GP2 com plantel quase completo

RIO DE JANEIRO – A menos de um mês para o início da temporada de 2014 da GP2 Series, marcado para 5 e 6 de abril no inócuo circuito de Sakhir, no Bahrein, a categoria já tem o plantel quase completo para começar um ano de 22 corridas e onze rodadas duplas. Vinte e três dos vinte e seis pilotos previstos já estão confirmados, com direito a várias caras novas e algumas mudanças nas equipes.

E mais uma vez o campeão – no caso o suíço Fabio Leimer – não teve a chance de ingressar na Fórmula 1, assim como o vitorioso de 2012 Davide Valsecchi. Nem os milhares de euros aplicados em sua carreira a partir do kart, passando pela Fórmula Renault e pela extinta International Formula Master até a chegada na GP2 em 2010 o fizeram chegar mais longe.

Ao contrário do helvético, o sueco Marcus Ericsson – este sim – chegou à Fórmula 1 pela Caterham. E no mesmo caso de Leimer estão Sam Bird e James Calado, que agora miram as competições de Endurance após desempenharem o papel de pilotos de teste na categoria máxima. O francês Tom Dillmann é outro que não tem chance de voltar à GP2 em 2014, mas seu problema é mais sério: dinheiro. Ou melhor, a falta de.

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Porém, apesar das ausências sentidas, o grid ganhou algumas caras novas que merecem ser observadas com bastante atenção. O italiano Raffaele Marciello, campeão europeu de Fórmula 3, é um deles. Apadrinhado pela Ferrari, “Lello” chega para estrear na equipe que fez de Fabio Leimer campeão. Ele é rápido e tem futuro. E dentro da equipe, a concorrência será forte, pois seu colega de time será o monegasco Stefano Coletti, que dominou grande parte da temporada passada e “amarelou” no final.

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O belga Stoffel Vandoorne, alçado à condição de terceiro piloto da McLaren, também merece ser levado em conta. Após um bom ano na World Series by Renault, ele estreia na fortíssima escuderia ART Grand Prix. Seu parceiro de time será o também estreante Takuya Izawa, apadrinhado pela Honda.

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Com passagem pela AutoGP World Series e vindo de uma grande campanha na GP3, perdendo o título no fim da temporada para Daniil Kvyat, o argentino Facundo Regalia é o primeiro piloto do país na GP2 Series desde “Pechito” López. Fará parte da Hilmer, que corre neste ano como o time satélite da Force India. Vice-campeão da AutoGP no ano passado e 3º colocado do Alemão de Fórmula 3 em 2012, Kimiya Sato – que não tem parentesco algum com o Takuma da Fórmula Indy – está confirmado na equipe Campos, que retorna à categoria com o fim da Barwa Addax.

Alejandro Agag, o antigo dono do time, tornou-se o CEO da nova Fórmula E, criada para monopostos com motores elétricos. E a licença do time foi repassada ao antigo sócio de Agag, o ex-piloto de Fórmula 1 Adrián Campos, que contratou também outro novato – Arthur Pic, irmão de Charles Pic, que esteve nas equipes Caterham e Marussia, para estrear na GP2 neste ano.

O russo Artem Markelov é outro que chega na categoria vindo da Fórmula 3 alemã. Foi vice-campeão ano passado correndo por um time associado à Lotus. Com dinheiro de seu país, entra na Russian Time e no lugar que poderia muito bem ser de Tom Dillmann.

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E o oitavo estreante do ano (até agora) na GP2 Series é um brasileiro: André Negrão, de 21 anos, fará sua primeira temporada após três temporadas e 48 corridas disputadas na World Series by Renault. Ano passado, terminou o certame em 10º lugar com um pódio e uma pole position. A equipe na qual ele vai competir é das mais tradicionais da categoria: a Arden International, que já contou em outras temporadas com Bruno Senna e Luiz Razia, que por ela foi vice-campeão em 2012.

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Negrão não estará sozinho representando o país na temporada deste ano, porque Felipe Nasr finalmente foi confirmado pela Carlin para seu terceiro ano na GP2. E será sem dúvida o ano do “vai ou racha” para o brasiliense. Cobrado por não ter vencido corridas ainda neste certame e mais ainda por ser piloto reserva da Williams, Nasr – também de 21 anos – deve ter a consciência de que sua hora chegou e que a concorrência, como já descrito acima, será fortíssima na briga pelo título.

E além dos promissores estreantes, outros nomes que podem compor o pelotão de elite são o neozelandês Mitch Evans, defendendo a Russian Time; a dupla da Dams formada por Jolyon Palmer e Stéphane Richelmi; o alemão Daniel Abt, que deve vir melhor em seu segundo ano na categoria; o britânico Adrian Quaife-Hobbs, agora na Rapax (a antiga Piquet Sports) e, por fim, o estadunidense Alexander Rossi, que não pode ser descartado como uma possível surpresa.

Os outros pilotos serão meros figurantes: o colombiano Julián Leal já faz parte do folclore da GP2, assim como o venezuelano Johnny Cecotto Jr., apelidado maldosamente por muitos de Cescrotto. Também não devem incomodar o suíço Simon Trummer, o austríaco Rene Binder, o francês Nathanaël Berthon, o indonésio Rio Haryanto e o holandês Daniel De Jöng.

As equipes MP Motorsport, Trident e Lazarus são as únicas com assentos ainda vagos e até o início dos treinos coletivos da categoria estes lugares devem estar 100% confirmados para o que parece ser um bom ano da GP2 Series. É esperar pelas primeiras corridas para saber o que Nasr e Negrão poderão mostrar e o quão longe promessas como Marciello e Vandoorne podem chegar.

Comentários

  • Valsecchi correu por 4 ou 5 anos até ser campeão, Pantano esteve na F1 e depois foi campeão da GP 2. Maldonado, 4 anos na categoria e só com os dólares da ditadura Chavista chegou a ser campeão e depois na F1 uma vitória circunstancial, temos vários exemplos, mas quem é campeão na primeira ou segunda temporada, chega na F1, os demais estão fazendo hora extra na categoria