Silly Season – WEC 2015, parte I

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RIO DE JANEIRO – O Mundial de Endurance ainda não terminou, a gente sabe. Faltam ainda as corridas do Bahrein, dia 15 de novembro e as 6h de São Paulo, duas semanas depois. Mas é claro que pilotos e equipes estão com o pensamento já voltado para 2015. Uma temporada que deve ser recheada de novidades. O retorno da Nissan aos protótipos é a principal delas e a chegada do construtor japonês deve mexer muito com a famosa ‘dança das cadeiras’.

Então vamos lá. Chegou a hora de ver quem poderão estar na temporada do WEC nas categorias LMP1 e LMP2.

Classe LMP1:

Audi Sport Team Joest

Como sempre envolvida numa boataria acerca do seu envolvimento na Fórmula 1 a partir de 2016, a Audi rechaçou os rumores e confirmou que continua envolvida – mais do que nunca – com as provas de Endurance e Grã-Turismo. O desenvolvimento para o próximo ano já começou e os alemães contemplam passar para a classe 4MJ de recuperação de energia contra os 2MJ que têm custado caro à turma de Ingolstadt. A equipe capitaneada por Reinhold Joest, Ralf Jüttner e Dr. Wolfgang Ulrich deve seguir com dois carros na próxima temporada, havendo chance de três em Spa, Le Mans e, talvez, Nürburgring. Não deve haver qualquer alteração no lineup de pilotos.

Toyota Racing

Líder dos campeonatos de marcas e de pilotos, com Sébastien Buemi e Anthony Davidson, a Toyota deve permanecer no WEC em 2015 com um programa similar ao deste ano: dois carros full season, sem a inscrição de um terceiro protótipo nas 24h de Le Mans. A futura versão do TS040 Hybrid pode contemplar uma alteração para a classe 8MJ de recuperação de energia, mas nada há de concreto. Certo é que haverá mudanças nos pilotos contratados: Nicolas Lapierre, já afastado pelo restante do campeonato, pode acertar seu ingresso na rival Nissan. Outro que pode estar de saída é Stéphane Sarrazin.

Porsche Team

O modelo 919 Hybrid continua em 2015, mas a Porsche já prepara novos chassis para seu programa no WEC. A turma do cavalinho empinado de Stuttgart pode ampliar seus horizontes, com a possibilidade de alinhar até três carros em Sarthe. Com relação a pilotos, a Porsche deu oportunidade a vários de seus pilotos de fábrica testarem o LMP1 em sessões realizadas na Europa. Mas os grandes rumores das últimas semanas incluíam gente da Fórmula 1: Nico Hülkenberg, que renovou contrato com a Force India e Jenson Button, que já admite a possibilidade de defender a marca no WEC.

Nissan

O futuro Nissan GT-R LM Nismo será apresentado oficialmente em 8 de dezembro, portanto, daqui a pouco mais de um mês. Muito se especula sobre o programa dos japoneses em seu reingresso às competições de Endurance com um time oficial, mas não será surpresa se houver três protótipos nas 24h de Le Mans e possivelmente em Spa. Quanto ao motor, especula-se que seja um V6 a gasolina. Pilotos são também um tema alvo de muita discussão e nomes não faltam: Nicolas Lapierre, Olivier Pla, Stéphane Sarrazin, Nick Heidfeld, Bruno Senna, João Paulo de Oliveira, Ronnie Quintarelli, Tsugio Matsuda, Mark Shulzhitskiy, Jann Mardenborough e Lucas Ordonez – todos na pauta.

Rebellion Racing

Espera-se que os dois protótipos do time helvético construídos no ateliê da Oreca na França permaneçam ativos na categoria em 2015. Por enquanto, nada sobre a renovação do acordo com a Toyota para o fornecimento de motores. Com a chance real de Nick Heidfeld transferir-se para a Nissan, pode ser aberta a chance de uma vaga na equipe. O também helvético Alexandre Imperatori, hoje na KCMG, é um candidato real caso a mudança se concretize.

Lotus

Por enquanto, nada claro acerca da permanência do modelo CLM P1/01 com motor AER Turbo na LMP1 no próximo ano. A ideia é contar com um protótipo melhor e menos pesado que o deste ano, cujo desenvolvimento foi prejudicado desde o início em razão da mudança de fornecedor de motores no meio da construção do novo bólido.

OAK Racing/Onroak Automotive

Enquanto não conseguem financiamento, aguardando por um acordo nos próximos dias, os franceses da OAK Racing e da Onroak Automotive não confirmam o envolvimento na LMP1 em 2015, como gostaria Jacques Nicolet. O projeto está executado no papel. Falta construi-lo… e isso demanda dinheiro que a equipe ainda não conseguiu.

SARD

A ideia inicial da tradicional marca de Grã-Turismo japonesa linkada à Toyota de construir um LMP1 para a disputa do Mundial de Endurance em 2015 pelo visto esbarrou nas mesmas dificuldades da OAK Racing. E, sem financiamento, os nipônicos pelo visto arquivaram o sonho por mais um ano.

Outras equipes

Rumores dão conta que duas equipes da LMP2 consideram a passagem para a LMP1 como clientes da Rebellion Racing, usando os R-One vistos nas pistas este ano. A ver.

Classe LMP2:

SMP Racing

Os russos vêm com força total para a próxima temporada e um carro totalmente novo. Aliás, dois. Projeto de Paolo Catone, engenheiro que concebeu o Peugeot 908, o BR01 – nome do novo bólido da SMP Racing, terá que contar com gente experiente a bordo para o desenvolvimento em 2015. Por isso, os veteranos Nicolas Minassian, Mika Salo e Maurizio Mediani devem continuar no esquema. A equipe deve seguir com uma penca de pilotos russos, entre eles o chefe de equipe Sergey Zlobin.

