S.O.S automobilismo brasileiro

RIO DE JANEIRO – A situação do automobilismo brasileiro requer um pedido de S.O.S., ao estilo Titanic. Há tempos, desde que Cleyton Pinteiro foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, este blog e o ex-blog vêm cobrando atitudes benéficas para o esporte neste país.

Infelizmente, não é o que temos visto. Desnecessário dizer que esta administração é a mais inapetente da história – uma das que mais deixou perecer categorias – aliás e a propósito. Basta dizer que, num curto espaço de tempo, chegaram ao fim a Copa Fiat (antigo Trofeo Linea), a Fórmula Futuro, a Copa Peugeot de Rali, o Brasileiro de Spyder Race, o Mini Challenge, a Top Series, o Audi DTCC e a Copa Montana. Esta última foi a única substituída pelo chamado Campeonato Brasileiro de Turismo.

Apesar desse rol assustador, as federações referendaram a permanência do mandatário em seu cargo e ele foi reeleito para permanecer como presidente da entidade por mais quatro anos. Aliás, é um critério bastante discutível esse que permeia a eleição da CBA.

Tão discutível quanto a atuação da Federação de Automobilismo do Distrito Federal na sua esfera administrativa, com o chamado “autoduto” e uma roubalheira de fazer inveja aos anões do orçamento e ao pessoal do mensalão, na mesma Brasília que hoje é palco de alguns dos maiores escândalos do automobilismo nacional.

Não bastasse as denúncias apuradas pelo site Grande Prêmio, a situação do autódromo de Brasília, inaugurado em 1974, beira a tragédia. Sem receber grandes reformas de estrutura e melhorias desde que foi erguida, a pista vai de mal a pior e mais uma vez assistimos um show de horror durante o fim de semana da 5ª rodada dupla do Brasileiro de Marcas e 6ª da Fórmula 3 Sul-Americana.

Aliás, o certame tido como continental beira o fundo do poço com uma quantidade pífia de carros na pista. Foram apenas seis carros no circuito externo planaltino – quatro da classe principal e dois da Light. Pelo visto não adiantaram os esforços em reduzir os custos da categoria. Não é todo mundo que dispõe de orçamento à altura para manter equipamentos importados (chassis Dallara italiano e motor Berta argentino) e muito menos existe incentivo da CBA e da Codasur para a permanência da F-3 como esteio de jovens valores para o tão combalido automobilismo brasileiro.

A CBA provou sua inépcia ao tentar organizar a chamada Fórmula Júnior por mais de uma vez e hoje os gaúchos dão um show de competência ao manter a competição viva. Esse certame e a Fórmula 1.6 são – além da Fórmula Vee de São Paulo – os únicos que trabalham a transição do piloto jovem do kart para o monoposto no país. São alternativas boas e baratas. Só não vê quem não quer. E há quem infelizmente não queira ver.

Não deixa de ser risível quando o presidente da CBA sorri daquele jeito característico e afirma, com todas as letras, que a base rende frutos. Se rendesse, não estaríamos nessa entressafra que caminha a passos largos no automobilismo internacional e uma das fases do Campeonato Brasileiro de Kart, no Eusébio (CE), não teria sido marcada pelo absoluto desastre que foi o asfalto se desprendendo em pedaços.

E aí, diante de tudo isso, pergunto: quantos pilotos, de fato, nós podemos contar para o futuro? Quem realmente tem potencial para fazer uma boa campanha lá fora?

Ok… hoje temos Augusto Farfus muito bem no DTM, João Paulo de Oliveira com o nome feito no automobilismo japonês, Lucas di Grassi a caminho de se tornar piloto fixo da Audi no WEC e Bruno Senna provando, como todos os outros que citei, que existe vida além da Fórmula 1. Sem contar Nelsinho Piquet e Miguel Paludo na Nascar e os já estabelecidos Tony Kanaan e Hélio Castroneves na Fórmula Indy.

