Sobrando na turma

Mercedes-Malasia

RIO DE JANEIRO – A Mercedes sobra na turma neste começo de temporada na Fórmula 1. Duas vitórias do construtor alemão, de forma enfática e com um domínio incontestável. Na Austrália, deu Nico Rosberg na cabeça e, desta vez, o triunfo – praticamente de ponta a ponta – foi do pole position Lewis Hamilton, que tinha o carro mais rápido da pista sem nenhuma discussão. Esta é a 23ª vitória da carreira do britânico, que assim iguala o número de triunfos do tricampeão mundial Nelson Piquet.

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A exemplo da prova de abertura do campeonato, o GP da Malásia foi parco em emoções. As primeiras posições praticamente se definiram na largada e o único senão na turma da frente foi o sem-fim de problemas enfrentados por Daniel Ricciardo com sua Red Bull. Não obstante a desclassificação na Austrália, o piloto do carro #3 voltou a ter “problemas” com o fluxômetro do combustível – para muitos, uma desculpa esfarrapada para evitar que o piloto atacasse o 3º lugar de Sebastian Vettel quando o carro do australiano estava melhor no começo da corrida.

Mais tarde, somaram-se a uma corrida desastrosa um problema num pit stop, uma asa dianteira quebrada e uma punição de 10 segundos aplicada ao piloto pelo erro da equipe justamente no pit para troca de pneus. Com a corrida comprometida, Ricciardo acabou abandonando após ficar duas voltas atrás dos líderes. Agora chega a informação que ele sofreu uma punição retroativa de 10 posições, por conta do pit stop em que Daniel foi liberado sem a asa dianteira estar devidamente fixada, para a próxima etapa. Que fase!

Somente isto, além da estratégia da Force India, possibilitou a Fernando Alonso a hipótese de chegar em 4º lugar numa Ferrari lenta e sem ritmo. O carro do construtor italiano é tão deficiente que Kimi Räikkönen, vítima de um furo num pneu traseiro direito logo no início, penou para passar os mais lentos e, no fim da disputa, sequer superou a medíocre Lotus de Romain Grosjean.

Com um pit stop a menos que os rivais, Nico Hülkenberg chegou num ótimo 5º lugar. É a segunda prova consecutiva do alemão na zona de pontos – pelo visto é ele quem carregará o time de Vijay Malliya nas costas neste ano. Sergio Pérez, coitado, nem largou neste domingo…

A McLaren desta vez não foi tão bem quanto na Austrália, mas seus dois pilotos pontuaram: o jovem Kevin Magnussen foi, no meu entendimento, injustamente punido por um toque com Räikkönen. Mas ainda recuperou-se para chegar em nono. Jenson Button, com classe, defendeu-se muito bem dos ataques de Felipe Massa, que chegou a se aproximar para tentar ganhar a posição e foi o 6º colocado.

Felipe Massa… pois é… logo na segunda corrida do piloto brasileiro na Williams, um velho pesadelo voltou. Ordens de rádio, do tipo “Bottas está mais rápido que você, deixe-o passar”. Dèja vu total, lembrando o que aconteceu a ele na Alemanha. Diferentemente de quatro anos atrás, Massa não estendeu tapete vermelho ao finlandês e não cedeu a posição. Simplesmente fez o que tinha que fazer – e, na verdade, fez o que deveria ter feito em 2010.

E Bottas esperava mesmo que Massa facilitasse? Por mais que o finlandês fique uma arara com o desrespeito à ordem de equipe, que certamente ele invocará em reuniões com o time britânico, há alguns fatores a serem considerados: nem com o uso da asa móvel ele ameaçou de fato a posição do companheiro de equipe; e também havia um alegado problema com a temperatura do motor Mercedes, que já atingia níveis estratosféricos com o desgaste proporcionado por uma prova disputada num país quente como a Malásia.

Aliás, Bottas andar no mesmo nível do brasileiro não é o fim do mundo. O piloto conhece a equipe e é mesmo muito rápido. O fim do mundo, entretanto, seria Massa ceder às ordens do time e deixar o finlandês passar. Seria caso até de pegar o boné e ir embora pra casa.

Voltando à corrida, na qual os pneus Pirelli inclusive se portaram bem, em que pese o asfalto áspero e abrasivo do circuito de Sepang, mais uma vez o estreante russo Daniil Kvyat mostrou qualidades, concluindo na zona de pontuação pela segunda prova consecutiva. E entre os que não marcaram nada, até que a Caterham merece algum destaque: os dois carros verdes chegaram ao fim e Kamui Kobayashi vez ou outra apareceu na zona de pontuação quando havia rodadas de pit stop.