KCMG

O time de Paul Ip planeja ampliar as operações em 2015, utilizando-se não só do chassis Oreca 03R com motor Nissan como também o novo Oreca 05 Coupé, com capota. Não se falou ainda em pilotos, mas candidatos às vagas não faltarão.

G-Drive Racing

A equipe com verba russa pretende permanecer no WEC em 2015 com seu protótipo Ligier JS P2, mas é bem provável que não estejam com propulsores Nissan. Devido à perda iminente do concurso de Olivier Pla para o programa de LMP1 do construtor japonês, a G-Drive Racing terá de buscar no mercado um novo piloto com graduação platina, para se juntar a Roman Rusinov e Julien Canal, que devem permanecer.

Morand Racing

A organização de Bénoit Morand agora pretende dar o grande salto e frequentar os grids do WEC com um ou até mesmo dois Ligier JS P2, ainda sem motores definidos. O time que disputou o ELMS este ano com o Morgan Judd deve manter a bordo o austríaco Christian Klien, o suíço Gary Hirsch e o francês Franck Mailleux.

Extreme Speed Motorsports

Vem dos EUA a principal surpresa até agora: a participação da Extreme Speed Motorsports com dois novos HPD ARX-04b nas cores da Tequila Patrón, numa temporada a tempo inteiro no WEC. Os pilotos que disputaram o último Tudor United SportsCar devem ficar. Com a obrigatoriedade de três nomes em cada carro da LMP2, a equipe vai à caça de bons nomes no mercado. A equipe deve disputar também em paralelo as principais provas longas do TUSC (Daytona, Sebring, Watkins Glen e Petit Le Mans)

Strakka Racing

O novo Dome S103, um dos mais aguardados carros do ano, ainda não fez sua estreia – o que deveria acontecer nas 6h de São Paulo, última prova de 2014, mas não rolou por falta de homologação do protótipo. Seria o primeiro grande teste do novo protótipo japonês que, após um acidente nos preparativos para Le Mans, teve seu desenvolvimento estendido pelo resto do ano. Nick Leventis, Danny Watts e Jonny Kane devem estar a bordo no próximo ano também.

RSR Racing

Outra possibilidade de presença de um time dos EUA no WEC em 2015 é a RSR Racing de Paul Gentilozzi, a princípio se beneficiando do leasing de um Oreca 03R de motor Nissan. O brasileiro Bruno Junqueira está vinculado a esse projeto.

Delta Motorsport

Após as frustradas e fracassadas tentativas com a Millenium, a Delta Motorsport de Simon Dowson pretende voltar ao WEC no próximo ano, utilizando um ou dois de seus Oreca 03 com motor Nissan.

Brabham

O lendário sobrenome tricampeão mundial de Fórmula 1 pode renascer graças a um projeto no sistema crowdfunding, liderado pelo filho de Jack, David Brabham. Ele comanda uma campanha de arrecadação de fundos para viabilizar a linha mestra de desenvolvimento de um LMP2 para 2015. A primeira barreira está prestes a ser atingida: o projeto está a nove mil libras de chegar às 250 mil iniciais. Mas é claro que será preciso bem mais do que isso para fazer um carro andar…

Signatech-Alpine

Bicampeões do ELMS, o próximo passo é ascender ao WEC em 2015. Mas o esquema de Philippe Sinault para o Mundial de Endurance levando o nome da criação imortal de Jean Rèdèlè precisará de orçamento.

Krohn Racing

A equipe do bilionário estaduindense do petróleo Tracy W. Krohn tem planos de regressar ao Mundial de Endurance com o já confirmado protótipo Ligier JS P2 com motor Judd. Krohn e o fiel escudeiro Nic Jönsson devem competir. O esquema para 2015 contempla também participações nas quatro provas longas do Tudor United SportsCar Championship.

Comentários

  • Entre 10-12 LMP1 é realmente um sonho, Le Mans podendo ter até 15…..

    Na LMP2 com uma boa diversificação de chassis… HPD, Ligier, Oreca, SMP que também devem dá de 10-12 carros Full….

    Seria legal a volta da Starworks… e as equipes q correm de Zytek que sempre são fortes no ELMS

    WEC 2015 vai pegar fogo, pega a GT está andando pra trás, e ficando cada vez mais fraca sempre com a mesma trinca Porsche, Ferrari e Aston…. acho q a Blackpain deu uma minada na divisão, seria muito legal ter uma diversificação maior dos GTs em Le Mans…

  • Ok, evoluir é preciso, mas nao consigo entender o que levaria uma equipe a trocar a lmp2 pela lmp1. O nivel é m1uito mais em cima. Só as montadoras tem chance.

  • O que Lucas Luhr e Klaus Graf estão fazendo, depois do lamentável fim da Muscle Milk Pickett Racing? Ambos seriam excelentes aquisições, para a Nissan, ou até mesmo para a Porsche (caso se confirme a adoção de um terceiro carro por parte desta)!

    • Klaus Graf tenta voltar para o Tudor United SportsCar em 2015. Lucas Luhr até tem contrato com a Nissan, mas não sei se há interesse dos japoneses.

  • O maior acerto da gestão do Jean Todt na FIA. Várias marcas envolvidas (Audi, Porsche, Nissan, Toyota, Aston Martin, Ferrari), pilotos de ponta, novas tecnologias, orgaização, público…

    Acho que há uns 25 anos não se tem nada tão forte quanto esse WEC, excluindo a Fórmula 1.

      • Acho isso ruim para a competição, se as equipes particulares pudessem contar com equipamentos dos grandes fabricantes, a P1 seria muito acessível e competitiva. Por outro lado, os fabricantes particulares, como a Rebellion, estariam quase que automaticamente descartados.