Sangue novo: os 10 mais jovens da F1 (antes de Max Verstappen)

_46539212_jenson_media766

10 – JENSON BUTTON (2000)
20 anos, um mês, 22 dias

Jenson Button era só sorrisos quando chegou à Fórmula 1 no fim do século passado. Também pudera: vinha de um excelente Campeonato Inglês de Fórmula 3 (3º colocado) e do vice no GP de Macau, e era considerado a maior esperança britânica desde Nigel Mansell. Dois anos antes de sua estreia na categoria máxima, ele fazia barulho na Fórmula Ford com seus chassis sem aerofólios e pneus estreitos. Button não só surpreendeu nos primeiros testes pela Williams, como abocanhou a vaga de titular, pondo o brasileiro Bruno Junqueira para escanteio. Como resultado, o britânico está na F1 até hoje, com direito ao título mundial de 2009. Com 258 largadas no currículo e 15 vitórias, é o mais “rodado” dos pilotos da categoria.

122947cf2766940dd80669fa19189186

9 – EDDIE CHEEVER JR. (1978)
20 anos, um mês, 22 dias

Assim como Button, Eddie Cheever estreou exatamente aos 20 anos, um mês e 22 dias na Fórmula 1. Garoto-prodígio da Escola de Pilotagem de Henry Morrogh, chegou à F3 inglesa com menos de 18 anos e em 1976 já estava na F2 Europeia, como piloto da equipe Project Four, de Ron Dennis. Em paralelo ao seu terceiro ano no certame intermediário de monopostos, teve a chance de guiar os primeiros F1 da carreira: testou para Ferrari e Williams, mas acabou mesmo andando em carros medíocres como o Hesketh 308E e o Theodore TR1, com o qual estreou no GP da África do Sul, em Kyalami. Eddie demoraria até 1980 para emplacar uma temporada completa e ficou na categoria até 1989, quando se mudou para a Fórmula Indy. Disputou 132 GPs, com nove pódios – seu melhor resultado (duas vezes) foi um 2º lugar.

sebastianvettel_bmw_indianapolis_2007

8 – SEBASTIAN VETTEL (2007)
19 anos, onze meses, 14 dias

Quando chegou à Fórmula 1 através da BMW Sauber, há sete anos, Sebastian Vettel era um talento bruto, um diamante a ser lapidado depois de desempenhos avassaladores nas categorias de base do esporte, feito a Fórmula BMW e a F3. Foi contratado com 19 anos para ser piloto reserva do time helvético com investimento germânico, mas logo teve a chance de substituir Robert Kubica, convalescendo de um acidente no GP do Canadá. E correspondeu plenamente: chegou em 8º lugar logo na corrida de estreia, o GP dos EUA em Indianápolis. Antes do fim do campeonato, a Red Bull fez valer a opção de investimento no piloto e o trouxe para a Toro Rosso, que defenestrara Scott Speed. O resultado todo mundo sabe. Vettel tornou-se tetracampeão do mundo e um autêntico demolidor nas pistas.

chrisamon

7 – CHRIS AMON (1963)
19 anos, dez meses, 20 dias

Numa época em que os pilotos se mantinham ativos nas pistas até além dos 40 anos de idade, foi espetacular a ascensão de Christopher Arthur Amon à F1, ainda imberbe, em 1963. Chris penou para se adaptar, mas rapidamente mostrou sua velocidade e um potencial tremendo, que chamou inclusive a atenção da Ferrari. Infelizmente, para ele, sua carreira foi pautada por dezenas de escolhas ruins e muitos azares. Abandonou o automobilismo e a categoria em fins de 1976, após disputar 96 corridas com cinco pole positions, três recordes de volta em prova e um total de 11 pódios – chegou três vezes em segundo e outras oito em terceiro.

131021165920-daniil-kvyat-story-top

6 – DANIIL KVYAT (2014)
19 anos, dez meses, 18 dias

O futuro companheiro de Max Verstappen no Jardim da In… ops! – desculpem – na Toro Rosso na próxima temporada também causou com sua estreia precoce na Fórmula 1. O russo Daniil Kvyat chegou ao time filial da Red Bull respaldado pelo título da GP3 Series e desbancou o português Antônio Félix da Costa, tido por muitos como o favorito ao cockpit da equipe sediada em Faenza. Apesar do espanto pela subida meteórica, o piloto – agora com 20 anos feitos em abril – conseguiu seis pontos na atual temporada. Como melhor resultado, um nono lugar logo na prova de estreia na Austrália, resultado repetido na Inglaterra, na tradicional pista de Silverstone.