Já na chamada categoria máxima, a situação é preocupante. No caminho da Fórmula 1, só Felipe Nasr, que em dois anos de GP2 jamais venceu uma corrida na categoria de acesso. O xará Massa ainda não está garantido para 2014 e, contrariando as expectativas, poderá ter que lançar mão do expediente de pagar por sua vaga e se tornar, ora vejam, um pay driver. A que ponto chegamos…

Voltando ao que aconteceu em Brasília: os pilotos se submeteram ao vexame de correr, neste fim de semana, numa pista onde foram construídas à guisa de gambiarra, logicamente, três lombadas na saída de algumas curvas do traçado, para que os pilotos não tirassem benefício do acostamento.

Muito bem: lombada é um negócio que eu não gosto no trânsito – que dirá num autódromo. Lombada é excelente para Rali e Motocross. Para circuito fechado, é uma brincadeira de mau gosto, um acinte. E essa brincadeira quase saiu muito caro.

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Na corrida de ontem da F-3 em Brasília, o piloto Raphael Raucci foi vítima de uma destas lombadas: o piloto decolou ao passar por cima de um desses indesejáveis obstáculos, dando um impressionante voo de 25 metros com seu Dallara F308. Evidente que o carro teve danos, Raucci abandonou a corrida e o prejuízo foi material, financeiro e esportivo, pois o piloto perdeu a liderança do campeonato para Felipe Guimarães.

Rogério Raucci, o pai do piloto, que investe na carreira de Raphael e de seus outros filhos, no automobilismo, fez um desabafo com grande propriedade no facebook, que reproduzirei ipsis litteris aqui embaixo.

“Hoje foi um daqueles dias em que a vida passa na nossa cabeça como um raio!

Quem me conhece sabe que sou um cara super dedicado à minha família e às coisas em que acredito. 

Quem me conhece sabe que sou amante do automobilismo e apoiador do esporte!

Quem me conhece sabe que eu sempre lutei para que os regulamentos e as normas sejam respeitadas.

Hoje estou chocado!

Meu Deus, estou colocando as pessoas mais importantes da minha vida em um esporte de risco, cujo risco é estupidamente aumentado pela incompetência, arrogância, ignorância e descaso de alguns assessores e colaboradores da CBA!

Como alguém em sã consciência pode colocar aquelas lombadas nas saídas de curva do Autódromo de Brasília?

Sabem qual foi a explicação? “Essas lombadas estão aí para evitar que o piloto use a área de escape além da zebra.”

Então as lombadas foram colocadas propositalmente e com o objetivo real de penalizar o piloto caso ele desse uma de espertinho e usasse mais pista do que o permitido.

Ótimo, caso ele não consiga evitar a área de escape ele morre?

Foi isso que poderia ter acontecido hoje! Um do seus tesouros poderia ter se machucado.

A organização está tirando as lombadas agora, estive na pista e filmei tudo. Pasmem, teve gente que não gostou da minha filmagem. Talvez eu devesse perguntar a ele se fosse o filho dele que estivesse exposto ao risco o que ele faria.

Vamos tratar desse assunto com a serenidade que o assunto merece e vamos nos unir à CBA para evitar que esses péssimos assessores e responsáveis pelas vistorias de pista continuem a cometer esses desmandos e sejam responsabilizados e afastados.”

Some-se a esse completo desastre o fato de que a sinalização aos pilotos do Marcas e da Fórmula 3 foi improvisada, totalmente “nas coxas”, graças à iniciativa do Guará Motor Clube, comandado pelo mentor do “autoduto” de Brasília.

Vai mal, muito mal, o automobilismo brasileiro.

Categorias morrem, circuitos são extintos, kartódromos destruídos, as montadoras preferem patrocinar Copa do Mundo e Olimpíadas (e quem investiria num automobilismo tão mal gerido?) e o presidente da CBA continua achando tudo lindo e rindo, como se nada acontecesse.

Sim, está acontecendo o desastre diante dos nossos olhos. Se não houver união em torno de um nome de consenso capaz de reerguer o esporte desse momento terrível que ele vive, a morte do esporte no país será infelizmente decretada de fato – porque na visão de muitos, o automobilismo aqui já morreu faz algum tempo.

