Direto do túnel do tempo (159)

tumblr_lxkwdya82B1qdcd2wo1_1280RIO DE JANEIRO – O piloto do carro #14 em primeiro plano nessa foto é um dos aniversariantes deste domingo. Ao volante, ele não foi muito brilhante, mas como dirigente, ajudou a formar duas equipes que fizeram parte da história da Fórmula 1. Falo de Alan Rees, britânico que completa 76 anos de vida.

Nascido em 12 de janeiro de 1938, ele disputou apenas um GP de Fórmula 1, em 1967, no circuito de Silverstone. Com um Cooper T81 com motor Maserati V12, Rees largou em décimo-quinto entre 21 pilotos e terminou num razoável nono lugar. Além dessa corrida oficial, ele esteve presente em quatro outros eventos extracampeonato da categoria máxima.

A carreira de piloto de Alan Rees acabou prematuramente e, aos 32 anos, ele já era dirigente e cofundador de uma equipe de Fórmula 1. Junto com Max Mosley, Graham Coaker e Robin Herd, ele foi um dos artífices da entrada da March no automobilismo mundial.

Porém, de sua participação na equipe nos anos seguintes restaria apenas o acrófono de seu nome e sobrenome, pois ele logo se juntaria a Jackie Oliver para ser um dos diretores da Shadow, onde também não ficaria por muito tempo: em fins de 1977, os dois e mais o patrocinador Franco Ambrosio tinham como plano montar uma nova escuderia de Fórmula 1 e assim o fizeram.

Ambrosio, Alan Rees, Oliver, Dave Wass e o engenheiro Tony Southgate fundaram a Arrows, equipe que estreou com grande dose de polêmica, pois seu primeiro carro era uma cópia fiel do Shadow DN9, projetado – não por acaso – pelo próprio Southgate.

Que cara de pau…

Don Nichols, que trabalhava com eles, ficou tiririca e acusou a Arrows de plágio nos tribunais, que deram razão ao pessoal da Shadow e obrigaram o time estreante a construir um novo carro, que surgiu em apenas 52 dias.

Aposentado, Alan Rees hoje reside no país de Gales. Seu filho Paul também esteve envolvido com o automobilismo, disputando em 2010 a extinta categoria Fórmula 2.

Há 47 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • A Arrows era a minha equipe de fundão favorita.

    Gostava daquela pintura laranja com preto dos carros dela e as vezes ela tinha bons momentos, como as largadas do Jos Verstappen em que ele ultrapassava os outros pilotos de uma maneira estonteante e a etapa de Monaco de 2001 onde o Enrique Bernoldi segurou o Coulthard por 35 voltas.

  • Rodrigo,

    Meu limite de acompanhamento de corridas no exterior, no inicio dos anos 60 era a Autosporte, que reportava fotos e um resumo das provas, provavelmente uma tradução sob licença de alguma publicação ou de algum correspondente estrangeiro.
    Mas me lembro que o Alan Rees andava muito bem na F2, correndo de Brabham, misturando bigodes com gente do calibre de Clark, Hill, Brabham, Rindt e Oliver.

    Nesse GP da Inglaterra de 1967 ele largou em 15°, atras de Rindt e Rodrguez que também correram de Cooper Maserati e largaram em 8º e 9º, respectivamente, e na frente de Siffert (18º) e Bonnier (20º), também com maquinas idênticas.

    Atras dele, na foto, está Siffert, com outra CM.

    Antonio

    • É verdade, Antonio, no campeonato de F-2 de 1967 o Rees inclusive liderava após as duas primeira etapas, chegou em terceiro e segundo mas levou os pontos do vencedor, já que os que chegaram à sua frente eram pilotos graduados que não pontuavam (o Rindt ganhou as duas). Mas fora a turma citada, tinha um bocado de adversários bons, como o Ickx, Beltoise, Servoz-Gavin, Chris Irwin, etc… Depois ele teve umas corridas ruins e caiu na pontuação.