… E Domenicali caiu

F1 Grand Prix of Singapore - Previews

RIO DE JANEIRO – As feridas expostas por um desempenho mediano, para não dizer ruim, neste início de temporada da Fórmula 1, fizeram a Ferrari repensar o comando desportivo da mais tradicional equipe da categoria máxima do automobilismo. E sobrou, como já era esperado, para Stefano Domenicali.

Embora tenha sido noticiado que o dirigente pediu demissão, não há dúvidas de que ele levou foi um belo pontapé no traseiro. É o fim de uma relação que já durava 23 anos. Domenicali assumiu o posto de diretor geral da Scuderia Ferrari quando Jean Todt deixou Maranello em 2008 rumo a se tornar candidato e depois presidente da FIA.

Sob sua administração, que o blog chamará de “Era Domenicali”, somente um título: o de campeã do Mundial de Construtores em 2008, no ano do “quase” de Felipe Massa entre os pilotos. Fernando Alonso chegou em 2010 para liderar o time e o jejum de conquistas continua. Nos últimos sete anos, com 115 corridas disputadas desde o início do ano de 2008 até o recente GP do Bahrein, houve apenas 19 vitórias dos pilotos da equipe. É muito pouco, convenhamos.

Cobrado, pressionado e talvez despreparado para um cargo tão importante, Domenicali jamais foi capaz de fazer a equipe mais tradicional da Fórmula 1 se impor diante de uma marca de energéticos que vem dominando a categoria e agora, com o novo regulamento e um time que tem ninguém menos que Alonso e Räikkönen a bordo, o F14-T também se mostra impotente o bastante para impedir o domínio inicial da Mercedes-Benz, vencedora das três primeiras etapas do campeonato deste ano.

Luca Di Montezemolo, presidente da Ferrari – que, aliás, estava nos boxes no recente GP do Bahrein e viu o vexame que os carros vermelhos passaram – anunciou o substituto de Domenicali no cargo. A opção é por outro nome já pertencente à hierarquia da escuderia e não por alguém “de fora”, como fora o caso de Jean Todt no distante ano de 1993. Quem chega para assumir o posto é Marco Mattiacci (foto abaixo), diretor-executivo da marca para o mercado da América do Norte.

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Jovem (42 anos de idade), Mattiacci não tem experiência com o motorsport, o que pode se revelar um risco. Mas talvez Montezemolo saiba o que está fazendo. A Ferrari não se poderia permitir permanecer comandada por um homem que deixou o velho ‘casino’ imperar nas hostes de Maranello.

Ao trocar o terno e a gravata, os escritórios e as vendas, pelo uniforme vermelho, mais despojado, de chefe de equipe da mais tradicional escuderia da Fórmula 1, teremos que esperar pelo GP da China, já no próximo domingo, para sabermos do que Mattiacci será capaz ao assumir o desafio mais importante de sua carreira de executivo da Ferrari.

Comentários

  • O fato é que nas últimas três décadas a Ferrari só foi competitiva quando organizada e gerida por estrangeiros. Italianos são ótimos em design, comida e dialética, mas em matéria de administração…
    Pode ser que me engane, mas não basta trocar o Domenicali. Tem que promover uma mudança total no planejamento, pesquisa, agilidade nos processos de trabalho e no controle da produção. E isso envolve também mudança de cultura, o que nunca se dá de uma hora para outra. Enfim, quanto maior e mais complexa se tornou a Ferrari, como empresa, maiores e mais complexos seus problemas (e riscos operacionais). Por isso os concorrentes, com estruturas mais enxutas e mentalidade inglesa ou alemã, muito mais pragmáticos e objetivos, têm conseguido resultados melhores. Quando é que os italianos vão ser assim? Talvez nunca.

  • Tudo para ser campeã.Todos os ingredientes,só falta competência coisa quê com esse torcedor Montezemolo,quê não diz coisa com coisa,vai ser difícil conseguir.O cara quê poderia tirar a Ferrari dessa lama é o Todt.

  • Flavio Briatore está chegando! Por isso Alonso comemorou no Bahrein, o Mattiacci será um “diretor tampão” até o fim do ano; em 2015 quem assume é Briatore!