MotoGP de volta? Melhor esperar

tamada

RIO DE JANEIRO – Vão me chamar de pessimista, eu sei. Mas não compartilho do mesmo entusiasmo de alguns por conta do encontro entre Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna, organizadora do Mundial de Motovelocidade e o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz.

Segundo consta, foi assinado um acordo para a volta do GP do Brasil de Motovelocidade, dez anos depois do que fizeram Cesar Maia e seus asseclas, Ruy Cezar de Miranda à frente, tratando de terminar de jogar no lixo todo um calendário de eventos internacionais no Rio de Janeiro que tinha, ainda, a Fórmula Indy. Até aí, tudo bem. A Argentina também tinha intenções de realizar sua corrida e o evento, previsto para este ano, foi cancelado (por imposição da Repsol, um dos mais fortes patrocinadores da MotoGP e cujo contrato de privatização da YPF foi cancelado pela presidente Cristina Kirchner) e só acontecerá ano que vem, porque agora sim o circuito de Termas de Río Hondo está pronto.

O Brasil não tem um circuito capaz de receber uma prova do Mundial de Motovelocidade. Não custa nada repetir: as normas de segurança da FIM são mais rigorosas que as da FIA. Para uma pista poder atender a tantas necessidades, será preciso uma extensa reforma e a Dorna foi bater justo à porta do governo do Distrito Federal, cujo mandante não é propriamente um grande exemplo de governante. Tampouco de ministro dos esportes – como aliás todos os que passaram pela pasta, absolutamente ineptos. Só estão lá porque o governo do PT leiloou este cargo para o PC do B.

E quando falo que não compartilho do entusiasmo é que uns dão a corrida como “certa”. Por outro lado, prefiro ir para o viés do “pode receber”. E, repito, para que isso aconteça, o Autódromo Nelson Piquet terá que ser amplamente reformado: novos boxes e paddock, novo asfalto, novas guias, áreas de escape muito mais seguras e nova drenagem.

Claro, a CBM afirma que no caso da morte da piloto Vanessa Daya, “as condições do circuito não influenciaram”. Mas há quem duvide.

MotoGP de volta ao Brasil? Vamos com calma. Melhor esperar. Eu só acredito vendo.

Foto: Makoto Tamada, o vencedor do último GP do Brasil de MotoGP em 2004 (arquivo)

Comentários

  • Não sei se as pessoas não souberam ler a noticia, precisa de aprovação para ter a corrida, não esta certa, acho muita empolgação para nada, vejamos.
    Fazer uma reforma completa em 1 ano já deveria ter começado, pois ainda vão fazer licitação, toda a documentação etc. O autódromo esta um lixo absoluto, se corrida da Stock quase não aconteceu, imagina Moto GP????
    Ainda com envolvimento de CBM e Agnelo Queiroz em ano de eleição? Ta com cara de uma puta lavagem de dinheiro ou de propaganda eleitoral, não acha?

  • “Nosso” Governador Agnelo é um piadista, esse ano reuniu-se com os representantes da Indy e hoje não se fala mais no assunto. É certo que nosso autódromo necessita de uma profunda reforma, mas existem limitações físicas para receber a MotoGP mesmo havendo uma reforma. Em três curvas do anel externo não existe espaço para ampliação da área de escape, pra quem não conhece existe a pista o espaço entre o autódromo e a avenida que dá acesso é minimo, basta dar uma olhada rápida no google maps que fica mais fácil entender o que estou dizendo, não é possível ampliar a área de escape em padrões internacionais pela falta de espaço nos arredores do autódromo.

  • Ao se notar o tempo estipulado desde o projeto da reforma, sua execução e a realização da prova fica difícil acreditar que essa corrida vai acontecer…

  • Caso reformem vai ficar um brinco. Mesmo sem manutenção adequada é um puta de um circuito estruturalmente falando. O ponto mais fraco é de longe os boxes e a falta de áreas de escape maiores em alguns trechos. Em relação ao acesso ao circuito nunca vi um circuito tão bem localizado.