1270897-1098-atm14

5 – ESTEBAN TUERO (1998)
19 anos, dez meses, 14 dias

Aposta de Giancarlo Minardi, o argentino Esteban Tuero foi o mais jovem piloto de seu país a ingressar na Fórmula 1. Há 16 anos atrás, ele era o terceiro na lista de todos os tempos, superado somente por Ricardo Rodriguez e Mike Thackwell. Na única temporada que disputou, terminou quatro provas e o seu melhor resultado foi um 8º lugar no GP de San Marino. Acabou lesionado numa vértebra após uma batida no GP do Japão com a Tyrrell de Tora Takagi e após este incidente, decidiu se retirar prematuramente da categoria (na verdade, o piloto usou o acidente como desculpa, porque tinha saudade da família…). A partir do ano seguinte, passou às competições de Turismo, com ênfase na TC2000. Correu também de Stock Car numa das etapas realizadas em Buenos Aires.

Australian GP

4 – FERNANDO ALONSO (2001)
19 anos, sete meses, 4 dias

A Espanha nunca se destacara no automobilismo com seus pilotos. Até surgir Fernando Alonso Díaz. Com 19 anos, o asturiano conquistou uma vitória épica numa prova de F3000 realizada em Spa-Francorchamps com um carro da equipe belga Astromega e apresentou suas credenciais no esporte. O olho de Flavio Briatore cresceu e o mafioso italiano ofereceu à jovem promessa um contrato duplo: Fernando tornava-se piloto do programa de jovens talentos da Renault e, automaticamente, passava a ser empresariado pelo esperto dirigente. A “matrícula” de Alonso foi feita na Minardi e, mesmo com um carro sofrível, o piloto deixou ótima impressão na temporada de 2001. Após um ano sabático nas pistas, porém de exaustivos treinos com a Renault, venceu sua primeira corrida em 2003, tornando-se um dos mais jovens vencedores de todos os tempos. Foi bicampeão mundial em 2005/2006, também o mais jovem até ter sua marca batida por Vettel. Com 227 GPs disputados, 32 vitórias, 22 pole positions e 97 pódios, é considerado o mais completo piloto de sua geração.

photo_memo_gloves_4_600x452

3 – RICARDO RODRIGUEZ (1961)
19 anos, seis meses, 27 dias

Tão precoce quanto Chris Amon, o mexicano Ricardo Rodriguez deteve o recorde de piloto mais jovem a conduzir um F1 numa corrida oficial da categoria por 19 anos. Estreando no GP da Itália marcado pela morte do alemão Wolfgang Von Trips, o jovem valor de seu país era tido como fenômeno do automobilismo. Logo na corrida de estreia largou na primeira fila com a Ferrari 156 “Squalo”, em 2º no grid. Marcou pontos duas vezes em somente cinco corridas: 4º colocado no GP da Bélgica e 6º no GP da Alemanha, em 1962. Quando já se considerava pronto para a primeira temporada completa na categoria, morreu durante os treinos do GP do México, prova extracampeonato, a bordo de um Lotus 24 com motor Climax. O piloto tinha apenas 20 anos em 1º de novembro de 1962, dia do acidente fatal.

thackwell80

2 – MIKE THACKWELL (1980)
19 anos, cinco meses, 29 dias

Mike Thackwell foi um dos maiores exemplos de que nem sempre um piloto que chega cedo demais à F1 pode ser exemplo de sucesso. O neozelandês, que começara no automobilismo dois anos antes de estrear com um Tyrrell no GP do Canadá de 1980, começou na Fórmula Ford e logo avançou para a F3 inglesa, fazendo parte da mesma geração de Chico Serra, Andrea de Cesaris e Derek Warwick. Após uma razoável temporada no Europeu de F2 como piloto da equipe ICI com o chassi March 802 e motor BMW, Thackwell foi substituir Jochen Mass na Arrows quando o alemão capotou nos treinos do GP da Áustria e teve que se afastar das pistas. Não se classificou para o GP da Holanda e Ken Tyrrell alinhou um terceiro carro para ele em Montreal. Contudo, a corrida de estreia do piloto acabou num acidente logo após a largada, em que foram destruídos não só o carro dele como o do irlandês Derek Daly, da mesma equipe. Thackwell voltou às provas de F2, foi o campeão da categoria em 1984 e só reapareceria na F1 justamente no GP do Canadá daquele ano, num RAM Hart. Abandonou as pistas aos 27 anos, após o 7º lugar no GP de Pau de Fórmula 3000.

