Discos eternos – Boingo Alive (1988)

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RIO DE JANEIRO – Ícone do pop-rock dos anos 80/90, o grupo Oingo Boingo completava dez anos de estrada em 1988, quando surgiu a oportunidade de lançar um álbum duplo com os grandes sucessos da banda e outras – boas – músicas compostas por Danny Elfman e cia. limitada. Nasceu Boingo Alive, um disco fundamental para conhecer e celebrar a obra do grupo que perdurou até 1995.

Na verdade, o Oingo Boingo, embora tivesse comemorado uma década de som e fúria no fim dos anos 80, nasceu mesmo em 1972. Era um grupo “performático” com o pomposo nome de The Mystic Knights of Oingo Boingo, liderado por Richard Elfman, irmão mais novo de Danny até a ascensão deste ao posto de líder em 1976.

O grupo chegou a mudar de nome mais três vezes: primeiro foi renomeado Clowns of Death, depois Mosley & The B-Men e por último Boingo. Chegou-se à conclusão que se tirassem o The Mystic Knights do nome original, soaria melhor. A banda virou Oingo Boingo desde então e foi assim que ficou mundialmente conhecida.

Explorando diversas vertentes da música, como o ska, o protopunk, a new wave e o jazz, o Oingo Boingo era um grupo incomum para sua época. Além do básico de guitarra-baixo-bateria, a proposta era agregar percussão, teclados e instrumentos de sopro, como poucos grupos de rock faziam. E a mistura deu certo, muito certo.

O grupo começou a emplacar uma música atrás da outra e fez muito sucesso, especialmente no Brasil, graças aos filmes que tinham canções do Oingo Boingo em suas trilhas, como “Fast Times At Ridgemont High” (Picardias Estudantis), “Bachelor Party” (A Última Festa de Solteiro), “Weird Science” (Mulher Nota 1000) e o impagável “Back To School” (De Volta às Aulas), este com direito a uma aparição do grupo numa megafesta na república de uma universidade, com os auspícios da personagem do hilário Rodney Dangerfield.

Boingo Alive foi um disco quádruplo de formato incomum: a banda tocou todas as 30 canções que compunham o álbum como se fosse ao vivo – só que sem plateia. O grupo fez excelentes releituras de suas músicas de 1979 até 1988 e algumas versões “alive” ficaram bem mais populares e mais interessantes de se ouvir por causa da ‘pegada’ que passaram a ter, como foi o caso de “Dead Man’s Party”, “Stay”, “Just Another Day”, “Nothing To Fear (But Fear Itself)”, “Not My Slave”, “We Close Our Eyes”, “Who Do You Want To Be” e várias outras. Houve ainda espaço para duas inéditas – “Winning Side” e uma instrumental, chamada “Return of The Dead Man”.

O álbum teve produção de Steve Bartek, um dos guitarristas do Boingo e de Danny Elfman, que já enveredava pelo caminho de produção e composição de trilhas sonoras de filmes – no que hoje, aliás, é muito bem sucedido. Com o fim do Oingo Boingo, ele tornou-se o compositor favorito de diretores como Tim Burton, para quem faz trilhas há 28 anos. Elfman também tem no currículo trabalhos para Carl Reiner, Martin Brest, Richard Donner, Sam Raimi, Warren Beatty, Howard Deutch, Barry Sonnenfeld, Gus Van Sant, Taylor Hackford e Ang Lee.

É… o cara não é fraco, não.

Ficha técnica de Boingo Alive
Selo: MCA Records / Universal Music
Gravado “ao vivo” entre 1987 e 1988
Produzido por Danny Elfman e Steve Bartek

Músicas:

Disco 1

1. Dead Man’s Party
2. Dead or Alive
3. No Spill Blood
4. Stay
5. Cinderella Undercover
6. Home Again
7. Help Me
8. Just Another Day
9. It Only Makes Me Laugh
10. My Life
11. Nothing To Fear (But Fear Itself)
12. Not My Slave
13. We Close Our Eyes
14. Elevator Man
15. Return of The Dead Man (instrumental)

Disco 2

1. Winning Side
2. Wild Sex (In The Working Class)
3. Grey Matter
4. Private Life
5. Gratitude
6. No One Lives Forever
7. Mama
8. Capitalism
9. Who Do You Want To Be
10. Sweat
11. Violent Love (Willie James Dixon)
12. On The Outside
12. Only A Lad
13. Goodbye, Goodbye
14. Country Sweat
15. Return of The Dead Man 2 (instrumental)

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