Quem é quem – Mundial de Endurance 2014: classe LMP1

RIO DE JANEIRO – A cereja do bolo do Mundial de Endurance (WEC) não podia faltar. Faltando poucas horas para os primeiros treinos livres das 6 Horas de Silverstone, o blog traz a apresentação das equipes que tomam parte da principal categoria, a LMP1.

Neste ano, os principais protótipos estão divididos em duas subcategorias dentro da mesma competição. Os LMP1-H (Hybrid) são os carros oficiais de fábrica dotados de ERS (Energy Recovering System). E desta vez, Audi e Toyota não estão sozinhas. A Porsche chega com um modelo dotado de motor 2 litros e quatro cilindros em linha, com turbocompressor – prometendo incomodar muito os compatriotas e aos japoneses. Os resultados do The Prologue, em Paul Ricard, mostram isso.

Em contrapartida, os carros sem ligação com times oficias de fábrica e/ou sem sistemas híbridos formam a LMP1-L (Light). Basicamente, a disputa acontecerá entre a Rebellion Racing e a Lotus, mas pelo menos em Silverstone esse confronto não vai acontecer. Além do Lotus T129 não estar ainda pronto, a Rebellion sequer estreará o novo carro, o R-One, o que acontecerá apenas em Spa, na 2ª etapa.

Fiquem de olho no carro #1 da Audi. Nele estará o brasileiro Lucas Di Grassi, que sonha em repetir o feito de Raul Boesel, até hoje o único brasileiro campeão mundial de Endurance, há 27 anos. Capacidade e condições para tanto, Lucas tem. Afinal de contas, ele será o substituto de Allan McNish, que se aposentou ao fim da última temporada.

Eis as equipes da LMP1:

AUDI SPORT TEAM JOEST
Sede: Wald-Michelbach, Alemanha
Chefe de equipe: Ralf Jüttner
Diretor técnico: Christian Reinke
Carro: Audi R18 e-tron quattro
Motor: Audi 4 litros V6 turbodiesel
Transmissão: Audi sequencial de 7 marchas
Pneus: Michelin
Pilotos: Tom Kristensen/Loïc Duval/Lucas Di Grassi (#1) e Marcel Fässler/Bénoit Tréluyer/Andre Lotterer (#2)

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O nome do carro continua o mesmo. Mas este Audi R18 e-tron quattro é muito diferente do modelo de 2013. Uma série de mudanças foram implementadas para o protótipo do construtor alemão se encaixar dentro do novo regulamento técnico. Com 45 kg a menos, o novo e-tron quattro recebeu incrementos de aerodinâmica e mecânica, agora com um motor de 4 litros de capacidade cúbica. Entretanto, os alemães tiveram problemas com o ERS-H (Energy Recovery System-Heat), que aproveitaria a energia térmica dos exaustores internos para acionar uma espécie de turboelétrico, oferecendo mais potência e o projeto teve que ser abortado. Apenas o sistema flywheel que dá tração às rodas dianteiras continua a bordo deste carro.

Por ter um modelo movido a diesel, a Audi preferiu começar na categoria 2MJ de equivalência de tecnologia, o que pode lhe custar caro no começo. Vamos ver quais serão as consequências desta decisão. No mais, a equipe tem como única novidade entre os pilotos a estreia do brasileiro Lucas Di Grassi – e logo no carro #1 dos campeões Tom Kristensen e Loïc Duval.

TOYOTA RACING
Sede: Colônia, Alemanha
Chefe de equipe: Pascal Vasselon
Diretor técnico: John Litjens
Carro: Toyota TS040
Motor: Toyota THS-R 3,7 litros V8
Transmissão: Toyota-ZF sequencial de 7 marchas
Pneus: Michelin
Pilotos: Alex Wurz/Stéphane Sarrazin/Kazuki Nakajima (#7) e Nicolas Lapierre/Anthony Davidson/Sébastien Buemi (#8)

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Em menos de duas temporadas, a Toyota conseguiu algumas vitórias no WEC, mas ainda não incomodou totalmente o poderio da Audi. Para este ano, os japoneses apostam pesado num novo projeto: o chassis TS040 Hybrid atende às especificações do regulamento para a LMP1 em 2014, com um reestudo de aerodinâmica e grandes novidades mecânicas. A adoção de um sistema híbrido capaz de gerar 480 HP extras, aliado ao motor de aspiração normal com 3,7 litros V8 de 520 HP pode fazer o protótipo alcançar 1000 HP de potência – o que para os dias de hoje é um número absurdo.

