Vettel, fácil, pela 42ª vez

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RIO DE JANEIRO – Foi uma barbada. Bem mais fácil do que se imaginava, inclusive. E estamos sem assunto: Sebastian Vettel, que marcha para o quarto título consecutivo na Fórmula 1, chegou hoje à 42ª pole da carreira em seu 115º GP, no horroroso circuito sul-coreano de Yeongnam.

O piloto da Red Bull não precisou de muito: apenas uma volta rápida bastou. Com 1’37″202, ele foi avisado pelo rádio de que Lewis Hamilton, uma das poucas ameaças ao seu tempo no Q3, não tinha sido suficientemente rápido, o alemão tirou o pé e levou o carro “para casa”. Aliás, ele foi um dos que menos voltas completou em todas as fases do treino classificatório – foram 13 no total. Sim, existe a questão da ridícula economia de pneus que norteia a Fórmula 1. Mas é também uma amostra da sobra do carro do touro vermelho em relação ao resto.

Entretanto, parece que a Mercedes de fato constitui-se numa pequena ameaça ao favoritismo do alemãozinho de Heppenheim. Hamilton fez o segundo tempo e Nico Rosberg o quinto – que virou quarto com a punição a Mark Webber, que fez o 3º tempo e largará dez posições além, por conta da terceira advertência recebida quando da ‘carona’ dada por Fernando Alonso no recente GP de Cingapura.

A boa surpresa foi o quarto tempo de Romain Grosjean, outro que andou quase tantas poucas voltas quanto Vettel e Webber – dentre os que passaram ao Q3, claro – e, se corresponder, o francês pode ser uma das apostas dos franco-atiradores neste domingo. Já a Ferrari fez o de sempre: o carro não vem bem mesmo e Alonso, por menos de um décimo de segundo em relação a Felipe Massa, assegurou o sexto posto que virou quinto na punição ao australiano da Red Bull.

Nas demais posições dentro do top 10, a destacar a sólida performance dos dois Sauber C32 com motor Ferrari. O carro do time helvético parece ter encontrado um bom caminho, pois desde Monza, tanto Nico Hülkenberg quanto Estebán Gutiérrez têm sido mais consistentes. Será que o dinheiro russo que salvou a equipe da iminente bancarrota já chegou por lá?

Kimi Räikkönen ficou com o 10º tempo e, pensando bem, não poderia se esperar muito dele. O finlandês continua com dores nas costas e, para piorar, acidentou-se num dos treinos livres ontem. Com um carro inteiramente refeito, até que foi lucro ter chegado ao Q3 – coisa que a McLaren, de novo, não atingiu.

É impressionante a fase ruim do time de Ron Dennis: nem Jenson Button e muito menos Sergio Pérez têm tido sucesso no afã de fazer o carro melhorar de rendimento. É uma das temporadas mais pífias da McLaren desde, talvez, o longínquo ano de 1996, na última oportunidade em que vimos a equipe ‘vestida’ de Marlboro.

No mais, poucas surpresas: a Toro Rosso ficou misturada com a Force India na degola do Q2 e na primeira fase do treino, além dos suspeitos de sempre de Caterham e Marussia, a dupla da Williams dançou. O detalhe é que Valtteri Bottas foi mais rápido que Pastor Maldonado desta vez – e não foi pouco.

Para finalizar, quero deixar aqui um registro. Dois, aliás:

Acho a pista de Yeongnam ridícula. Não tem sentido um país como a Coreia do Sul, sem tradição alguma no automobilismo, figurar no calendário da Fórmula 1. Sim, sabemos que Bernie Ecclestone vai onde o dinheiro está, porque ele tem nos olhos o cifrão. Mas, para felicidade geral da nação, parece que os dias desse traçado no que tange a futuro, estão contados.

E falando de futuro, parece – eu não sei qual o motivo da citação, mas enfim… – que em dado momento da transmissão do treino oficial falou-se em Jacarepaguá e no “crime” que foi a destruição de parte da história do automobilismo brasileiro.

Muito bem: quase um ano depois do desaparecimento triste e traumático de Jacarepaguá é que o sr. Galvão Bueno vem falar algo ao microfone? Logo ele, que se jacta dos seus 40 anos de Fórmula 1 e tem justamente no seu instrumento de trabalho uma poderosa arma para cobrar empenho dos dirigentes e vergonha na cara em prol do esporte cujos filhos dele tiram o seu ganha pão? Por que demorou tanto para marcar uma posição?

E outra: por que Galvão não aproveitou a ocasião para chutar o pau da barraca, falar da vergonha que é o Rio sem autódromo, a lengalenga, o lero-lero da prefeitura, da CBA e a história – mais uma – envolvendo a questão do EIA para o “futuro” traçado de Deodoro?

Não seria mais adequado do que, por exemplo, fazer as ridículas comparações entre Felipe Massa e Fernando Alonso, que já deram o que tinha que dar?

É isso.

Comentários

  • Aplaudindo de pé esse post,cara a cada dia a mais me torno seu fã,gosto muito dos seus comentários,das criticas,gostaria de te parabenizar pelo blog,é a minha referencia de leitura sobre automobilismo.obrigado meu amigo por todas essas informações.Desejo a ti sempre que você sempre tenha bastante sucesso em tudo aquilo em que o você deseja,um grande abraço!

  • Eu assisti o treino porque ainda gosto dessa bagaça, mas realmente foi um lixo. A pista é tão chata que ninguém demonstra alegria por lá. Palmas para Hermann Tilke pelo traçado morto e para “Bernie” Ecclestone por jogar todo mundo lá dentro daquela desolação.

    Por mim, podem entregar o título antecipado a Vettel. O alemão está disputando outro tipo de campeonato em que seu desafio é quebrar os recordes de todos os seus antecessores, principalmente Schumacher. Minha esperança é que, no próximo ano, as restrições aerodinâmicas e a dúvida dos engenheiros a respeito dos motores turbo tornem o campeonato uma verdadeira competição, não o que estamos vendo agora.

  • O Sr Galvão abrir o micro e tecer comentários polêmicos e principalmente que envolvam críticas políticas e à F1? Fala sério Rodrigo. O patrão não deixa. A gente posta um comentário nos blogs globais criticando a F1 em certas ocasiões e certas situações e eles logo bloqueiam o comentário. Se disser que a corrida foi chata o comentário nem entra, muitas vezes isso acontece. Você quer ver o comentarista mais amado do Brasil no desemprego?

  • Tio Bernie precisa se aposentar, pois seu reinado está fazendo com que a F1 perca seu glamour, perca o interesse da população fã de automobilismo. Regras chatas, com soluções técnicas chatas, com a maioria dos ” motoristas pagantes ” promovendo um divertimento pífio.

    Agora com motores de Chevette, Ford CHT, Volks AP e congêneres, vão promover o enterro definitivo desta que foi a mais empolgante categoria de competições automotivas. Hoje eu, ex-piloto, que babava esperando os nºs de 4 Rodas e Autoesporte ( ainda tudo escrito junto) para ter notícias defasadas, deixo de assistir F1, para ver por exemplo, um documentário sobre a reprodução da Rã Africana Albina.

  • Muda o nome da formula 1 pra Formula $. Impressionante é ver o galvão depois de tanto tempo vir falar sobre Jacarepaguá. Parece que as noticias que o automobilismo nacional não chegam até ele. Nesse pais não tenha boa vontade que supere a vontade política ,afinal, posso criticar muito o felipe massa mas foi uma das poucas pessoas a tentarem algo.