O velho e o novo triunfam em Bathurst

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Encostado no seu Ford Falcon, Chaz Mostert recebe os cumprimentos pela histórica vitória nos 1000 km de Bathurst. Ele e seu parceiro Paul Morris largaram de último e ganharam a prova na última volta

RIO DE JANEIRO – Uma corrida histórica. Assim foi definida por muitos a edição 2014 dos 1000 km de Bathurst, a corrida mais longa da temporada da International V8 Supercars Series. Mais uma vez realizada no espetacular circuito Mount Panorama, a prova foi dramática e teve todos os ingredientes de uma grande competição de automobilismo.

A começar pela improvável formação vitoriosa a bordo do carro patrocinado pela Pepsi Max e alinhado pela Ford Performance Racing (FPR). O jovem Chaz Mostert, 22 anos, aliou-se ao experiente Paul Morris, décadas mais velho e que competiu inclusive no automobilismo estadunidense, na Indy Lights. Os dois largaram da última posição de um grid de 25 carros para levar a vitória ao fim de 161 voltas justamente na última, ao ultrapassar o Holden de Jamie Whincup/Paul Dumbrell, vítima de falta de combustível enquanto caminhava célere para a vitória.

http://www.youtube.com/watch?v=8n7_JTK1IPE

O pódio foi completado por duas outras autênticas surpresas: James Moffat e Taz Douglas completaram a prova em 2º num dos melhores resultados do modelo Altima neste ano e a dupla Nick Percat/Oliver Gavin levou o Holden #222 a um improvável 3º lugar, com o Erebus Mercedes dos irmãos Will e Alex Davison chegando na quarta colocação. Creio ser a primeira vez em muito tempo que uma prova do International V8 Supercars termina com quatro marcas diferentes nas quatro primeiras posições.

Mesmo após o problema de consumo de gasolina, Jamie Whincup não tem muito do que se queixar, apesar da derrota. O piloto da equipe rubrotaurina fez uma grande prova de recuperação vindo do 23º lugar do grid e descontando uma volta ao longo da disputa, para chegar à liderança que lhe escorreu por entre os dedos. Com o 5º lugar, Whincup chegou a 2547 pontos, abrindo confortável vantagem para o vice-líder Mark Winterbottom, que soma 2250. Craig Lowndes, que chegou em 10º na prova de Bathurst, já conformou-se com a perda de mais um título. Terceiro colocado com 2208, ele já vê o ano como “perdido”, faltando três provas (Surfers Paradise, Phillip Island e Sydney Motorsports Park) num total de oito corridas por vir para o encerramento da competição.

Comentários

  • v8 Supercars fazendo historia mais uma vez…em qualquer pista fará sucesso com suas disputas de posições mesmo diante do dominio da RedBul Triple Eight de Whincup/Lowndes.

  • Fantástica a tensão na última volta. O Whincup, mesmo com o aviso de que não ia dar pra terminar arriscou tudo e deixou nitidamente pra tirar o pé na parte sinuosa da subida, onde esparramou muito bem e limitou os espaços, pensando em aproveitar o embalo na descida para tentar terminar a frente. Mas um totó de leve foi o suficiente para permitir dois carros lado a lado e deixar o moleque rumar para a vitória. Fantástica categoria pra quem gosta de automobilismo, principalmente tendo uma prova de 1000km. Ah se a “corrida do milhão” na Stock tivesse pelo menos uns 300km…
    Aqui não vinga, infelizmente. O povo não gosta de automobilismo, gosta apenas de ver um brasileiro ganhar com o pé nas costas. Como sempre escrevem por aí, e escreveram no post do Nasr recentemente. Se não for outro Senna, outro Piquet ou Emerson, é mais um looser vendido pela emissora que transmite F1, como se o cara fosse Ô culpado de ter outros melhores do que ele na disputa. Muito diferente do que acontece em países cujo povo gosta de automobilismo de verdade, se maravilhando com as situações de corrida, independente de quem vença.

    • Concordo com duas coisas: A Stock deveria adotar tempo maior para suas corridas, mesmo que isso acarretasse em voltar ao modelo de uma prova por rodada, e nos eventos especiais (leia-se Corrida do Milhão…), uma prova de 300 Km seria excelente, ou algo parecido. E dane-se se isso significar o fim da parceria com o “plim-plim”. Até o ainda fraco Brasileiro de Marcas vai seguindo a vida com um formato (de rodadas duplas…) muito mais decente.

    • Peraí, Fabricio!
      Acho que você acabou misturando o gnocchi com a macarronada no seu post de ontem às 14:04.
      Não assisto só se brazuca estiver vencendo com um pé nas costas, assisto para ver pilotos competentes e/ou merecedores de estar onde estão. . .coisa difícil de acontecer de uns tempos para cá, é só um tal de apadrinhado “chegar lá” que dá até dó. . .com relação à ser culpado, é culpado sim, por se deixar vestir com a carapuça mais conveniente para a mídia oficial. . .
      Tá cheio de piloto brasileiro COMPETENTE pelo mundo, JP “Oribera” no Japão, Tomas Erdos mais o Augusto Farfus na Europa, Ozzy Negri e Cristian Fittipaldi (Campeão 2014) na América, mais outros tantos, que dão gosto de ver, ao contrário desses garotos-propaganda de pasta de dente/protótipo de bom-m0ço/galã de novela tipo Nasr, que na hora do “vamo-vê” ó. . .neca de pitibiriba.
      Abraço.
      Zé Maria

  • Essa categoria é um show a parte e esse final de tirar o fôlego. Corridas longas sempre com emoções até a ultima volta.

    PS: Depois que a StockCar criou aquela corrida de duplas em Interlagos na StockCar, fico imaginando a força que teria uma dupla Cacá Bueno e Jamie Whincup (quem sabe a RedBull leia esse comentário hehehe) para disputar a vitória.

  • Tem que ver se o cara topa virar o mundo pra rodar 30 min na Stock. Botando mais lenha na fogueira, os dois já pilotam para o grupo Chevrolet, e somando aos patrocinadores temos 2 empecilhos a menos. ;-)

  • Cara.. todo ano a volta final dessa maravilhosa corrida é um espetáculo? Salvo lapso de memoria ou o ano passado a disputada foi quase lado a lado na ultima volta.

    E claro… que pista MARAVILHOSA!! Aquele “baita” arquiteto (tinha que ser..) que faz os autódromos da F1 tinha que ficar uns meses.. trabalhando de jardineiro nessa pista para ver se aprende alguma coisa sobre pistas de corrida.