Alguma dúvida?

RIO DE JANEIRO – Começamos a terça-feira com uma notícia nem um pouco surpreendente: a construção do substituto do Autódromo de Jacarepaguá, que deveria ser erguido em Deodoro como substituição às instalações extintas para que fosse erguido o Parque Olímpico para a Rio 2016, está suspensa por tempo indeterminado.

A promessa, previsão, seja lá o que for, é que tais instalações deveriam estar prontas em 2012. Agora, não há mais prazo. Depois, não reclamem quando Felipe Massa, que apadrinhou o Racing Festival, extinto após apenas duas temporadas, fala algumas verdades – como aconteceu ontem, num programa de televisão.

“Sabe como está o automobilismo brasileiro? Zero. Não tem categoria e não tem ajuda”.

Massa está coberto de razão.

E, sem autódromos, como ter automobilismo?

Pelo visto, a situação no Rio de Janeiro não vai mudar. O diretor jurídico da CBA, Felippe Zeraik, expõe os fatos.

‘O novo autódromo corre risco’

Felipe Zeraik
Diretor Jurídico da CBA

A CBA também entrou com uma petição na Justiça Federal para cassar a liminar, mas estamos em compasso de espera. Até porque a Justiça Federal não prima pela celeridade.

Mas  a verdade é que o novo autódromo corre risco de não sair do papel. Principalmente porque o prefeito do Rio (Eduardo Paes) não demonstra mais nenhum interesse em construí-lo.

Assim que conseguiu iniciar a destruição do Autódromo Internacional Nelson Piquet para erguer o Parque Olímpico, o Paes se afastou de todo o processo.

O prefeito poderia, por exemplo, apontar uma outra solução, como a mudança do local, apresentar um outro terreno.

A comunidade automobilística está revoltada porque ficou só na promessa. Se não tomar cuidado, viro alvo de pneus. Só que, infelizmente, resolver essa questão não depende de nós.

Cabe observar o seguinte: a CBA, quando teve que resolver alguma coisa – e me refiro à sobrevivência do Autódromo de Jacarepaguá – não resolveu. Mas nós sabemos também que o sr. Eduardo Paes não quer saber de construir uma nova pista e há quem diga que ele vai empurrar essa para o fim do seu mandato – em 2016 – e entregar a bomba ao seu sucessor.

Até lá, só nos resta lamentar.

Alguma dúvida de que Deodoro nunca sairá do papel?

Comentários

  • Xará, conversando uns anos atrás com um pessoal aí do Rio eles me contaram que não tem como construir nada em Deodoro devido a um incêndio que ocorreu em um paiol de armas no passado e que espalhou munição e explosivos por todo o terreno. Isso já teria até feito vítimas num treinamento do exército. Só a grana para a limpeza desse terreno impede qualquer coisa….
    Imagina fotografo andando pela pista e de repente KABUMMM

    • Eu sei da história do paiol e da explosão, xará. Agora, é de uma desfaçatez incrível o Ministério do Esporte aceitar um terreno nessas condições, porque a “construção” de Deodoro começou com a esfera federal envolvida na história. Agora, todo mundo tira o seu da reta. Principalmente o alcaide do RJ.

      • Prezados Rodrigos

        Ocorre que, no caso de Deodoro, fizeram de sacanagem, a meu ver. A área utilizada pelo Exército é de mata fechada. A construção de um autódromo ali necessariamente obrigaria a desmatar aquela área (seriam milhares de árvores derrubadas). O que iria ocorrer é que as escavadeiras e os tratores iriam voar a todo tempo naquela área (tirando o risco de ferir alguém, eu adoraria ver uma escavadeira dessas construtoras sem-vergonha acertar uma minha e voar).

        Mas, curioso é que existe, no outro lado da linha férrea, um terreno, de tamanho semelhante, mais próximo ainda da pista de pouso do Exército (que foi um dos argumentos para a escolha do local), já degradada (isto é, sem árvores a retirar), que poderia ser utilizado para a construção do autódromo. Aí eu pergunto a vocês: qual dos dois terrenos é mais fácil obter a licença ambiental para instalação: um terreno de mata fechada e cheio de bombas e minas, ou um terreno descampado e limpo?

        Tem caroço nesse angu! Mas muito caroço mesmo!!!

  • Muito bonitinha a exposição dos fatos juridicamente pela CBA.
    Por que eles não se mexem e constroem eles mesmos um autódromo.
    Tirar dinheiro do bolso dos contribuintes é bom né ?

  • E quem acredita em palavra de político?!?!? Ou espera alguma coisa desse pessoal da CBA?
    Nosso automobilismo, quem te viu e quem te vê… Fica até parecendo que a gente é daqueles saudosistas chatos, mas a comparação entre os cenários de 20, 30 e até 40 anos atrás com a realidade atual é de doer!

  • Isso me deixa num ódio tão grande que se dependesse de mim,mandaria implodir o Maracanã só pra ter corrida no Rio num circuito de rua!!!

  • Com exceção de alguns poucos, como o blogueiro aqui, grande parte não se manifestou na ocasião da destruição de Jacarepagua, inclusive os pilotos, até parece que não sabiam que o governo não estava nem ai para o automobilismo??

    • Como se manifestação de pilotos tivesse alguma relevância e importância a ponto de convencer governantes a voltar atrás em suas decisões. Manifestações são importantes, mas geralmente são levadas em consideração para causas mais nobres, que afetem a vida da sociedade como um todo, e não de uma parcela dela.

      Automobilismo é legal, mas, sejamos sinceros, ter um autódromo na cidade não traz benefícios diretos no curto ou médio prazos, ainda mais quando se sabe que a pista é, na maior parte do ano, usada apenas para eventos de pequeno porte.

  • Fala sério que vocês acreditam que algum dia vai sair algum autódromo em Deodoro ou em qualquer lugar no Rio. Tá na cara que a coisa já foi feita pra não ter autódromo algum, ou vocês acham que não sabiam da impossibilidade de se fazer qualquer coisa naquele terreno quando o escolheram?

  • É sério que até hoje comentam sobre isso? Digo, ainda há quem acredite que um dia o Rio de Janeiro voltará a ter um autódromo? Acordem, pessoal! Foi lamentável o que houve com Jacarepaguá, mas alimentar essa ilusão só serve para aumentar a ansiedade de quem ainda acredita nessa lorota. O automobilismo no Brasil está morto. No Rio, já está enterrado.

    • Não existirá parque olímpico, depois do evento toda aquela área será transformada em condomínios residenciais, o maior conluio que já vi acontecer na maior cara dura, onde políticos cartolas e construtores associados simplesmente roubaram Jacarepaguá.