Entre os pilotos, nenhuma mudança de vulto, a não ser na formação dos trios. Alex Wurz e Kazuki Nakajima agora trabalham com Stéphane Sarrazin no carro #7. O antigo parceiro deles, Nicolas Lapierre, mudou para o #8 com Anthony Davidson e Sébastien Buemi. Será interessante ver a questão do entrosamento entre as novas formações.

PORSCHE TEAM
Sede: Weissach, Alemanha
Chefe de equipe: Andreas Seidl
Diretor técnico: Alexander Hitzinger
Carro: Porsche 919 Hybrid
Motor: Porsche 2 litros V4 turbo
Transmissão: Porsche sequencial de 6 marchas
Pneus: Michelin
Pilotos: Romain Dumas/Neel Jani/Marc Lieb (#14) e Timo Bernhard/Mark Webber/Brendon Hartley (#20)

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A Porsche volta às competições de protótipos em grande estilo. Fazendo barulho, “metendo o pé na porta” e assustando as rivais Audi e Toyota. Os vários quilômetros de teste em diversas pistas, a partir do momento em que o projeto tomou forma, pelo visto não foram em vão e o novo 919 Hybrid parece ter muito mais potencial que o esperado – apesar da solução mecânica utilizada, com um propulsor de quatro cilindros em V e apenas 2 litros.

Tal opção se baseia no fato de que a Porsche introduziu dois sistemas híbridos no seu novo carro e a acoplagem não daria certo se fosse um motor com outra configuração. O desempenho na pré-temporada foi muito bom e os tempos no The Prologue, excelentes e animadores. O plantel de pilotos mescla gente da casa e algumas novidades. A grande atração é a estreia de Mark Webber no WEC, após mais de uma década na Fórmula 1. Outras boas aquisições foram o velocíssimo Brendon Hartley e o eficiente Neel Jani. É uma equipe que, contando ainda com Romain Dumas, Timo Bernhard e Marc Lieb, promete dar muito trabalho.

LOTUS
Sede: Grëding, Alemanha
Chefe de equipe: Romulus Kolles
Diretor técnico: Paul White
Carro: Lotus T129
Motor: AER P60 V6 Biturbo
Transmissão: Ricardo sequencial de 6 marchas
Pneus: Michelin
Pilotos: Christijan Albers/James Rossiter/Thomas Holzer (#9)

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A associação Lotus-Kodewa permanece viva no WEC em 2014 apesar dos problemas envolvendo a equipe e o escritório de tecnologia ADESS AG, que pararam na justiça. Não obstante, a equipe sediada em Grëding buscou um acordo com a Audi para o uso dos motores 4 litros V8 do DTM, mas a indefinição persistiu até o fim do ano passado e o projeto do novo protótipo T129 desenhado por Paul White atrasou substancialmente por conta desta situação, contornada com um acordo costurado com a Advanced Engines Research (AER), que lançou em novembro último um motor biturbo V6 para a classe LMP1.

Como consequência, o T129 não fez nenhum teste de pré-temporada e só percorrerá suas primeiras voltas após as 6 Horas de Silverstone, buscando quilometragem para a estreia em Spa-Francorchamps. Quando entrar na pista, o carro preto terá a bordo o holandês Christijan Albers, aquele mesmo ex-Fórmula 1, ao lado de James Rossiter e Thomas Holzer.

REBELLION RACING
Sede: Derbyshire, Oriental Midlands (Inglaterra)
Chefe de equipe: Barth Hayden
Diretor técnico: Ian Smith
Carro: Rebellion R-One (Lola B12/60 em Silverstone)
Motor: Toyota RV8K 3,4 litros V8
Transmissão: Xtrac sequencial de 6 marchas
Pneus: Michelin
Pilotos: Nicolas Prost/Nick Heidfeld/Mathias Beche (#12) e Fabio Leimer/Dominik Kraihamer/Andrea Belicchi (#13)

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Para não ficar de fora da festa, a Rebellion Racing – também sem carro ainda pronto a tempo da estreia – vai para Silverstone na abertura do WEC para uma honrosa despedida do Lola B12/60 com motor Toyota. O carro, utilizado pelo time de bandeira helvética e de sede britânica, recebeu autorização especial para fazer sua despedida das pistas. Já em Spa estreia o novo carro, de visual bem mais agressivo que seu antecessor.

Sem concorrência na LMP1-L em Silverstone, a Rebellion vai aproveitar a corrida deste fim de semana para entrosar a tripulação do carro #13, na qual estarão os estreantes Fabio Leimer, Dominik Kraihamer e Andrea Belicchi. O protótipo principal do time reúne Nicolas Prost ao lado de Nick Heidfeld e Mathias Beche.

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