Comentários

  • Grande matéria desse monstro R. Mattar. Infelizmente nosso automobilismo vai de mal a pior. Quanto a essas “lombadas” elas são um absurdo, já vi vários acidentes por elas causados, inclusive meu filho sofreu um capotamento no brasileiro de marcas de 2011 em Londrina após passar por cima de uma delas e ontem poderíamos ter visto um grave acidente na F3 em Brasília. Será que estão esperando acontecer um acidente fatal p/ removê-las dos nossos autódromos? Em interlagos a CBA obriga a usar a chicane na curva do café, a qual, também já provocou vários acidentes.

    • Andre Bragantini, sua presença muito me honra. Nós precisamos salvar esse esporte da morte iminente. A hora é agora. Abraço grande e obrigado por seu comentário.

  • Pois é, e este momento do automobilismo se reflete claramente nas arquibancadas (vazias, na maioria delas) e no espaço e audiência na TV…

    Eu, por exemplo, já não me interesso mais por categorias como Stock Car e GT Brasil, diminui consideravelmente minha frequência no autódromo por conta do atual momento destas categorias, que além de tudo, desprezam o torcedor comum, que compra o ingresso, que toma sol e chuva, que consome produtos de vestuário e alimentícios mas que ainda assim não tem sinalização adequada nas dependências dos autódromos, não tem banheiros limpos e funcionando com o “básico”, enfim, não é tratado com o mínimo de respeito. Na boa…para mim chega!!!

    Atualmente,, das categorias nacionais, considero apenas a Truck ainda digna de meu tempo e dinheiro…além dela, apenas o WEC me faz ir a Interlagos…GT e Stock Cacá, ou qualquer outra da VICAR, esquece!!

    Enquanto esta gente mandar no automobilismo brasileiro, enquanto os pilotos (sim, eles tem parcela de culpa…) enquanto acharem que correm em categorias maravilhosas, enquanto não se rebelarem contra corridas em autódromos tão perigosos quanto a Marginal Tietê , a tendência é piorar…ou morrer de vez.

  • Deixar o Guará Motor Clube para sinalizar é triste, no bairro Guará só tem um kartodromo. Esse amadorismo aqui em Brasília ainda vai matar mais pilotos.

  • Caro Rodrigo !
    Não será hora de parar com choramingos e reclamações e fazer uma denuncia ao Ministério Público? Quem tem o passado que não tem mácula, faça a denúncia.
    Respeitosamente,
    Roberto Giordani.

  • Já faz quase 10 anos que a F3 Sudan tem uns 10-15 carros no grid. Ela é reflexo da atual situação do kartismo. Não basta ter certames com 200 pilotos incritos, se 99,9% não tem apoio suficiente para fazer um planejamento de carreira.

    O Titônio Massa, pai do Felipe, disse que no último ano da F-Futuro, o piloto campeão em uma competição (acho que foi o brasileiro de kart) foi premiado a passar para a categoria de fórmula a custo de “apenas” 60 mil reais, a temporada (mais barato que correr de kart). Para surpresa de todos ele não foi. E certamente não foi por falta de vontade e sim falta de apoio financeiro.

    A coisa é mais difícil do pensamos e elevada ao dobro pela péssima gestão da CBA.

  • O automobilismo Brasileiros, morreu a muito tempo. Infelizmente, quando políticos entre no sistema e profissionais e com experiência e competência para gerenciar. Ai, meu amigo já era. O autódromo do Rio e um dos retratos do que a por vir. E difícil passar por la e não ver o som dos motores. E difícil saber que eventos como as formulas das mais variadas categorias nao mais em jacarepagua. Não vou enganar que já estava decretados a muito tempo. Não tinha nenhuma estrutura para eventos (Banheiro já não tinha e …..). Infelizmente, a quase vinte anos que os domingos não são mais os mesmos. Isso tudo poderia ter tomado outro rumo. So que a resposta esta ai……
    No Rio, um dos melhores autódromos do mundo. Foi demolido para legado olímpico. O retrato tai pra todo mundo ver. Parque aquático, velódromo, engenhao, centro de tiro e tantos outro no Rio. E so procurar os meios de comunicação e vocês teram a resposta. Assim e o Brasil

  • Belo texto Rodrigo. Ontem não acompanhei pela TV, as provas do dia, porque estava as volta com o transporte dos carros para o nosso evento aqui no Rio, em Outubro, mas a situação é lamentável mesmo.

