Pequenas maravilhas – Especial Le Mans – Porsche 935/77 (1978)

RIO DE JANEIRO – A miniatura cujas fotos vou postar aqui abaixo é para ajoelhar e venerar. Pois é tão rara quanto histórica. Contribuição valiosíssima do Paulo Tohmé para a série especial das 24 Horas de Le Mans, aí está a reprodução do Porsche 935/77 conduzido por Alfredo Guaraná Menezes, Paulão Gomes e o saudoso Marinho Amaral na edição da corrida realizada em 1978. A mini foi produzida pela Spark, em escala 1:43.

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Inscrito no Grupo 5, o carro foi alugado pelos pilotos brasileiros junto ao Cachia Team da França, por uma iniciativa do próprio Guaraná e de Alain Vignais, que trabalhava na equipe Gledson, que o piloto defendia na época na Fórmula VW 1600, então a principal categoria do automobilismo brasileiro. A iniciativa contou com o apoio de Charles Naccache, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo e o carro foi todo decorado com patrocínios nacionais – Gledson, Coca-Cola, Center Fabril e Grupo Mondelo.

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A equipe, que se chamou Cachia Team Pace, a pedido do Paulão, velho amigo do Moco, para homenagear o piloto prematuramente falecido em 1977, ofereceu aos brasileiros um carro com um turbo apenas – mas que tinha 700 HP de potência e chegava próximo de 320 km/h. Nos treinos, Marinho Amaral começou assustando, ao não andar no mesmo ritmo de Paulão e Guaraná, o que deixou Claude Ballot-Lena, experiente piloto francês, de sobreaviso. Mas rapidamente o piloto, que corria de Divisão 1, “pegou a mão” do carro e não comprometeu.

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Paulão classificou com o tempo de 3’59″5, 23º geral e passou a primeira volta em décimo-oitavo, o que deixou Monsieur Cachia furioso, pois a regularidade seria o mote da participação brasileira nas 24 Horas de Le Mans de 1978. Com a tática levada à risca, o trio chegou em 7º lugar na classificação geral e em segundo no Grupo 5, atrás de outro Porsche, inscrito pela Kremer Racing e à frente do modelo 935/78 da equipe Martini International, conhecido como Moby Dick por sua traseira alongada. Esse carro, segundo Guaraná, era biturbo e tinha incríveis 1000 HP de potência.

No fim, sobraram grandes histórias, como a que envolveu Paulão e a “bela da tarde” Catherine Deneuve, em quem o piloto teria dado um apertão na bunda, durante uma festa onde os brasileiros foram convidados especiais de Olivier Chandon, misto de playboy e piloto, já falecido também, e herdeiro da fábrica de champagne Moët & Chandon.

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