Hunt, sempre Hunt…

Hunt 76 3

RIO DE JANEIRO – Só mesmo James Hunt para ser capaz de protagonizar um ensaio fotográfico com modelos seminuas ou absolutamente despidas, como na foto acima, após a conquista do título mundial de F1 em 1976. Não surpreende, para quem comandou no Hilton Hotel de Tóquio, dias antes da prova disputada em Fuji, uma orgia para ninguém botar defeito com as comissárias da British Airways, na época conhecida como BOAC.

Hunt foi a personificação do piloto-playboy, categoria que teve ainda outros representantes, verdadeiros dândis das pistas, como o príncipe tailandês Birabongse “Bira” Bhanuban; o conde holandês Carel Godin de Beaufort; Rikki Von Opel, herdeiro da marca que representa a General Motors na Europa e também o irlandês Innes Ireland, parceiro de vários anos do escocês Jim Clark na Lotus e que não dispensava uma boa companhia feminina.

Só que, ao contrário de todos os supracitados, James era rápido e guiava bem. E muito bem. Niki Lauda que o diga…

Em tempos atuais, uma foto como esta seria impensável e os defensores do politicamente correto – e também do desmatamento – protestariam veementemente.

Aliás, admirável a Texaco e a Marlboro, leia-se Phillip Morris, autorizarem a exposição de suas marcas num ensaio um tanto quanto revelador feito este. Talvez não tivessem se importado porque sabiam com quem lidavam. Afinal de contas, como mostrou o livro do jornalista britânico Tom Rubython, Corrida para a glória, o responsável por levar Hunt à McLaren foi John Hogan, um dos mais influentes diretores da companhia tabaqueira, que impediu a ascensão do belga Jacky Ickx ao lugar de Emerson Fittipaldi.

Cá pra nós? James tá mais feliz que pinto no lixo… do jeito que o diabo gosta.

Comentários

  • Conheço essa história há um bom tempo. No inicio do ano, vi essas fotos no Facebook de um petrolhead belga, o Carlos Ghys, e tive à conversa um bocado com ele. E disse-me que isso apareceu numa revista italiana, no inicio de 1976. E ele me disse que há um ensaio parecido, mas com o Clay Regazzoni, do qual ele não tinha as imagens, infelizmente.

    Acho engraçado que tudo isto existiu no ano em que nasci. e como alguém disse, isto é de um tempo em que não volta mais.

    • tbm sou de 76, na verdade 22 de janeiro… sou apaixonado por velocidade, F1 e mulheres… fico muito feliz de saber que o campeão de 1976 foi o Hunt, e de como ele lidava com todo esse mundo que é a F1. Estou doido para ver o Filme… Foto irada essa!!! abraço

  • “Defensores do politicamente correto e do desmatamento” foi ótimo Rodrigo, ri muito! Observando bem as fotos percebe-se que nas décadas de 70 e 80 as mulheres nunca faziam um ensaio fotográfico 100% nuas, elas no mínimo usavam biquíni bem denso de pentelhos lá na parte de baixo (coisa pro bigodão do Nietzsche morrer de inveja!), mas ninguém superou Cláudia Ohana, a única mulher a realmente passar a perna na playboy com aquele ensaio que tinha mais pelos do que nudez, kkk!!

  • Passava bem esse ai, hein…hoje, além de tudo no contexto do “politicamente correto”, tem algumas grid-girls (eu disse “algumas”…) que parecem mais travecos…O automobilismo precisava ter mais caras como este, talentoso, rápido e que curtia sim a vida sem hipocrisia…e com pentelhos ou não.

  • O grande problema é que hoje em dia se formos reproduzir um ensaio como esse no Brasil, as moças já estarão devidamente “desmatadas”, o que é ótimo, na minha opinião. Mas seriam também representantes dessa praga que alguns hoje em dia acham que é um mulher bonita: forte, musculosa, com pernas horripilantes de tão bombadas, ostentando bundas que parecem um músculo, armadas com horríveis seios de silicone e, pior de tudo, feias de rosto!

    Vai mal o país que toma por bela uma mulher fabricada e masculina.

    • Na verdade esses gostos duvidosos estão na maior parte do mundo. São sempre “importados” dos nossos queridos amigos da América do Norte. E o pior é que a tendência de masculinização da mulher já atinge patamares de doença psiquiátrica. Ultimamente, se tornou uma coisa desejável para uma mulher, dizer que é lésbica. É motivo de destaque positivo e notas elogiosas na mídia. E quem não aprova essa “novidade” é chamado de homofóbico. O mundo está, a cada dia, mais doente.

      • Me referi apenas ao físico das moças, Alex, nada mais. Quanto a serem lésbicas ou não, cada um tem total liberdade para fazer o que quiser, desde que não agrida ninguém.

        Quanto a “moda” de se dizer isso ou aquilo, tem muito haver com a colossal repressão que homossexuais sem sofreram.

        Meu ponto foi apenas sobre essa moda de mulheres fortes, malhadas e siliconadas, que acho feio pra cacete, só.

      • Não me parece que eu tenha dito nada que indique que você se referiu a uma outra coisa. Muito menos neguei a liberdade de fazerem o que quiserem. Mas…OK, deixa prá lá.

  • Você cita os outros mulherengos da F1, e que andavam bem, mas esqueceu o principal, acho que até mais sacana que o Hunt: O Mike “the bike”, que, além de ter sido um fora de série nas motos, foi um excelente F1 driver, companheiro do Moco (andava bem perto dele), e um puta garanhão…

  • É Rodrigo, Hunt foi o símbolo maior do playboy. Aliás, o próprio Ickx era meio assim não é? E, honestamente, foi uma pena que Jacky Ickx não tenha conseguido a vaga pois era bem mais talentoso que o inglês. Senão vejamos: Hunt andou bem durante umas 3 temporadas, em meados da década de 70. E foi só.
    Ickx começou como um meteoro no final dos anos 60, tinha pinta de campeão e se manteve entre os principais até 72, só não conquistando o título porque, a partir daí, teve carros ruins ou superados. No Mundial de Marcas, entretanto, sempre foi espetacular, e até Rally Paris Dakar ele ganhou.

  • “Só que, ao contrário de todos os supracitados, James era rápido e guiava bem.”

    Innes Ireland fez jogo igual com Jim Clark quando foram companheiros de equipa, chegando a somar mais pontos em 1961. Não ficou na equipa oficial da Lotus porque Colin Chapman não queria dois galos para o mesmo poleiro e também não devia gostar do estilo playboy do Ireland…

    • Não sabemos quais as circunstâncias que fizeram o Ireland ter mais pontos que o Clark em 1961. Provavelmente, Clark, por ser muito veloz, levava o carro ao limite e seu equipamento quebrava. Afora que ele (Clark) se envolveu no acidente da morte do Von Trips em Monza. Logo…

  • Grande Rodrigo, beleza? Bons tempos. Imagino que você já assistiu o documentário “When Playboys Ruled the World com o Hunt e o Barry Sheene (motovelocidade) apresentando ambos no único ano que os ingleses comemoraram tanto o título da F1 como da motovelocidade. Vale assistir com calma.

    ABRAÇO!!!

      • Desculpe-me atrapalhar, só completando: o documentário está disponível no youtube, só escrever o título e assistir. Pouco mais de uma hora. Separe algumas cervejas geladas para acompanhar os dois malucos! ABRAÇO!!!