a verdadeira F1 dos anos 70 e 80, simplesmente não consigo aturar essa F1 do seculo 21. Nao devia nem se chamar F1 pois é uma afronta com o seu passado glorioso. Do tempo em que sim, a categoria, os carros e principalmente as pistas separavam os homens dos meninos. Era mais do que um esporte. Era a Formula 1!! E virou um lixo. Nao tem jeito, no esporte a motor atual, se vc quer corrida de verdade, com pilotos de verdade, emoção,desafio, coragem, como era a F1 de 20,30 anos atrás, o lugar é a MotoGp e o mundial de SBK. Tudo o que a F1 não é mais vc tem ainda nessas categorias do motociclismo. Parabéns pelo texto e reflexão sobre o triste momento da , outrora grandiosa, F1.

  • Discordo 100%. Que os engenheiros e os pilotos façam o dever de casa e aprendam a lidar com os pneus “manteiga”.É igual para todos. Como explicar que o Nico Rosberg chega em 6 o Hamilton não marca pontos? O Nico pegou a mão do carro. Os carros são iguais por causa do regulamento engessado (talvez em função da economia). Cheio de “num poóde”. Antes o regulamento dizia motor de 3 litros aspirados ou 1,5 litro turbo e se virem. Quer usar pistão de ceramica? Use. Quer fazer um assoalho tipo asa? Faça. Quer deixar o carro 1mm do chão? Deixe. Hoje o assoalho do carro tem uma madeira plana que não pode gastar mais que x mm. Resultado os carros ficam iguais. Na qualificação entre o pole e o décimo (na Espanha) foran 1,6s. Para um F1 ultrapassar outro tem que haver um diferencial de 2s pelo menos. Se não houvesse os pneus “manteiga” veriamos uma procissão e todos estariam falando e escrevendo que a F1 não tem graça.
    Bravo pneu “manteiga”. Bravo DRS. Bravo Kern. São essas coisas que fazem a F1 ter graça.

    • Exato. A choradeira maior é porque o carro que todos diziam ser melhor não se adaptou aos pneus. A Ferrari, que era dita antes da temporada como um carro mediano (para os padrões do topo do grid) reagiu melhor aos pneus e consegue bons resultados. Falam em poupar pneus, mas nos anos 70 e 80 poupavam combustível e motor (pane seca e superaquecimento eram comuns).
      Da mesma forma o pessoal elogia o Endurance. Uma categoria onde é pura estratégia. Momentos de parada, troca de freios, troca de pilotos, poupar equipamento… Manter um carro “em pé” por 24 horas é conservar as condições do carro para chegar ao final. A liberdade técnica do Endurance não significa que tenha “velocidade pura”.

      • Isso mesmo! Nas décadas de 70 e 80 quem não poupava o conjunto ou morria ou ficava a pé. O mesmo pessoal que critica a fórmula 1 atual “adora” as corridas de endurance que são estratégia pura e que mesmo correndo 12 ou 24 horas já se sabe quem serão os vencedores.

    • Concordo plenamente. Esse papo de que antigamente era melhor é só saudosismo. Eu tenho sessenta anos e assisto corrida de automóveis desde os dez. Toda a época teve seus prós e contras. Nessa época da foto, largavam X carros, a metade ficava pelo caminho por problemas de motor, câmbio, freios e pneus e morriam dois ou três por ano. Quem não economizava na mecânica, ou morria ou ficava pelo caminho. O problema são os autódromos. esses sim são chatissimos.

      • Fan boy da F1.So assiste F1 e vem falar merda.O post é sobre F1 e o tapado vem falar (mentiras) de outra categoria.

  • Como disse o PIquet quando foi perguntado sobre o que faria para mudar a F1″,você tem o melhor piloto,o melhor carro,o melhor motor e não tem o melhor pneu”.Falta concorrência entre os pneus como existiu em um tempo em que a F1 o objetivo era acerar.

  • Sobre a F1, fiz uma coisa que não fazia há muito tempo…assistir a uma corrida na tv…além desses pneus ridículos (verde, vermelho, amarelo, lilás, justin bieber, lady gaga, restart…), ainda teve aquelas ultrapassagens artificiais promovidas pela asa móvel…Cara…que carros horríveis, com exceção da Lotus. Dai pensei: Que saldade do WEC!!!!!!!!!!

  • Eu prefiro a procissão,a corrida toda mas quando a carrida acaba a gente sente quê o resultado foi verdadeiro.Ultimamente nem a qualificação mostra quem foi mais rápido.A lotus tá andando rápido porquê é o seu carro que está sendo usado para testes,e esse carro apesar de antigo precisa de manutenção quem fornce as peças?;claro é a lotus aí ela pega e faz igual no carro de corrida atual e com certeza ,pelo sim pelo não acaba tendo os dados do teste,o certo seria como antigamente quê tinha os testes.Não adianta F1 é para cachorro grande,não consegue tá nela tem que sair.