Fica claro que o time malaio até pode fazer corridas honestas com o CT05 neste ano. E Max Chilton, devagar e sempre, conseguiu ampliar seu recorde para 21 corridas consecutivas sem qualquer abandono na carreira na Fórmula 1.

Muito bem: já no próximo fim de semana, ao meio-dia de Brasília, os carros voltam para a 3ª etapa no Bahrein, no inócuo circuito de Sakhir. A atração desta vez será o fato de que a corrida será noturna, beneficiando o desempenho dos carros por conta da temperatura mais baixa. Será que a Mercedes continuará seu domínio avassalador das duas primeiras provas?

Respostas, domingo que vem.

Comentários

  • foi, a mesma prova quê eu assisti,e acrescento, quê em alguma reunião o Felipe,tem de falar grosso e pedir para quê isso não vire rotina,pois não mudaria nada,o Bottas não passaria a Mclaren.Nossa a Mercedes fez tanto alarde e a Red Bull já é a segunda força,mostrando as outras equipes,como faz um carro andar sem treinar.

  • Que a Red Bull escolheu o Ricciardo pra ser o escudeiro obediente,leal,dócil e confiável pro Vettel que o Webber jamais foi disso nunca tive duvidas.

    Já quanto a ordem da Williams ao Massa pra deixar o Bottas passar…

    Massa já está prestes a ver sua nova chance ruir de novo,depois de Alonso,Bottas também quer tirar a sua casquinha de Massa…

    • Pelo jeito tudo já esta preparado para que os Brasilis Pachecos tragam de volta a teoria da conspiração,se Bottas começar a andar na frente de Massa,mas desta vez hóóóó! Pachecos,não venham com estória de banco da Dinamarca,pois entre os patrocinadores da ex equipe grande tem duas das maiores instituições brasileiras “Banco do Brasil e “Petrobras”,talvez até seja bom o Felipe(se tiver coragem para isto)lembrar aos seus semi falidos patrões que tem dinheiro do contribuinte brasileiro lá(uma vez que as instituições são estatais de capital aberto).E as estatais se verem que esta havendo um jogo para que um europeu seja privilegiado,que retirem seu ou melhor “nosso “dinheirinho da equipe,Sê Bottas quer passar que mostre capacidade para tal,na pista,não nos bastidores usando um engenheiro IMBECIL e uma chefe de equipe incompetente. e que esta usando dinheiro de brasileiros para tentar reerguer sua semi falida equipe.

    • Não vejo nenhuma obediência, lealdade e compreensão de Ricardo, ele se mostrou muito bem nas duas provas, pelo menos em termos de velocidade, é bom lembrar que ele divide equipe com um tetracampeão mundial, o piloto mais vencedor em atualidade no grid, e indiscutivelmente o mais capaz…

      Sinceramente me impressionei com o desempenho do Daniel Riccardo, creio que ele num excelente dia pode até superar o Vettel em algumas oportunidades, mas Vettel é Vettel, não é fácil ser mais rápido e preciso que o jovem notável tetracampeão mundial de F-1.

    • É bom lembrar que o Kimi teve problemas em ambas as provas, e em Sepang havia sido mais rápido que Alonso em todos os treinos livres.

      • mas na hora do vamos ver,Alonso meteu 1 segundo nele na classificação.
        fora que Raikkonen quando não tem carrão na mão,perde o interesse na hora…

  • Não assisti…aliás, não tenho mais acompanhado a categoria, assisti uma ou outra corrida, mas saber que a Willians ordenou a Massa que abrisse caminho para o companheiro é a prova de que ele não tem mais espaço na F1…não para ser piloto principal de equipe…se eu fosse ele pegava o boné e tentaria uma vaga no WEC…
    Será que Webber sente saudade de ser segundo piloto na Red Bull??

  • Tudo bem o que foi falado pro Massa é diferente do que foi falado em 2010 que foi: “Alonso is faster than you. Do you understand that ?”. Hoje na Malásia foi falado: “Bottas have better tires than you. He is faster than you. Don’t hold him up. Let him go.” Pode significar a mesma coisa, não vou dar uma de inocente aqui mas podemos ter 2 interpretações: uma e mais óbvia é que realmente a equipe queria dar a entender que ele passasse para ir para cima do Button. Mas e se a equipe quis dizer: “Massa ele tem melhores pneus agora, é uma situação de corrida, se ele colocar do lado não dificulte e deixa ele passar.”

