Paizão

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RIO DE JANEIRO – Quem acompanha automobilismo sempre diz que “pai de piloto é pior que mãe de miss”. Realmente há algumas figuras que são demais, no sentido ruim do termo. E outras que sempre se pautaram por ser exceção.

Sergio Sondermann sempre foi uma exceção.

Conheci-o nos tempos áureos da Fórmula Renault, categoria em que o filho dele, Gustavo Sondermann, estreou nos monopostos vindo do kart. Salvo engano, o garoto ganhou uma corrida no Rio de Janeiro e era visível a alegria incontida do Sergio em ver o filho vencendo no esporte que tanto amava.

Passada a fase dos monopostos, Gustavo migrou para a Stock Light e Pick-Up Racing, na qual foi campeão em 2008. Um ano antes, ele estava na pista de Interlagos quando morreu Rafael Sperafico. Ninguém poderia imaginar que, iniciada a temporada de 2011, seria ele a vítima da falta de segurança dos carros da categoria na chuva e também do Autódromo de Interlagos.

Gustavo tinha 29 anos. Uma perda imensurável para a família Sondermann e principalmente pro Sergio. Acredito que ele tenha passado os últimos anos varado de dor e saudade do filho querido. Em silêncio, sem alarde, fez sua parte e lutou muito pela melhoria das condições de segurança dos autódromos brasileiros.

A partir daquele mesmo ano, ele recebeu da rapaziada do Superkart Brasil (foto acima), uma justa homenagem em memória de Gustavo, que foi contemporâneo no kart e na Fórmula Renault de muitos dos que hoje continuam nas nossas pistas. O evento passou a ser chamado, em paralelo, de Troféu Gustavo Sondermann.

Hoje, com muita tristeza, fomos informados que o Sergio Sondermann, o grande paizão daquela turma toda, morreu em razão de uma longa enfermidade. O automobilismo brasileiro fica mais triste.

Ao Gustavo Sondermann, um recado: estenda tapete vermelho pro seu pai, porque ele merece.

Comentários

  • Apenas uma correção, Mattar…o acidente que vitimou o Gustavo Sondermann foi em 2011, mais precisamente no dia 03/04/2011…eu estava lá, assim como também estava no dia 09/12/2007, quando a mesma curva do café e a aparente falta de segurança lateral dos Stock Ligth/Montana tiraram a vida do Rafael Sperafico. Em 2010 ele chegou a fazer provas da Stock car principal com um carro nas cores do Palmeiras.
    Quanto ao Sergio Sondermann, que descanse em paz e que reencontre o filho em um bom lugar.

      • Lembro também que o Gustavo Sondermann foi muito homenageado uma semana depois, no Itaipava GT Brasil, também em Interlagos, onde correria aquela temporada, acho que em um Corvette, não me lembro exatamente sempre ouvia falar do pai dele nos bastidores depois disso…foi uma grande perda naquela ocasião…assim como seu pai foi outra agora.