    A forma como a CBA administra o automobilismo aqui é ridícula.. A curva do Café, muito bem lembrada pelo nosso amigo André Bragantini, continua lá matando pilotos, e Interlagos sofrerá uma obra enormee para atender a FIA, e, e essa parte da pista?

    Difícil viu… muito difícil

    • A chicane da Subida do Box nunca foi usada pela Formula Vee baseada na carta do Charles Whiting que avisava que a F1 iria correr no circuito normal, se serve para eles serve para nós. No final, colocaram uma bandeira amarela no local solenemente ignorada, depois disso desistiram.
      As categorias nacionais que aceitam aquele aborto o fazem por culpa própria, que mandem os caras catar coquinho e façam o que quiserem.
      São Paulo tem dono, quem manda somos nós.

  • Venho cobrando há tempos a CNC – Comissão Nacional de Circuitos – da CBA, desde o 1o episódio em Brasília, os bueiros da Stock Car. Nunca obtive resposta oficial. Seu presidente digna-se apenas a se blindar atrás de uma corrente de puxa-sacos que tem, por ter sido administrador do Velopark e provavelmente ter facilitado a vida dessas pessoas, quem sabe com alguma benesse que comprou-lhes a consciência e o senso crítico. Mas não é esse o assunto. O assunto é que a CNC sempre tira o corpo fora. No episódio dos bueiros, disse informalmente, via Facebook: ‘aprendemos muito nesse fim de semana’. Como assim, aprendemos? A CNC tem que ensinar sobre circuitos, não aprender. Cobreio-os novamente no episódio Eusébio, dessa vez a saída foi jogar a culpa no colo na CNK – Comissão Nacional de Kart. Como o presidente da CNC parece dedicar a maior parte de seu tempo à construção de um autódromo no Uruguai (os brasileiros devem estar perfeitos), fiz uma pergunta oficial à CBA, via assessoria de imprensa do órgão, mas diretamente ao presidente da CNC e CBA. A pergunta era simples, se essas viagens ao Uruguai eram custeadas pela CBA. Não recebi resposta até hoje. Me pergunto se eles têm obrigação de me responder. Acho que não, Meus 29 anos de jornalismo esportivo e trabalho dedicados 100% ao automobilismo, não devem pesar em nada, dão de ombros. Mas como gestores de uma Confederação esportiva, devem sim explicações sobre os bens que supervisionam, na maioria públicos, como o Autódromo de Brasília, por exemplo. Portanto amigos, o automobilismo vai mal e os autódromos brasileiros piores ainda, mas fiquem tranquilos, o de Rivera vai ficar show, graças à consultoria da CNC. Se tivesse o mínimo de decência, o presidente da Comissão Nacional de Circuitos entregaria seu cargo, hoje.

  • Infelizmente uma das federaçoes que votara contra a reeleicao do Sr Pinteiro, foi a FADF FEDERACAO DE AUTOMOBILISMO DO DISTRITO FEDRAL, e todos sabem o que aconteceu com a referida federaçao, foi eliminada, cassada e descredenciada pela CBA, estamos tentando reergue-la mas nao conseguimos em virtude de atitudes manipuladoras do Sr. Pinteiro e seu fiel escudeiro o Dr. Zeraik, o automobilismo do centro oeste esta na mao do Sr. Argenta (Kart DF)e do Sr. Ney da FAUGO a mando do Pinteiro, e os dois mandatarios que nao largam o osso a decadas e ja fizeram e fazem o que querem no automobilismo do centro oeste….o autodromo de BSB, esta sem comandante e a deriva, o campeonato regional que no ano passado e no inicio de 2013 contava com grids de mais de 30 carros está largando hj com no maximo 20 carros, denuncias de desvio de recursos e falcatruas estao vindo a tona em sites e blogs especializados e nada acontece, se nao fizer parte do clube do PINTEIRO, vc amigo piloto e entusiastas, está fora do contexto!!!
    Vejamos pelo lado desportivo, um caos, penalidades abusivas, desmandos, provas fora de seus calendarios, e temos que acatar tudo e abaixar nossas cabecas, entao o destino do automobilismo nessa gestao desastrosa sera mesmo o fim, ja estavamos na UTI, agora esperaremos a extrema unção….