    Se o Bottas pediu pra equipe pra dar ordem ao Massa pra deixar ele passar só porque ele estava mais rápido, eu acho errado. Se o Massa pediu pra equipe segurar Bottas, porque ele não queria ser ultrapassado, também acho errado. O que eu acho e que dessa vez não ficou tão claro o que aconteceu e que deveríamos ter mais cuidado com o que falamos antes de falar do que apontar qualquer coisa. Principalmente quem está transmitindo a corrida porque é muito chato ter que ouvir certas coisas de quem está narrando. Patriotismo idiota é demais.

  • Se Bottas tinha um carro melhor no final da corrida, por que não ultrapassou Massa? Precisa de ordens de rádio pra fazer isso? Cadê o desempenho que mostrou no GP da Austrália? Simples demais: o finlandês não iria ultrapassar Button nunca, nem hoje, nem amanhã, naquelas condições! Não passou Massa, que vinha mais lento, também não passaria Button. Certíssima a atitude de Massa. Os grandes fazem assim e hoje ele tomou consciência disso.

    Massa fez certo: “Se tem carro pra ultrapassar, que passe, se for homem pra isso!”. Bottas não passou, faltou agir como um grande, coisa que ele ainda não é.

    Quanto a RBR, Adrian Newey é o cara! E Vettel, onde fica? No lugar dele. A equipe tem um ótimo carro, e o alemãozinho precisou de um novo “Multi21” para ultrapassar Riccardo. É fato! O jovem australiano não é Mark Webber, isso ficou bem claro.

    Parabéns à Mercedes, que fez “o carro”!

  • É…o problema é que a memória do pessoal é seletiva. No início da corrida o Massa fez o que o Alonso fez com ele a vida toda na Ferrari e ele ficava de cabeça baixa porque estava na Ferrari e não queria perder vaga num carro de ponta. Mandou um recado pra equipe: “Vocês estão vendo isso?” E a equipe segurou o Bottas. Ou seja, no final a equipe queria dar a oportunidade para o outro carro, é normal do ponto de vista da equipe, da empresa. Gostemos ou não. Para a equipe, não importa se o cara é brasileiro, americano ou seja lá o que for, do jeito que estava seria 7º e 8º mesmo então que desse um chance ao Bottas de conseguir um 6º e marcar mais pontos. De novo, do ponto de vista da empresa.

    Eu ? acho que tem que ser resolvido na pista. Que se dane a F1. Só enche o saco com essas palhaçadas.

    • Concordo,com você principalmente no fim do Eu? para frente,tanto quê não passou e se tivesse quê passar a batalha teria quê ser limpa e justa como foi do Fernando com o Hülk.

      • Pois é. Fora que o Massa tá de palhaçada né ? No início da prova o Bottas foi pra cima dele e ele reclamou no rádio que tava atrapalhando ele a passar a McLaren e a equipe pediu pro finlandês ficar quieto. Parece que ele esqueceu tudo o que o Alonso fazia e está fazendo a mesma coisa. 2 pesos 2 medidas. Não pode ser assim. Só gostaria que as pessoas fossem coerentes. Se não pode fazer com um brasileiro também é feio quando acontece ao contrário. Uma vez em naquela pista da Espanha no porto lá o Alonso criticou o Massa dizendo que era estupidez ele estar atacando o espanhol aí agora ele vem e quer que o companheiro fique quieto ? Por favor. O Massa teve a chance dele e não levou o título. Depois levou a “molada” na cabeça e os reflexos dele nunca vão voltar a ser os mesmos, Nelson Piquet já comentou isso uma vez no acidente dele. Outra o Massa quer ser o 1º piloto sem ser rápido como um Alonso, um Hamilton, um Raikkonen, sem saber ultrapassar como um deles e sem saber andar na chuva ? Pára que eu quero descer, tô enjoado já.

  • Salvo engano, o contrato do Massa é para este ano e o do Bottas para 3. Me lembro de que alguém da Willians disse quando contrataram o Massa de que estavam trazendo um piloto experiente para desenvolver o carro e ajudar na formação do Bottas. A próxima corrida vai mostrar se já estão iniciando uma lenta fritura do Felipe, depois de sugar a expertise que ele trouxe da Ferrari mais a grana dos patrocinadores. Porém, ele tem de mostrar serviço, também, pra mostrar que é que manda. Não esquecendo nunca de que a incompetência da Willians, serrando e soldando – mal – uma coluna de direção, matou Ayrton Senna. Agora não adianta escrever palavras de amor ao piloto, no bico do carro.