Decisão sensata
RIO DE JANEIRO – Avisa o nanonarrador e mequetrefe Luc Monteiro que o Automóvel Clube de Cascavel cancelou a etapa do Brasileiro de Endurance, prevista para o Autódromo Zilmar Beux, daquela cidade, no dia 20 de outubro.
Segundo a imagem que ilustra este post, os altos custos para a realização da corrida e o baixo número de inscritos fizeram o clube local e a Federação Paranaense de Automobilismo (FPrA) a tomar tal decisão.
É uma atitude sensata. Mas que mostra muito bem o lamentável estado do esporte a motor no Brasil. As competições de Endurance são interessantes e jamais decolam aqui por uma série de fatores – entre eles a instabilidade de regulamentos e, principalmente, o fato de que a CBA não consegue dar uma cara a este campeonato.
Numa atitude revanchista de sua administração, Cleyton Pinteiro tomou das mãos de Toninho de Souza a promoção das provas do certame. Entregou para Antonio Hermann e a SRO, que caíram fora do barco rapidinho. Depois, foi criada a Top Series, sob a responsabilidade de Marcello Sant’Anna e da Auto + Entretenimento – também não deu certo.
Francamente, o que esperar da CBA, que nos ‘premia’ com uma das mais ineptas administrações de sua história? Quem conhece o esporte a fundo nunca viu coisa igual, tamanha incompetência e decadência reunidas num dos piores momentos do automobilismo no país – muito pior do que quando o Ministério da Educação cismou de proibir as corridas por aqui em 1976, alegando que se consumia muito combustível nos autódromos.
E ainda somos premiados com as denúncias envolvendo a Federação de Automobilismo do Distrito Federal e seus dirigentes, numa teia de corrupção e desvio de verbas. Fosse este um país sério e tudo isso seria investigado. Fosse este um país sério e ninguém se locupletaria nos seus cargos.
Cada dia mais acredito que vim parar no país errado…
Eu, que adoro endurance e neste ano troquei de vez a F1 pelo WEC, nem sabia que tinha um Brasileiro da modalidade. Em pouco tempo, o automobilismo neste país vai ficar restrito à memória e aos videogames.
Tem jornalista que vai me crucificar, mas acredito que a volta aos bons tempos do endurance tem que passar pelo Rio Grande do Sul. A grande maioria destes carros/pilotos/preparadores está no RS,(apesar de existirem vários no Paraná e outros tantos em São Paulo). O RS tem 4 pistas(5 se contarmos a vizinha Rivera a ser reinaugurada em breve). Fazer um bom campeonato gaúcho, fortalecer a categoria e quando tudo estiver muito bem sedimentado, partir para um Sul Brasileiro. Incentivar as categorias de turismo, que enchem o grid e dentro do possível dar condições para preparadores mexerem nos protótipos, usando criatividade. Tenho certeza que em pouco tempo o endurance volta a ser uma categoria atrativa. Naturalmente que não pode descuidar da parte promocional.
Giacomello, você tem toda razão no que está dizendo. De minha parte, não vou crucificar o que você disse. Abraços!
Fui piloto de endurance durante muitos anos. Tenho verdadeira paixão pela categoria. Fico triste com o que está acontecendo.
Caro Mattar !
Recentemente escrevi apoiando duas considerações a respeito da Endurance, em especial a prova de Austin da FIA WEC, e com a mesma intenção me permito comentar a respeito do Campeonato de Endurance no Brasil.
Para não alongar continuo além das palavras certíssimas do Giacomello.
Não resolve criticar a CBA por ter retirado das mãos de fulano, ter entregue nas mãos de sicrano etc…..etc….dentro do estilo circo, modelo maior criado para a F1 pelo repugnante Ecclestone que acabou com o valor dos pilotos, para priorizar as fanfarronices do circo e todos encherem suas burras com muito dinheiro, o automobilismo brasileiro quer e está seguindo o mesmo exemplo.
Desconheço quem são, mas esta gente se apossou de tudo que envolve o automobilismo de competição no Brasil e só dá certo o que desejam e aquilo que lhes porá dinheiro no bolso.
Por esta sanha já conseguiram liquidar com diversas categorias no Brasil.
Não sou contra ter lucro em empreendimentos, mas também é preciso que se respeite equipes, preparadores e pilotos que já existem e estão fora deste circo, nos moldes que o Giacomello falou, e deixe esta gente que sabe fazer automobilismo administrar a Endurance.
Ninguém no Brasil conseguiu fazer andar a Fórmula Júnior ou a 1.6 até que as viaturas vieram para o Rio Grande do Sul, e aqui elas vão muito bem, assim como a Endurance.
O assunto é muito longo e eu paro por aqui, com a recomendação que analise os fatos.
Muito agradeço sua atenção.
Roberto Giordani
Coordenador da Confraria dos Pilotos Jurássicos.