  • Mais uma vez,como amante do automobilismo há 60 anos,pergunto: Aonde estão os icones do BRASIL na area,(Familia Fittipaldi,Familia Piquet,Barrichelo,Kanaan,Castroneves,Familia Bueno,etc,etc),que não tomam frente ,perante a balburdia que impera na CBA.

  • Rodrigo

    Eu acompanho todos os noticiários esportivos do Brasil, dentro do meu tempo disponível. O que tenho observado é a completa ruína, para não dizer falência, do modelo de gestão coletiva dos esportes em geral. O que a CBA vem fazendo é apenas sintomático, mas não o único, pois o que se observa em outros esportes é bastante análogo, onde não falta praticantes, empresas que se interessam, mas a confederação responsável não viabiliza nada e o que se vê é apenas geração espontânea, fruto do acaso, mas não de trabalho.

    Falando especificamente de esportes à motor: Temos tantos pilotos capazes, ex-pilotos que se mostram grandes homens de negócios, gente de bem e com capital intelectual para romper com esse estado de coisas. O governo trata desse assunto como se fosse um problema privado, a FIA se cala e/ou ignora o que está havendo, apenas poucos jornalistas lúcidos tentar dar murros em ponta de facas, mas o resultado é nulo.

    Quando você vê bandidos, gente com crimes comprovados, muitos com sentenças judiciais proferidas, à frente da promoção, gestão e manutenção do esporte e que são os mesmos que elegem o presidente da CBA, fica a certeza que nada vai mudar, mesmo com essa lei em que extingue (em tese) os feudos esportivos.

    Será que não é hora de um levante, um motim, onde os praticantes, a mídia especializada (mas não a RGTV, pois para ela o pior é o melhor pois assim ela manda e desmanda), ex-pilotos, patrocinadores, donos de equipes se juntarem, romper com esse banditismo, fundar um novo orgão gestor, que funcione como uma empresa (com obrigação de lucros, responsabilidade e função social, que abarque desde o kartismo (seja amador seja profissional) até a F1? E que esses homens de bens e do bem entregue à FIA e a Justiça provas cabais do que esses gestores fazem à ponto de que esse novo orgão seja reconhecido e ponha tudo para andar.

    Se depender do atual estado de coisas, podemos chorar em pleno Vaticano que não teremos pilotos em categorias Top (em especial F1), o esporte a motor , nas TVs, relegado a horários como o do Rugby ou do Golf.

    Temos massa humana o suficiente para, TODOS OS ESPORTES, sermos uma verdadeira potencia, mas hoje somos apenas do volei e do futebol (em termos, diga-se de passagem).

    Mas acho que sou apenas um homem comum sonhando acordado com uma utopia.

  • Nós de Brasilia tamos sofrendo com essa pouca vergonha colocam um clube que esta envolvido e devios de verba publica ja expulso pela CBA aos 4 anos atras e volta com moral conforme materia do Victor Martins