  • 1)Acho horrivel aquela farofada de resto de pneu ao fim de treinos e corridas.É pessimo para a imagem da categoria.
    2)Penso que os carros de uma mesma equipe poderiam ter patrocinadores diferentes,(vide a Indy).Haveria disputas internas e fim dos favorecimentos.

  • Finalmente alguém escreveu algo sobre os pneus. Parabéns Rodrigo. E a Pirelli não é culpada de nada afinal de contas não tem ninguém apontando uma arma na cabeça deles. Eles saem quando quiserem. Culpado é o Sr. Eclestone que tem uma visão distorcida do que é automobilismo. Legal é que a F1 usa aquela besteira de KERS de míseros 80 HP e quer diminuir o tamanho dos motores da F1 e adotar o turbo para ser mais “verde” e eficiente e blá blá blá mas deixa umas 50 toneladas de borracha na pista. ta eficiente pra caramba a F1 hein ? Parabéns. ¬¬

  • Tenho o mesmo pensamento Rodrigo. E quanto aos carros serem praticamente iguais, sem nenhuma diferenciação, engessados pela regra e pelo medo de errar dos engenheiros, faz com que o interesse pelo esporte diminua bastante. Eu mesmo no início desse ano, sendo um aficcionado pelo automobilismo desde o início dos anos 80, me peguei nesse ano desinteressado pelos lançamentos dos carros de f1, pois são todos muito parecidos com os outros e com os dos anos anteriores.

  • Vc é o primeiro a falar da realidade desses compostos atuais, sem se preocupar se vai ganahr ou perder algun dinheiro com esses comentários publicos e jornalisticos…
    Parabéns!!! De novo…
    Essa conversa de que o anão gigante é que pediu isso acho meio estranho. Mas enfim se o cara quer as equipes aceitam.Fazer o que…
    As emoções reais já eram ou ficam para as duas primeiras voltas de corrida desses f1 atuais. Vide o GP da Espanha no último final de semana… Essas foram as emoções, depois vem as asas abertas os pneus mostrando o aço depois de umas duas voltas, e o tal do Kers.
    Tudo artificial, nem pancas tem mais….
    Eu só assisti F-1 se estiver sem fazer nada, se o programa é ir na feira eu vou sem pensar duas vezes..A F-1 tá chata demais, pra piorar ainda colocam narradores e comentaristas sem ter o que comentar a não ser fofocas e histórias do que foi esse evento…
    O mais engraçado de tudo isso é a equipes e paises gastarem uma enorme só pra fazer o show da PIRELLI..
    Hoje é ela quem manda em tudo…Sem pneu o carro não anda né!!!!

  • Qualquer leigo sabe que um pneu para carro de rua dura muito, milhares de quilometros, e que um pneu de corrida nos tempos aureos da F1 sem pit stop, só se furasse pneu durava uma corrida, portanto isso não afeta a Pirelli no mercado mundial de pneus normais. Ela faz isso apenas porque Ecclestone pediu, e já na próxima corrida vai mudar. Aqui no Brasil foi a primeira fábrica a produzir pneus radiais nos anos 60, a Goodyear americana enquanto esteve na F1 usava pneus diagonais, décadas atrasada, prá que tanto chilique? uns chegaram na frente e outros que não entenderam os pneus atrás em Barcelona.

    • Já está prevista a mudança dos compostos para Montreal, reduzindo o número de pit stops por corrida para “dois ou três”, segundo informações.

  • sou apaixonado pelo automobilismo e tambem por F1, que na realidade , pra min existe grandes diferenças. A F1 FOI E SEMPRE SERA DIFERENCIADA, e onde existe as grandes descorbertas e onde superam as grandes adversidades. O regulamento veta varios componentes de um ano para outro e mesmo assim ele esta mais rapido ainda. Esta e a F1, GANHA O MELHOR CARRO E NAO O MELHOR PILOTO . ABRS

    • Verdade!

      A fórmula 1 é “A” categoria.

      Segundo o próprio Massa a diferença entre pilotos em um grid de fórmula 1 é mínima. Ganha quem tem o melhor carro.

  • perfeito. concordo com tudo. e digo mais, sinto falta daquela época em que tinham dois fabricantes de pneus.era muito legal, pneu de treino, pneu de classificação e de corrida e as provas eram muito mais técnicas do que hoje. ouvir o hamilton falar pelo rádio que não tinha como andar mais devagar é no minimo um absurdo qdo se trata de um esporte que visa a maior velocidade e rendimento de um carro possivel. abraço.

