Big John, 80

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RIO DE JANEIRO – O blog não pode esquecer que hoje, 11 de fevereiro, o único campeão mundial em duas e quatro rodas completa 80 anos de vida. “Big” John Surtees, de bela trajetória no esporte a motor, é também o segundo campeão mundial de Fórmula 1 mais velho ainda vivo – o primeiro é Jack Brabham, que fará 88 anos em 2 de abril.

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John Norman Surtees é uma lenda porque, antes de seu título em 1964, derrotando mitos como Graham Hill e Jim Clark, foi nada menos que sete vezes campeão mundial de Motociclismo, nas categorias 350cc e 500cc. Em tempos tremendamente perigosos, guiando motos já velocíssimas e em pistas sem a menor condição de segurança, o britânico era um herói.

Quando, ainda em 1960, fez suas primeiras corridas em quatro rodas, com direito a um 2º lugar no GP da Inglaterra, em Brands Hatch, alguns até se surpreenderam. Outros, nem tanto. Sabia-se que a transição das motos para os carros era considerada normal, nunca o contrário.

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John começou a pôr as manguinhas de fora, de fato, na temporada de 1962, a segunda com a equipe Bowmaker-Yeoman Credit e a primeira do modelo Lola, construído por Eric Broadley. Logo na estreia do carro, fez a pole position do GP da Holanda. Acabou em 4º lugar no Mundial de Pilotos com 19 pontos, posição que repetiria no ano seguinte, já como piloto da Ferrari. E em 1964, aos 30 anos, era campeão mundial de Fórmula 1.

Surtees não era de fácil trato, apesar do largo sorriso. Teve atritos, exceto com Franco Lini, dentro da equipe Ferrari e com praticamente todos os homens que lhe eram superiores na hierarquia de Maranello. Após vencer o GP da Bélgica de 1966, saiu da equipe italiana reclamando do “excesso de pressão”. E num ambiente bem mais calmo, foi para a Cooper-Maserati. Ainda foi vice-campeão do mundo, faturando o GP do México.

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Assumiu o desafio de competir pela Honda nas duas temporadas seguintes e os modelos RA300 e RA301 nada mais eram que chassis Lola construídos por Broadley a pedido dos japoneses. “Big” John conquistou sua última vitória no GP da Itália de 1967, derrotando Jack Brabham por míseros dois décimos de segundo. Sem contar que Jim Clark, até enfrentar problemas de alimentação de combustível, fora também um duríssimo adversário.

Não foi feliz com a BRM no ano de 1969 e na temporada seguinte, montou sua própria escuderia – com o objetivo de construir também o seu próprio carro, aproveitando a crescente onda dos motores Ford Cosworth V8. John começou com um McLaren M7A e depois estreou no Surtees TS7, com o qual venceu a Gold Cup, um evento extracampeonato, em Oulton Park.

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Em 1971, já com 37 anos, disputou sua última temporada completa de F-1, chegando em quinto no GP da Holanda e em sexto na Inglaterra. A sua largada derradeira num total de 111 foi no GP da Itália em 1972, na estreia do modelo Surtees TS14. A partir daí e até 1978, tornaria-se projetista, dono e chefe de equipe, até o Team Surtees fechar as portas por insolvência financeira – apesar de já ter contratado dois pilotos para o Mundial de 1979, o sueco Eje Elgh e o italiano Beppe Gabbiani.

Indicado ao Motorsports Hall of Fame em 1996, John Surtees passou por um dos momentos mais tristes de sua vida em 2009, no dia 19 de julho. Numa prova da extinta categoria Fórmula 2, no circuito de Brands Hatch, seu filho Henry – de apenas 18 anos – morreu após ser atingido na cabeça por uma roda solta do carro do piloto Jack Clarke, após um acidente.

Antes disto, ele já fora igualmente indicado ao Grand Prix Legend da MotoGP em 2003, além de trabalhar como chefe de equipe da A1 Great Britain Team, na extinta A1GP, entre 2005 e 2007. Não obstante, tornou-se membro da Ordem do Império Britânico, condecoração dada pela monarquia inglesa, pelos grandes serviços prestados ao esporte.

Happy Birthday, “Big” John!

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