  • Eu não tenho procuração para defender a CBA ou o Clayton, mas não dá para concordar com o texto e muito menos com a maioria dos comentários.
    No que se refere estritamente ao “papel da CBA”, segundo seu próprio estatuto, está o “fomento ao automobilismo”. Até aí, se alguém chega lá querendo promover uma categoria, “promover” é permitir ou não permitir o novo campeonato?! Homologar ou não uma pista?!
    Não há dúvida que falta uma mão “moderadora”, no sentido de preservar o esporte e, também, não há dúvida que há uma relação negativa entre o que a CBA “cobra e o que ela oferece”, agora, é necessário um minimo de lucidez para se discutir o assunto!
    O autódromo de Brasília é do DF o de SP é do município, assim como era o do RJ. E daí?! a CBA faz o quê?! Ela não tem nem terá poderes para obrigar ninguém a fazer nada. Seus poderes limitam-se a homologar ou não uma determinada pista. Para além disso, “faz de conta” que a entidade saia por aí prospectando patrocínios para o esporte, ela vai chegar numa empresa com um contrato cujo beneficiário é o DF (ou outro município) sobre o qual nunca haverá nenhuma ingerência? Dá para imaginar que algum executivo de alguma empresa assinaria um contrato assim?!… Se falta profissionalismo no nosso automobilismo, vai de “A a Z”. Quem acha que a CBA teria que “arrumar grana” para os autódromos ou mesmo para as categorias está uns 40 anos fora da realidade. Isso não existe aqui e nem em nenhum outro lugar do mundo mais. Os dirigentes, comissários e etc… não são profissionais e nem podem ser. Dedicam-se part time às competições. É claro que não funciona… Já existem suficientes questões negativas DENTRO das atribuições da Confederação. Poderíamos ter algum êxito se nos dedicássemos a elas. Regulamentos, credibilidade, arbitragem, estratégia, segurança, gestão… Estes temas são de total atribuição da Confederação. Reformar autódromos, promover “eventos” e pagar as contas dos pilotos, não. Aqueles “áureos” tempos, quando pilotos morriam, pagavam seus mecânicos do bolso e as provas eram organizadas com o valor da inscrição, não existem mais.
    Nos dias de hoje, nada está imune às leis de mercado. Se a Mini ou a Linea acabaram, foi porque não tinham mais viabilidade econômica. Arquibancadas cheias custa; TV custa; andar de F1 também custa. Aliás, por este raciocínio de “validação”, teríamos apenas 10 confederações do mundo “com pilotos na F1” e isso, incluindo a Venezuela, Mexico e a Finlandia.
    Criticar a CBA é fácil, até porque, razões não faltam mesmo, agora modificar efetivamente alguma coisa no automobilismo ou em qualquer lugar, exige atitude e uma visão lucida do assunto.

    • Donateli, cadê a atitude? É isso que estamos cobrando. A CBA se jacta do seu trabalho de base e cadê o trabalho de base? Cadê a transição do kart para o monoposto? Onde estão aqueles jovens talentos que um dia apontamos como prováveis talentos do automobilismo? Isso é trabalho de fomento do esporte, como você mesmo diz, correto? Cadê o trabalho?

      • Caro Rodrigo,
        Se não fui claro suficiente, segue aí com todas as letras: A CBA FAZ UM TRABALHO MUITO RUIM E AQUÉM DO NECESSÁRIO QUANTO AO FOMENTO DO AUTOMOBILISMO.
        O que eu procurei trazer à discussão, e sustento, é que, TODO MUNDO reclama , todo mundo bate na CBA, mas sou capaz de apostar que NINGUÉM sequer se deu ao trabalho de ler o estatuto da entidade da qual é filiado.
        O problema de um automobilismo “profissional” é dos profissionais! Pilotos, Equipes, Promotores, jornalistas e até mesmo patrocinadores. A crítica à CBA não é apenas é INÚTIL, já que não há receptividade nem interesse para mudar isso, mas é NOCIVA ao próprio automobilismo. Trabalho com marketing esportivo junto aos esportes a motor há quatorze anos e já parei de contar as vezes que escutei dúvidas sobre a credibilidade do ambiente. Já ouvi de uma indústria automobilística que “eu prefiro patrocinar um show da Gal Costa, porque não tem risco”. E eu tenho que concordar, claro! Se algum diretor de marketing assinar um contrato de patrocínio por aqui e não entrar no Google, é mesmo muito incompetente. Se entrar e assinar, é um irresponsável!
        Eu gostaria muito que cada um fizesse a sua parte, apenas. Não acho que a CBA seja muito pior que a imensa maioria das outras confederações do mundo, e eu conheço algumas. Quanto ao automobilismo, aí eu conheço vários! Posso garantir que, com tudo de ruim, temos um dos dez melhores do mundo, mas, em termos de business… longe disso!
        Quando é que vamos FAZER alguma coisa?!! Porque, se tivermos que esperar nascer alguém para presidir a CBA, pelo estatuto, teremos que aguardar ainda, pelo menos, 21 anos.
        Grde abço e parabéns pelo Blog e atitude democrática em publicar meu texto. Tem um outro que entende “muito mais” de esportes como Automobilismo e Futebol – tanto que o dono corre de DKW ou Lada e torce para a Portuguesa – onde até hoje não emplaquei um! Mas eu entendo: business is business. Who care about the races?!

