Recorde no Sul

DSCN6867RIO DE JANEIRO – Enquanto as coisas vão de mal a pior a nível nacional no nosso automobilismo, a turma do Sul não deixa a peteca cair e mostra mais uma vez o caminho das pedras. Na 7ª rodada da Fórmula 1.6, disputada no fim de semana passado em Tarumã, a categoria registrou novo recorde de inscritos: foram 22 carros, com vinte e um deles largando para a primeira fila.

No monoposto #89, à direita e em primeiro plano na foto, está Matheus Stumpf, que fez a pole position com a média de 163,431 km/h. Entretanto, a corrida dele durou apenas quatro voltas na primeira bateria e Ismael Toresan não só venceu esta etapa como também a seguinte, completando 100% de aproveitamento em Tarumã. Fernando Stédile foi duas vezes segundo colocado e com isso ficou muito próximo do título na classe principal: bastam três pontos apenas na próxima etapa.

Na classe Light, o carioca Leandro Guedes faturou as duas corridas, com Rômulo Escouto completando ambas em 2º lugar. Com os resultados, o piloto do carro #12 venceu o campeonato com antecipação de uma rodada. E na divisão para monopostos com mecânica 1.8, Gustavo Camilo, mais outro piloto daqui do Rio de Janeiro, levou a melhor com um 5º posto geral na primeira prova e o sétimo lugar na segunda.

Parabéns à gauchada. A Fórmula 1.6 e a Fórmula Júnior, que já havia citado aqui no blog, continuam sendo alternativas viáveis, competitivas e de custo acessível para que a base do nosso automobilismo não seja ferida de morte. Com quatro autódromos – Tarumã, Guaporé, Santa Cruz do Sul e Velopark – afora Rivera, que é ali perto, no Uruguai (e possivelmente será utilizado), a turma do extremo sul do país dá uma lição em muita gente – deixando principalmente os cariocas com um travo de revolta pois por aqui estamos completando quase um ano sem autódromo e tudo indica que o Rio de Janeiro passará muito tempo sem uma praça esportiva próxima do nível do Autódromo de Jacarepaguá.

Comentários

  • A Fox Sports não permite que você poste informações e opiniões sobre a Sprint Cup? Ou isso tudo é um medo seu de que haja comentários sobre a sacanagem deste canalzinho sem-vegonha está fazendo com os fãs da Nascar?

    • Meu caro, o blog não tem “censura prévia” da Fox Sports. Escrevo sobre a Sprint Cup quando e como eu quiser, posto que o espaço é meu e ponho aqui o que me dá vontade. Sobre a ausência de transmissões, não adianta espernear aqui. Sou jornalista, não faço a grade do canal. E fim de papo.

  • Quando for possível, seria excelente colocar as novidades sobre a Fórmula 1.6 e a Fórmula Júnior. Os caras estão dando uma lição de como fazer automobilismo de base sério nesse monte de promotor picareta e incompetente, além da “amada” CBA.

  • É bem legal, o RS comprou praticamente todos os F Ford JQ Reynard de 1987 há anos encostados e reviveu a categoria regional que no passado chegou a se chamar Fórmula São Paulo. Agora, existe um Construtor Gaúcho fazendo monopostos novos.

  • pra fazer uma bela categoria de monopostos ´só é preciso boa vontade e pessoal do ramo pois o mercado está inundado de chassis de categorias desativadas. É só escolher um bom conjunto mecanico, estabelecer as regras e pronto, já dá para começar.
    Mas hoje o cara traz uma categoria escola pro brasil aonde o cara tinha que gastar mais de 100 mil por corrida !!!!! quem aguenta esses custos para uma categoria escola?
    Quanto custaria uma temporada da competitivissima F- WV 1600 hoje comarado com os preços absurdos praticados nas categorias base que existem no mercado?
    motores boxer a ar, carburadores duplos de 48 mm, caixa de cambio com diferencial auto blocante suspensão triangular , pneus slick e.talento.
    Essa era a formula que no longinquo ano de 76 em plena ditadura militar, com o parque automotivo bem menor que o atual num páis com metada do população, economicamente mais frágil havia um certame nacional de 10 corridas duplas de F VW 1600/ 1300 aonde a primeira chegou a alinhar 38 carros e a segunda mais de 50 !!!!!
    Em algum lugar no meio do caminho perdemos a simplicidade e o jeito de fazer as coisas de forma despojada e sem a necessidade de aparatos tecnologicos de ponta, matamos a galinha dos ovos de ouro………

    • Exato. E da para ser uma categoria escola sem ser proibitiva. Se o moleque quiser seguir carreira aí é que ele deve procurar uma categoria de acesso (estilo F3, GP3, F-Mazda…). Correr aqui de F3 contra seis adversários e gastando rios de dinheiro é sem propósito prático.

