Fim de um ciclo à vista?
RIO DE JANEIRO – Pois é o que parece. Mais de 40 anos após a primeira transmissão de uma corrida de Fórmula 1, o GP de Mônaco de 1972 e de repassar os direitos para a Bandeirantes em 1980, a Rede Globo parece em vias de desistir de exibir a categoria em TV aberta. A notícia está no site da Quatro Rodas, para quem quiser ver, assinada por Marcos Sérgio Silva.
Não vou entrar em maiores detalhes. O Flavio Gomes, que soube disto primeiro que eu, já escreveu a respeito no blog dele. Que o caminho estava aberto para essa possibilidade, isso é um fato. Já houve transmissões no canal a cabo das Organizações Globo (não preciso citar o nome, todo mundo sabe) por conta da coincidência de datas com partidas do Campeonato Brasileiro e, de mais a mais, a TV fechada tem mais flexibilidade de grade de programação que uma emissora que fica engessada por suas atrações dominicais. Recentemente, a Globo abriu mão de passar o treino classificatório na íntegra para se concentrar no Q3, a fase decisiva que define a pole position. No lugar das fases anteriores, TV Globinho, faixa de desenhos da emissora carioca.
Enfim, como disse, não vou me ater ao tema. Como alguém que acompanhou parte dessa história da Fórmula 1 na Globo (e que trabalhou lá por um período) durante mais de 30 anos, lamento que as coisas estejam chegando a esse ponto.
É um caminho que parece, ao meu ver, sem volta.
A parte ruim é que a Fox Sports não vai ser a TV com direito de transmissão do evento. Queria ouvi os comentários do RM na F1,
Essa eu vou ficar te devendo, Wallace.
Mattar, neste ano até estou assistindo algumas corridas, mas há muito tempo perdi o interesse pela F1 e tenho uma opinião a respeito que abrange não somente a “categoria máxima”, mas o automobilismo em geral no Brasil:
Primeira coisa que penso, é que o automobilismo em si, jamais teve grande audiência no Brasil. Exceto a F1, ou algum evento especial como 500 Milhas de Indianápolis, por acaso alguma categoria regularmente transmitida dá ou já deu mais que 5 pontos de audiência ? Creio que não. Como você mesmo disse em outro post, Mattar, “o automobilismo é um nicho muito pequeno perto do futebol”.
O que me parece também é que o pessoal do “plim-plim” percebeu que Barriquellos e Massas da vida não são e nunca serão Fittipaldi, Piquet e Senna e que principalmente este último, quando vivo, foi capaz de fazer com que até mesmo o espectador que não é ´fã de automobilismo acompanhasse as corridas, elevando a níveis muito acima da média a audiência por aqui, mas que isso aos poucos foi se acabando após sua morte…sendo assim, a audiência que a F1 tem hoje, é do fá do esporte a motor, que também acompanha a Indy, o WEC, a Nascar, a Stock Car e a DTM, categorias transmitidas em canais pagos.
A F1, sendo uma modalidade de automobilismo, não está no mesmo nível de outras “atrações” da emissora, como novelas e futebol, que, por pior que sejam, mantem os índices de ibope acima dos 2 dígitos.
Outro fator que contribuiu para a perda de espaço na tv aberta foi a decadência técnica das transmissões (exceto o Reginaldo Leme…), tudo piorou e o tradicional “pachequismo” tomou conta de vez, fazendo a coisa perder a espontaneidade e partir para uma chatice insuportável. Existe um exemplo aqui mesmo na Stock Car, com a tentativa de transformar o Cacá Bueno no grande herói nacional das pistas mesmo sem o cara ter o menor carisma para tanto. Sem discutir a qualidade técnica do piloto, mas as transmissões em que só apareciam ele o carro dele há uns 2 a 3 anos atrás eram terríveis…a própria emissora e a Stock pararam com isso depois que as transmissões foram para o canal pago, Então creio que tenham arrumado a mesma solução para a F1.
Vamos ver no que dá…
A F-1 pode até continuar na tv aberta, desde que o “Babão Bueno” deixasse de narrar as provas, ninguem guenta mais !!!