  • Fato que os pneus criam uma competitividade ilusória. No entanto, é preciso pensar que a diferença de recursos e sua disparidade produziu coisas esquisitas. Por exemplo: Hill/Villeneuve campeões pilotando carros que iam 1,5 seg por volta mais rapidos que todo o resto do grid. O quanto a evolução da aerodinâmica, da eletrônica, mutilou a competitividade da corrida? Essa discussão é antiga, compreendo, mais ao mesmo tempo ela é pertinente se compararmos: o que era a f1 dos anos 70-80, e o que ela virou de 90 pra frente.

    Se de um lado, seja possível ao melhor construtor, alferir vantagens por projetar melhor, essas vantagens não sai mais uma porca aqui, um parafuso ali, um ajuste assim, etc: são vantagens laboratoriais, vantganes baseadas na imensa diferença em recursos. E então, sem desmerecer, mas é fato que a F1 vira, além de uma corrida, uma guerra de gestão empresarial: onde o dinheiro que for empregado para comprar e usar melhores recursos, produzirá melhores projetos, usará melhor a estrutura, e terá no fim mais resultado. A corrida em si é um detalhe, uma parte deste ” circo empresarial de alta tecnologia”. O piloto um detalhe menor ainda.
    Disparaidade de orçamentos, produz disparidade de recursos, que produz disparidade de performance: assim ocorre, desde que haja competência embarcada ( veja-se Toyota, Honda, Jaguar e seus malogrados esforços mesmo com grandes orçamentos). E o piloto, será que é tão central? O fato de termos bons pilotos, em bons carros, torna-os centrais hoje: já tivemos, num carro de outro planeta, um campeão chamado Damon Hill. Outro chamado Jacques Villeneuve: ambos, com todo o respeito que se deve a eles, não disputariam jamais o título, estivem sentados na Lotus dourada e preta neste grid atual, repleto de valores.

    Enfim, o que podia salvar a F1 foi o que ela não aceitou: nivelar, limitar, os orçamentos. Isso permitiria que, partindo do mesmo patamar, se gerassem níveis de recursos parecidos: e que seu uso mais competenente fosse avaliado, bem como o melhor piloto. Neste quadro, porque não aceitar liberdade de regulamento e projeto?

  • Caro Rodrigo, foi um ótimo texto, concordo integralmente com o que foi escrito por vc. Sua opinião vem de encontro com do Mansell na entrevista dada ao Sportv. O que pilotos como o saudoso Gilles Villeneuve e o Clay Regazonni, do seu último post, achariam da F1 atual?

  • Um piloto que anda devagar (1 seg mais lento por volta) faz uma parada a menos na corrida, e assim ganha daquele que andou rápido, no limite, mas se obrigou a fazer mais paradas porque os pneus não aguentaram. Pra mim isso não é corrida, é competição de gestão de pneus.

    • Não foi o que aconteceu na Espanha. O Alonso fez 4 paradas e ganhou a prova contra três paradas do Kimi que chegou em segundo lugar.

      • Não é bem assim, na verdade. Massa perdeu para Raikonnen fazendo 4 paradas, Vettel perdeu para Raikonnen fazendo 4 paradas. Talvez seja melhor ver por este ponto de vista. Se você comparar o tempo total de corrida de Alonso foi maior que o tempo de Maldonado em 2012. Os médios estariam este ano no mesmo tempo dos macios de 2012, e os duros são de 0,5s a 1,0s mais rápidos que os de 2012, portanto é estranho que isto tenha acontecido. Na verdade o que aconteceu foi que até Alonso geriu os pneus. Ganhou o carro que estava mais adaptado a esta pista. E também a estratégia de Raikonnen falhou, mas como chegou em 2º, o mundo acho o cara brilhante, ele e o Boulier. Alonso não venceu apesar de 4 paradas, Raikonnen é que perdeu mesmo tendo feito 3 paradas somente. O carro de Raikonnen se arrastou em pista literalmente. Não chegou a usar 70% do potencial do carro. Isso é sinceramente um desastre do ponto de vista de competitividade da atual F1. Quando a FIa cria o regulamento, em principio, seria para todo mundo fazer com que seus carros estivessem usando perto de 100% do potencial. No fundo o que está acontecendo é uma esperteza generalizada. Há uma regra no regulamento que diz, mais ou menos assim, que não deve haver no curso do pedal do acelerador nada que indique um ponto ótimo de performance do conjunto. Não sei se esta parte do regulamento está realmente sendo cumprida por parte de algumas equipes. Há por parte de alguns pilotos um ritmo de corrida quase robótico, que não combina muito com o desgaste físico que se vive em alguns GPs. Imagine um B777 ou um A 330 voando a 12000 mts e o piloto decide usar apenas 75% da potencia dos motores, o que acontece? O avião não se sustenta e perde altitude.