    • Donatelli, parabéns pela explanação. A verdade tem que ser dita. Aqui em Brasilia a coisa vai piorar, pois existe um projeto para reforma do autódromo. Até ai tudo bem, as instalações realmente precisam ser reformadas, ocorre que existe previsões de modificações no circuito, planejadas com toda a certeza por algum arquiteto de plantão que não é do ramo, e assistido por quem nunca sentou a bunda num carro de corrida para ver como é que as coisas acontecem lá dentro. Além do mais temos aqui um dos circuitos mais técnicos do mundo e temo que irão acabar com ele,
      Mais uma vez parabéns .

  • CBA, CBM,FPM, federação de motociclismo do RJ, enfim, nenhuma delas cuida do esporte como deveria… Nunca a CBA deveria ter permitido que destruíssem Jacarepagua, somente para citar um exemplo (existem outros), realmente para quem viveu e curtiu o esporte a motor de 20, 30, 40 anos atrás, o cenário hoje é de cortar o coração. Sou pessimista não acredito que farão as obras que o autódromo de Brasilia necessita, não acredito que outro autódromo seja construído no RJ, e se não houver atenção Interlagos será transformado em condomínio. A propósito a prefeitura de SP alegou que não tem dinheiro para realizar a Indy em SP em 2014, mas garanto que não haverá problemas para gastar dinheiro com a promoção da copa.

  • De pronto, parabéns ao Rodrigo Mattar pelo artigo (por sinal, algo já repetitivo de minha parte: não é de hoje que destilo merecidos elogios à este conhecido escriba carioca). Dito isso, ressalto ter ficado impressionado com determinado trecho do ‘comment’ efetuado pelo jornalista Alan Magalhães. In verbis,e, sobre o assunto ‘corrida DF’, este renomado jornalista diz: “Não recebi resposta até hoje. Me pergunto se eles têm obrigação de me responder. Acho que não, Meus 29 anos de jornalismo esportivo e trabalho dedicados 100% ao automobilismo, não devem pesar em nada, dão de ombros”. So what? Pois, ao ler a indagação feita pelo Alan, gostaria de acrescentar que ele, como jornalista competente e interessado em ver o esporte motorizado sempre em alta, apenas reverberou o que boa parte da comunidade automotiva nacional se questiona. Creio ser desnecessário me alongar sobre o fato de que a Imprensa serve como esteio para que a população interessada em determinada assunto – aqui, no caso, Automobilismo –, obtenha respostas. Por sinal, dia desses, lendo biografia de um ex-dirigente da IHRA, Mr. Lawrence Guilboard
    (Creio que o citado ‘gestor’ da CNC, por ocasião das viagens efetuados aos EUA para acompanhar o ‘universo’ da modalidade ‘arrancada’ – no período em que atuava junto ao autódromo Velopark, certamente ouviu falar dele, quiçá o conhecido pessoalmente: até porque, ao contrário do que acontece em ‘terras brasilis’, pessoas de alentado conhecimento e comprovada competência, tem emprego garantido e, melhor ainda, remuneração ADEQUADA. Evidente, Mr. Guilboard faz jus aos citados quesitos).
    Mas, voltando: na página 139 de seu livro de memórias, ele tece interessante relato sobre um momento de transição sofrido pela IHRA, abre aspas e dois pontos: “Com todo este proselitismo entre a entidade e os donos de autódromo, todo mundo fica tenso e, pior ainda, ninguém se preocupa em resolver os problemas que saltam aos olhos. Antigamente, quando um assunto empacava, todo mundo se fechava na sala e procurava um modo de resolver a questão. Sim, sempre existiu uma certa ‘rivalidade’ entre os donos e os dirigentes. Só que, antigamente, quando se caía num impasse, dizíamos para nós mesmos: ‘esperem, a imprensa e, por conseguinte, o público – clientes de nossas corridas – querem respostas. Vamos esquecer as diferenças, resolver o primordial problema e, através dos jornalistas, expor a realidade. E dizer, sem medo: Erramos. Mas queremos acertar o rumo. Voces querem nos ajudar?’. Mas hoje, é aquela situação: conversa, conversa… e mais conversa.”
    So what? Diante do que li, mais que óbvio eu admirar ainda mais os dirigentes americanos. Eles, ao menos, tentam resolver os problemas. Seria bom se isto acontecesse por aqui. A comunidade automotiva, penhorada, antecipa agradecimento…
    No (ingênuo) aguardo de que haverá manifestação,
    Atenciosamente,

