Espanha 11 x 1 Resto do Mundo

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RIO DE JANEIRO – O “placar” do Mundial de Motovelocidade é amplamente desfavorável aos outros países que disputam a competição e a comparação contra a Espanha é covardia total. Após quatro etapas, com três provas por fim de semana – por enquanto, os conterrâneos de Miguel de Cervantes dão de lavada no “Resto do Mundo” por onze vitórias a uma.

Quem conseguiu quebrar a escrita foi o britânico Scott Redding, com uma bela vitória na prova da Moto2 disputada em Le Mans. A corrida acabou interrompida na 24ª de um total de 26 voltas previstas por conta da garoa que virou chuva e tornou a pista ainda mais perigosa do que já estava.

A categoria intermediária, mais do que o seu pódio incomum com a dobradinha da equipe belga Marc VDS Racing (Mika Kallio foi o 2º) e o ótimo 3º lugar de Xavier Simeon, viu os principais pilotos espanhóis fracassarem. Um tombo simultâneo de Esteve “Tito” Rabat e Pol Espargaró, tirou os dois de esquadro. Rabat, que vinha na ponta da tabela com 52 pontos, acabou a corrida em 23º lugar. Espargaró concluiu três posições acima. Um fim de semana desastroso para o time de Sito Pons. E Redding, com a vitória, abriu vinte e quatro pontos de vantagem na classificação do campeonato.

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Se na Moto2 o hino espanhol não foi tocado, na Moto3 e na MotoGP ele foi entoado como já acontecera em Losail, Austin e Jerez de la Frontera. Na Moto3, aliás, o pódio foi 100% espanhol – novamente – com vitória de Maverick Viñales, segundo posto de Alex Rins e terceiro de Luis Salom. Eles também ocupam as três primeiras posições na classificação do campeonato, com uma única mudança: Salom em 2º à frente de Rins. Viñales ponteia com 90 pontos, contra 77 do piloto da equipe Red Bull KTM Ajo e 61 do representante da Estrella Galicia 0,0.

Eric Granado ocupava a 23ª colocação na corrida quando levou um tombo. Perdeu rendimento em razão do acidente e uma volta em relação aos ponteiros. Acabou em 24º lugar. O piloto da Mapfre Aspar continua muito atrás em relação ao companheiro de equipe Jonas Folger e precisa reagir na temporada da classe menor do Mundial de Motovelocidade.

Já na MotoGP, onde os pilotos tiveram que largar com pneus apropriados para pista molhada, Marc Márquez fez uma largada horrorosa e uma corrida espetacular para vir de 9º na primeira volta e ainda chegar ao pódio. Agora vice-líder do campeonato, o piloto da Honda #93 minimizou com uma recuperação soberba o prejuízo causado pela partida ruim – que lhe custou caro.

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Até porque quem venceu foi Dani Pedrosa, seu companheiro de equipe e agora primeiro colocado no Mundial com 83 pontos, seis à frente de Márquez. Entre eles terminou Cal Crutchlow, que foi extraordinário com a Yamaha da escuderia Tech 3 (que é francesa). E quando digo extraordinário não é exagero: ele correu todo arrebentado por dentro, com direito a uma hemorragia interna. Essa pilotada da MotoGP só tem maluco…

Vale ressalvar que a Ducati teve uma bela performance em Le Mans, com Andrea Dovizioso liderando por algum tempo e terminando em 4º porque seus pneus próprios para chuva acabaram, quando o asfalto começou a secar. Dovi foi muito bem no molhado, tanto ele quanto Nicky Hayden, aliás. Em contrapartida, Valentino Rossi levou um tombo e ficou apenas em 12º, cinco posições atrás de Jorge Lorenzo, que fez disparado uma das corridas mais medíocres de sua carreira nos últimos anos. Tanto que, da 17ª até a última volta, ele andou atrás de Álvaro Bautista, que pilota uma Honda não-oficial, da equipe de Fausto Gresini.

A próxima etapa é o GP da Itália, no dia 2 de junho, em Mugello. Vamos ver se no território dos fanáticos torcedores do Dottore Valentino Rossi, os espanhóis continuarão cantando de galo. A esperança é que não. Mas a julgar pelo placar de momento…

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