Vitória da Spirit of Daytona nas 6h de Watkins Glen

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O Corvette DP #90 da equipe de Troy Flis conquistou sua primeira vitória no Tudor United SportsCar Championship

RIO DE JANEIRO – Uma grande corrida, com todos os ingredientes de emoção e suspense que uma prova do gênero pode e deve ter. Assim foi a disputa das 6 Horas de Watkins Glen, válidas pelo Tudor United SportsCar Championship. Muitas alternâncias, disputas a granel, toques, acidentes e, no fim das contas, tudo se decidiu no finalzinho. E quem levou a melhor foi a Spirit of Daytona, que chegou à sua primeira vitória em 2014 graças ao britânico Richard Westbrook e o canadense Michael Valiante – com uma boa forcinha de um retardatário.

Na penúltima relargada, o Corvette DP dos irmãos Brian e Burt Frisselle, com Jon Fogarty dividindo a pilotagem, inexplicavelmente se posicionou ao lado do então líder, o Morgan Nissan LMP2 guiado por Alex Brundle, para recuperar a volta de atraso. O carro #9, que vinha em 4º lugar, atrapalhou a tomada de curva do protótipo líder. Alex perdeu ação no contorno da primeira curva e o carro destracionou para sair do esse com velocidade suficiente para manter a dianteira. O #90 avançou e na freada para o segundo esse, assumiu a liderança para não mais perdê-la – até porque, logo depois, o Oreca FLM09 guiado por Renger van der Zande acertou em cheio o Ford EcoBoost Riley DP de Scott Pruett e os dois bateram.

A intervenção do Safety Car foi longa o suficiente para deixar dúvidas acerca do encerramento da prova em bandeira verde, mas a direção de prova ainda liberou a pista para uma última volta em bandeira verde. O Corvette DP de Christian Fittipaldi/João Barbosa, que após uma ótima corrida liderou várias vezes e acabou prejudicado pelas amarelas na meia hora final – além de um drive through por um erro banal e burocrático do time (a equipe não comunicou a troca de Barbosa por Fittipaldi para a largada), ainda tentou voltar ao primeiro lugar, mas foi impossível e a dupla terminou em 3º lugar.

Apesar da colocação alcançada, o resultado não foi de todo ruim para a dupla da Action Express Racing. Eles somaram 30 pontos, enquanto Jordan e Ricky Taylor, líderes do campeonato, terminaram em 5º lugar competindo ao lado do veterano Max Angelelli. Talvez a opção pelo terceiro piloto tenha custado caro à dupla do #10, que vê a diferença na liderança do campeonato cair de sete para três pontos.

Para Oswaldo Negri/John Pew, a corrida foi bem atribulada: a dupla teve que largar dos boxes e logo o #60 da Michael Shank Racing perdeu uma volta. Negri tentou fazer o que estava a seu alcance e até que John Pew, que é um gentleman driver, andou bem e o carro chegou ao 6º posto geral graças a alguns problemas dos outros adversários. Mas faltou confiabilidade e a dupla acabou na 24ª posição, sétima na classe Prototype.

Na Prototype Challenge, o brasileiro Bruno Junqueira chegou a liderar em alguns momentos da disputa, mas depois o carro #09 dele e dos parceiros Duncan Ende e Ryan Lewis foi prejudicado por um toque com um outro adversário e depois por problemas mecãnicos. Acabaram em 38º na geral, com 21 voltas de atraso e em nono lugar na divisão. A vitória, fácil – até demais – foi do #54 da CORE Autosport guiado por Colin Braun/Jonathan Bennett/James Gue, que chegaram em sexto na geral a cinco voltas dos vencedores. David Cheng/Doug Bielefeld/Martin Plowman completaram a prova em segundo, com Frankie Montecalvo/Gunnar Jeannette fechando o pódio.

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Antonio Garcia e Jan Magnussen deram show em Glen e lideraram quase a corrida inteira na classe GTLM com o Corvette C7-R

A Corvette conquistou uma importante vitória na divisão GTLM, graças ao domínio quase de início ao fim do #3 de Antonio Garcia/Jan Magnussen, que terminaram na 11ª posição geral. Não teria sido surpresa se os “trovões” fizessem 1-2 em Glen, mas o #4 de Oliver Gavin/Tommy Milner precisou pagar uma penalização por um contato evitável com um retardatário. Acabou que Dominik Farnbacher/Marc Goossens chegaram em segundo na classe, com Kuno Wittmer/Jonathan Bomarito logo após. Um pódio 100% composto pelos “muscle cars” estadunidenses.

Para a Porsche, sobrou o 5º lugar do #911 de Richard Lietz/Nick Tandy/Patrick Pilet, seguida pela BMW com John Edwards/Dirk Muller e a Ferrari de Giancarlo Fisichella/Pierre Kaffer. Como curiosidade, todos os GTLM receberam a quadriculada.

Na GTD, domínio incontestável da BMW Z4 da Turner Motorsport, guiada muito bem por Dane Cameron/Markus Palttala, que terminaram a disputa em 25º na geral, 13 voltas atrás dos vencedores. Bill Sweedler/Townsend Bell, com a Ferrari F458 da AIM Autosport, chegaram em segundo e o pódio teve ainda o trio formado por Andy Lally/John Potter/Sebastian Asch, da Magnus Racing. Boa prova do #27 de Patrick Dempsey/Joe Foster/Andrew Davis, que foi seguido pelo #63 de Alessandro Balzan/Jeff Westphal/Brandon Davis e pelo #30 de Christina Nielsen/Kuba Giermaziak.

Comentários

  • Excelente corrida, muito disputada do início ao fim. Torci bastante pelo carro da OAK, nitidamente o melhor conjunto da prova, mas perderam muito tempo presos atrás de outros carros. Quando lideraram, sumiram na frente. Mas, apesar dos esforços para equilibrar as coisas, o mote continua o mesmo: pelas diferentes concepções de projeto (tanto no que se refere ao carro em si, como da motorização), é muito mais fácil um DP ultrapassar um LMP2 do que o contrário, mesmo que esse seja muito mais rápido no tempo geral de volta.

  • Apesar da maldade do horário, muito bom trabalho da equipe dos canais Fox Sports em trazer a prova na íntegra. Que venham mais provas, mais automobilismo, parabéns aos envolvidos.

    Sobre a prova (que consegui acompanhar só até a 3ª hora rs), muito movimentada, grid cheio, variáveis mil pros pilotos e equipes lidar.. Muito boa.

  • Não sei se o dono do blog concorda comigo, mas não acha que esses pneus Continental nos LMP2 e os 80 HP extras do Corvette DP são armas infaliveis em largadas e relargadas contra os LMP2 ? Pois o Riley-Ford até que é um carro bem equilibrado em relação aos LMP2, mas o Corvette DP é um carro que precisa ser mais restringido em relação a potencia porque não adianta olhar na folha de tempos em qualy onde há o equilibrio sendo que em corrida que é onde vale as coisas o Corvette DP se mostra o carro mais rápido do grid e muito dificil de se acompanhar atrás. Se os pneus fossem escolha livre já amenizaria este problema cronico dos LMP2 com os pneus Continental.

  • Fico no aguardo do vídeo, assim que possível, claro, pois no meio dessa overdose de futebol na tv por conta da copa, nada melhor que uma boa corrida.