  • Em 1999, executivo de montadora nacional com forte ‘representatividade’ no mercado automotivo (e no automobilismo de competição) disse que a empresa iria ‘repensar’ o evento de ‘fórmula’. “Porque a empresa vende carros de série e não ‘fórmulas’ “. Então, por esta ‘interessante’ e ‘criativa’ linha de raciocínio, tal executivo certamente deve ser contra marcas de tênis patrocinarem atletas de futebol. Ué, se a empresa não fabrica ‘bolas’, então porque patrocinar atletas?
    Por outro lado e, aproveitando o ensejo, cabe registrar uma coincidência sobre o assunto “falta de apoio das montadoras nacionais”: a leitura da notícia inserida pelo competente ‘publisher’ (meu querido Amigo Rodrigo Mattar), aconteceu no mesmo dia em que reli uma entrevista, publicada na década passada. Trago tal assunto, porque ele tem a ver com o assunto pertinente. Após transcrição do parágrafo que chamou-me a atenção na matéria publicada pela revista, revelarei envolvidos (entrevistador e entrevistado), publicação e contexto.
    “Agora que estamos com autódromos cheios, nossos pilotos no Exterior são uma geração de sucesso e os veteranos dão sua contribuição no Brasil, não me parece justo que um cara engravatado atrás de uma mesa, que não sabe de nada e jamais tentou explorar o ‘marketing’ do esporte, destile, numa passada de olhos em alguns papéis, ‘Ei, quanto custa esta porcaria? Dois milhões de dólares? Corta!’. Pô, deve cortar é a mão dele. Acho uma grande sacanagem. Este dinheiro é uma mixaria para as montadoras. Isto é um show de incompetência. Tem que dar é porrada (caindo na gargalhada)”.
    A revista: Racing (dezembro, 1997).
    O contexto: análise à pergunta efetuada pelo repórter (porque montadoras não gostam de apoiar o esporte?).
    O repórter: Marcus Zamponi.
    O entrevistado: Galvão Bueno.
    Galvão citou, in verbis, ‘show de incompetência por parte das montadoras. E como não houve réplica nas edições seguintes à entrevista que ele concedeu, fico com a certeza de que a frase ‘quem cala, consente’ aplica-se com justiça. E aqui também. Até o momento, não vi nenhuma manifestação por parte de montadoras aqui no website (= tenho certeza de que o Rodrigo iria proporcionar o devido espaço para que algum representante de montadora ao menos ‘tente’ explicar a ausencia da empresa junto ao automobilismo nacional…).

    • Sempre digo isso aqui.O principal do automobilismo brasileiro não tem envolvimento de montadoras, portanto , está fadado ao fracasso.Tem montadora que não apoia monopostos , mas patrocina futebol.Não ha envolvimento , porque o Brasil depende tecnologicamnte das montadoras, que ao contrário do que se diz, não são empresas nacionais, e seus produtos não são desenvolvidos aqui, portanto, peças , materiais não são usados nas nossas corridas pra desenvolvimento , e graças aos incentivos de corte de encargos e impostos, sempre que estão em dificuldade não precisam gastar grana com marketing nas corridas, e até conquistar o respeito e envolvimento emocional do torcedor por uma marca como acontece nos EUA, Alemanha, Itália, França , Japão… é fácil lembrar como fica emocionado o Dr Ulrich da Audi vendo seus carros vencerem, o respeito até hoje da BMW pelo Nelsão, ou o Fangio pela Mercedes.Isso não rola aqui desde a associação dos Grecos com a Ford , por exemplo.Sem grandes piloto de ponta (Só o Tony e Farfus), e nenhuma boa promessa de futuro vencedor pra servir de exemplo( o Nars não vence nem em Gp 2) a tendencia é apostarmos em quem faz automobilismo na raça e paixão.

    • Você pode dar nome aos bois. A tal montadora do começo do texto é a GM. Matou a F-Chevrolet em 2000 e “obrigou” a Stock a substituir o Omega por uma das duas opções: usar o Vectra de fábrica (com motor 4 cilindros) ou uma gaiola de ferro com o motor 6 cilindros dos Omega e a bolha do Vectra. Se não optasse por alguma das duas opções, a marca iria cortar a verba da Stock também.