  • 8 voltas de duração.?? Na Australia acho que não foram 7 voltas. A corrida não pode estar dependente de um item maioritariamente (se é que é assim que se diz). É preciso equilíbrio entre todos os itens que compõe um carro de F1 para formar os tempos por volta. A reação da Pirelli não foi madura. E achei estranho o argumento de que se mudar os pneus, esta mudança vai fazer com que a RB ganhe todas as corridas. Será que quiseram dizer que criaram os pneus deste ano para evitar que a RB vencesse? Achei tudo muito estranho. A fornecedora de pneus perdeu-se nas palavras e no departamento de criação de produto.

  • Concordo com você Rodrigo. Nem tão antigamente assim, mais ou menos de 1989 a 1993, os pilotos tinham muito mais variedade de estratégias, podendo correr a corrida inteira com um jogo de pneus mais duros, ou então largar com pneus mais duros de um lado do carro, e pneus mais macios do outro, etc. Teve um piloto, se não me engano foi o Hamilton, que reclamou dizendo algo como “esses pneus são ridículos. Não podemos dar uma volta forçando o máximo que o pneu acaba. Não podemos acelerar um pouco antes na retomada de curva, ou atrasar um pouco a freada que os pneus ficam destruídos”. Chega a ser ridículo ver um piloto reconhecidamente bom e veloz como o inglês, largar na primeira fila, andar feito uma lesma pela pista, ser superado por todo mundo, economizar pneus o máximo possível e fazer CINCO paradas de box. Esse desgaste excessivo de pneus acaba nivelando os pilotos por baixo.

  • Perfeito! Sinto saudades de ver carros lado à lado nas curvas, lembrando em muito o Kart. Piquet e Senna na Hungria, e Villeneve e Rene ………… isso era show.

  • Excelente post Rodrigo!Estou de acordo com tudo.A f1 virou a historia do rabo que balança o cachorro.já não é mais ponta de lança tecnologicamente ha uns 15 anos, e virou rallye de regularidade, ou formula pit stop, como disse um amigo aí de cima.KERS, DRS, pneus Faber Castel,…Sem contar que os carros são todos iguais, umas geringoças compridas e parecem estão num autorama, num trilho.Só é muito bom pra quem gosta de ser enganado.Não gosto de ser tratado como idiota.Talvez um fato emblemático para os brasileiros que acompanham a f1 seja o fato de que o Reginaldo Leme seja ¨desnescessário¨ nas transmissões da tv.É sinal que a Globo assim como alguns fans estão desesperados em ver graça numa categoria que em termos esportivos chegou ao fundo do poço.E se a Porsche, a Audi, e outras empresas que entraram e saíram não fazem tanta questão, quem pode censura-los.O que é bizarro tambem, é chamarem a equipe Renault de Lotus, e os carros serem pilotados pelos tecnicos que só não dizem ao piloto pra que lado virarem o volante.Como é que se encherga genios de pilotagem nessa f1?só forçando muito a barra.

  • Olá a todos …
    Rodrigão, não sei não …
    Mais se voltasse aqueles dias de a formula 1 ter mais de um fabricante de pneus, não melhoraria não ???
    Tinha que ter …
    Quem sabe volta um dia …
    Abraços !!!

  • Já chega mesmo! Em tempos de sustentabilidade, eco-isso e eco-aquilo, penso ser uma vergonha para a Pirelli e para a F1 não possuir pneus que durem uma corrida inteira! Queimar 5 jogos de pneus em 1:30 de corrida é um desperdício anti-ecológico total, e é uma péssima propaganda para a durabilidade dos Pirelli. Já estamos no ponto em que os pneus deveriam, assim como os motores, durar umas 3 corridas, mas uma só já bastaria. Acho que a F1 deveria “isolar” o piloto desde a largada até a chegada, sem rádio inclusive, o que minimizaria o jogo de equipe, e impediria o que hoje, acho o maior mal da categoria: os engenheiros estão praticamente pilotando o carro dos boxes! Desde a largada, já há um “tempo ideal”, ou pace como eles dizem, para se obter o desempenho médio otimizado do carro durante a corrida inteira, o que faz ninguém brigar com ninguém, pois cada um já sabe o tempo por volta que deve virar, ideal para o seu carro. E apenas no final das corridas é que temos descoberto isso: Kimi só apareceu na corrida em Melbourne para receber a bandeirada!