jaime-alguersuari-3

1 – JAIME ALGUERSUARI (2009)
19 anos, quatro meses, 3 dias

Campeão da Fórmula 3 inglesa em 2008, o espanhol Jaime Alguersuari foi um dos muitos que fez parte do programa de jovens talentos da Red Bull e, como tal, foi aproveitado pela marca do energético na F1. Em seu caso, o piloto acabou substituindo Sébastien Bourdais, que jamais se adaptou à categoria depois do domínio avassalador do francês na hoje extinta ChampCar. Alguersuari largou de último em sua estreia no GP da Hungria, mas progrediu e chegou em décimo-quinto. Fez seus primeiros pontos no GP da Malásia em 2010 e nesse quesito é o terceiro mais jovem em todos os tempos. Ao fim de sua melhor temporada, em que foi 14º colocado no Mundial de Pilotos, foi demitido da Toro Rosso e deu lugar a Jean-Éric Vergne, a próxima vítima da “máquina de triturar pilotos da Red Bull”. Alguersuari disputou 46 GPs. Tornou-se comentarista da BBC e DJ nas horas vagas. Perdeu também um lugar certo na equipe BMW do DTM para o alemão Timo Glock e agora se prepara para regressar às pistas na nova Fórmula E, pela equipe Virgin.

Comentários

  • Tem também um garoto de 20 anos tentando chegar lá, Sam Brabham. Obviamente com ascendência de pista, mas que além disso tem um certo “Uncle Mike” que o orienta. Uncle Mike Thackwell, um desses garotos aí de cima…

  • Sou a favor da FIA criar quesitos mais sérios para conceder a super licença para as categorias top.

    Para começar, F3/Gp3 só seria acessível a pilotos já graduados no nível F4 (Abarth, Renault e a própria), para se chegar a WSR e GP2, apenas os 10 primeiros em campeonatos top do nível F3 ou os 3 primeiros dos certames mais modestos. F1, e Lmp1, só os 5 primeiros no nível F2 (WSR/Gp2), simples.

    Se o cara for um gênio e conseguir fazer isso em 3 anos, ótimo, F1 para ele. Se não, que progrida.

    A FIA precisa pensar melhor o automobilismo, como um todo, uma cadeia produtiva, os pilotos precisam de um caminho definido e justo a todos.

    As equipes também, precisam trabalhar com a expectativa de fazer um excelente trabalho, ter condições de subir e serem reconhecidas. A escolha da US F1 acima de Carlin e Lola em 2009 foi um dos maiores absurdos da historia do esporte.

    Categorias como DTM e WEC tem que ser valorizadas ao máximo também para que atraiam cada vez mais pilotos jovens e rápidos, desafogando assim os campeonatos de nível F2 que tem hoje em dia muitos veteranos, tornando a disputa injusta para os mais novos.

    Nada contra pilotos muito jovens – Alonso, Hamilton e Vettel chegaram cedo e são profissionais extremamente competentes – mas, contra inexperientes, sim.

    Todo esse processo tem que ser revisto, para se tornar mais justo e sustentável.

  • Correção:
    Mike Thackwell, não abandonou…Faleceu em uma prova.. Era um baita piloto, pergunte ao Pupo Moreno.. Safra igual.. os dois só não teve sorte…Mas infelizmente, ele Mike, faleceu em uma prova..se não me falhe a memoria..F-2..

  • A minha opinião sobre o Vestapen é de que ele devia ao menos fazer uma temporada de gp2 pra provar do que ele é capaz. O que a red bull fez foi praticamente mostrar que a gp2 e gp3 são inúteis e de que pilotos que estão la tentando entrar na F1 dificilmente terão uma chance.

  • Os nomes de Jenson Button, Eddie Cheever, Sebastian Vettel, Chris Amon, Daniil Kvyat, Esteban Tuero e Fernando Alonso não podem, nesse caso, figurar na lista de pilotos que um dia detiveram o recorde do mais jovem a disputar uma prova válida para o campeonato da Fórmula 1.

    Esse título, antes de Max Verstappen, só pertenceu a seis deles (incluindo alguns da sua lista), nessa ordem: Geoff Crossley (Inglaterra, 1950), José Froilán González (Mônaco, 1950), Troy Ruttmann (Indianápolis, 1950), Ricardo Rodríguez (Holanda, 1961), Mike Thackwell (Canadá, 1980) e Jaime Alguersuari (Hungria, 2009).