    Paulo McCoy Lava
    Jornalista de Automobilismo, RGS

  • A CBA deve set presidida por pessoas atuantes no esporte,e de preferência por pilotos, porque esses sabem onde o bicho pega. Mas deve ser piloto profissional que esteja na ativa e com um vasto corriculum no esporte,e quando eu digo «vasto», é no mínimo com 30 anos,e muitos campeonatos disputados, não adianta por lá os aposentados não, tem que estar na ativa que saiba ser político,e que vá a Brasília

  • Vou me ater apenas ao episódio “lombadinhas”. A Fia depois de 50 anos de aprendizado que custou sangue, suor e lágrimas define que quem colocar as 4 rodas fora da linha é penalizado. Vemos isso na F1 com o Vettel sendo punido uma ou duas vezes além de outros que não me recordo. Na nossa Formula Vee isso também ocorre e nunca houve a menor discussão ou questionamento sobre a informação do Comissário de Pista, ainda mais porque todos os Formula Vee tem camara onboard que é capturada depois da prova.
    Podem reparar que quase todas as áreas de escape são asfaltadas, é mais ou menos o caso de Interlagos. Em resumo, se a F1 e a DTM e outras categorias de ponta não precisam de lombadinhas qual a razão desse gênio do automobilismo de inventar essa momice? Custa obedecer às regras da alma máter que é a Fia?
    Olhem o site da CBA e vejam a diretoria, parecem um bando de Jecas Tatus, não tem um paulista, não deve ter um que fale e leia francês e inglês para saber ler as regras da Fia.
    A eleição da CBA é errada, cada Federação tem um voto, isso dá margem à conchavos, compra de votos, loteamento de cargos. A eleição deve se dar por um Colégio Eleitoral onde cada Federação tenha um número de votos proporcional ao número de pilotos filiados e modalidades organizadas. Tem Federação que faz mal e porcamente uma corrida de Kart por ano e um Rallye de casado contra solteiro e tem o mesmo voto que as Federações do RS, PR e SP.
    Não tem jeito, o Ministério dos Esportes e o Congresso via CPI tem que intervir nisso e acabar com esse festival de incompetência estrutural, não adianta mudar as pessoas, tem que mudar a estrutura da eleição. Sem isso não há salvação e é mera perda de tempo, criticar os diretores da CBA é bater em criança;

    • O cara que solicitou a colocação de “lombadas” deve ser no minimo responsabilizado pelos danos causados no carro acidentado. Esse FDP, tem que de alguma maneira pagar por sua imprudencia, impericia e irresponsabilidade. Se fosse meu filho, no carro com certeza esse fdp já estaria com alguns pontos na cara, para se lembrar todo dia ao olhar no espelho, que atentou, com sua ação, à vida de alguem.

  • Muito boa e oportuna materia Rodrigok ! Sou do RS e lhe afirmo que a FGA em conjunto com os promotores da(s) categoria(s) estão fazendo um trabalho diferenciado comuito afinco e dedicação na organização destas competições aqui no Sul (Formulas Jr-1.6/1.8), fortalecendo assim o nosso automobilismo e projetando inclusive novos talentos! Que 2014 seja + promissor ainda e com certeza será ! Quanto a CBA…a mesma ladainha de sempre !