A primeira não se esquece

2014 TUDOR United SportsCar Championship Sebring 12 Hours

RIO DE JANEIRO – Em sua primeira participação nas 12 Horas de Sebring, a Chip Ganassi Racing conquistou logo de cara a vitória na 62ª edição de uma das mais clássicas corridas de Endurance do automobilismo mundial. Esta prova, a segunda da temporada do Tudor United SportsCar Championship e também da North American Endurance Cup, foi uma das mais acidentadas da história – quase metade do tempo foi percorrido sob bandeira amarela, bem próximo das 5h55min de neutralizações aferidas na edição de 1993.

O carro #01 de Memo Rojas/Scott Pruett/Marino Franchitti completou 291 voltas, o menor total percorrido pelos vencedores em Sebring desde as 309 voltas da prova de 1999. Foi uma conquista suada, com direito a uma aposta de risco: a equipe mandou Franchitti permanecer na pista enquanto houve o último reabastecimento após uma longa bandeira amarela, causada por problemas no Corvette DP da Marsh Racing. A tática deu certo. Com retardatários entre ele e os rivais Ryan Dalziel, Sébastien Bourdais e Olivier Pla, Franchitti acelerou o que pôde nos 20 minutos finais e, com combustível suficiente para cruzar a linha de chegada e receber a quadriculada, levou a melhor com apenas 4″682 para Dalziel.

Aliás, o bom desempenho do HPD ARX-03b da Extreme Speed Motorsports e também do Morgan Nissan da OAK Racing, que chegou em quarto, dá a entender duas coisas: o BoP para Sebring aproximou mais os LMP2 dos Daytona Prototypes e os protótipos com base no regulamento Le Mans poderão sonhar com vitórias o mais breve possível. Pareceu que aconteceria em Sebring, mas em Long Beach não será surpresa se isto acontecer.

Os três brasileiros da classe Prototype terminaram no top 10 final. Christian Fittipaldi, que andou inclusive na liderança, acabou em 3º lugar junto com Sébastien Bourdais e João Barbosa. O resultado deu à trinca vencedora em Daytona a liderança do campeonato de pilotos após duas etapas. Tony Kanaan e seus parceiros Sage Karam e Scott Dixon fecharam a disputa em 6º lugar, prejudicados por uma rodada do neozelandês na última hora de prova. Oswaldo Negri e os comparsas John Pew e Justin Wilson ficaram em nono – mas Negri deu uma soberba demonstração de competência ao volante de seu Ford EcoBoost Riley DP ao vir das últimas posições para o primeiro pelotão durante a disputa, em seu início.

Quem também foi ao pódio em sua divisão foi Bruno Junqueira. O brasileiro da Prototype Challenge andou bem o tempo inteiro com seus companheiros Duncan Ende e David Heinemeier-Hänsson, mas faltou fôlego no final. DHH levou uma ultrapassagem de James Gue em seu último turno de pilotagem e Junqueira, no stint final, já não tinha fôlego para alcançar o #54 da CORE Autosport, que tinha Colin Braun a bordo. O carro vencedor desta divisão completou 288 voltas no total, sete a mais que o 3º colocado da PC, alinhado pela Starworks Motorsport e que, mesmo com uma série de problemas ao longo da disputa, ainda superou o carro da JDC/Miller Motorsports.

912win

Entre os GTLM, a Porsche – tal como em Daytona, na prova de estreia – tornou a prevalecer com seu 911 (991) GT3 RSR, Vitória para Jörg Bergmeister/Michael Christensen/Patrick Long, que terminaram em 12º lugar na classificação geral da disputa. O Viper da SRT Motorsports, com Rob Bell/Kuno Wittmer/Jonathan Bomarito, chegou em segundo, trazendo a BMW de Bill Auberlen/Andy Priaulx/Joey Hand na terceira colocação.

Aliás, essa vitória do Porsche #912 deu o que falar: o carro se envolveu numa querela com uma Ferrari da classe GTD e merecia uma punição pelo incidente. Porém, os comissários da IMSA acharam que não eram eles e o carro que levou um stop & hold nos boxes foi o #22 da Alex Job Racing. Com razão, o veterano chefe de equipe chiou um bocado, mas só recebeu pedidos de desculpas – até porque não há como reverter uma decisão destas após o término da disputa.

Tal atitude dos Mr. Magoos da IMSA custou a vitória ao trio Leh Keen/Cooper MacNeil/Phillip Frommenweiler, que acabaram na quarta colocação. O triunfo na divisão GTD foi de outro Porsche – o #44 de Andy Lally/John Potter/Marco Seefried, que completaram em 23º lugar na geral, com 278 voltas percorridas. Em segundo lugar, chegou a Ferrari #555 de Jeff Segal/Townsend Bell/Bill Sweedler/Maurizio Mediani, agora alinhada pela AIM Autosport. Ian James/Mario Farnbacher/Alex Riberas Bou completaram o pódio.

O resultado final das 12 Horas de Sebring está aqui. 

Comentários

  • Os DP’s com motor Ford EcoBoast reagiram frente ao domínio dos Corvettes em Daytona. Os LMP2 também deram o recado de que vão sim incomodar no decorrer do campeonato

  • Vamos lá. Ainda bem que eu estava errado sobre o BOP e os P2 conseguiram andar durante a corrida perto dos DP. Aliás mais rápido que eles e iria ganhar um P2 se não fosse as amarelas longas demais nível da NASCAR. Isso não se faz. Não tem condições a categoria continuar desse jeito. E numa prova de 2 horas ? O procedimento do safety car tá errado. entra uma categoria, depois entra outra. Se não tem como todo mundo parar ao mesmo tempo então não anda todo mundo ao mesmo tempo. Não tem mais como o pessoal da PC andar junto. Os pilotos AM são barbeiros demais e vem prejudicando as corridas, tanto em batidas e como nas disputas da GTLM. O Gaston Kurby fez a cagada do ano. Coloca pra colocar com a Continental Tire Challenge antes ou seja lá o que for mas tira esse pessoal do grid que não dá. Vamos a outra polêmica: o pessoal na direção da NASCAR/IMSA está tão vesgo que confundiu o Porsche #912 da GTLM com o Porsche #22 da GTD. A Alex Job perdeu por 75s e a punição que deram a eles foi de 80s. Ou seja, influenciou completamente no resultado da corrida. A BMW #56 deveria ter vencido na GTLM e o Porsche #22 é que deveria ter levado na GTD. O Alex Job já cogita ir para o Pirelli World Challenge. Se continuar desse jeito essa categoria não vai pra frente.