24 Horas de Daytona: e deu Ganassi, pela sexta vez!

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O brasileiro Tony Kanaan é o quarto piloto do país a ganhar as 24h de Daytona, igualando Raul Boesel, Oswaldo Negri e Christian Fittipaldi

RIO DE JANEIRO – Pela sexta vez nos últimos dez anos, a Chip Ganassi Racing vence as 24 Horas de Daytona, que foram disputadas em sua 53ª edição neste fim de semana. O carro #02 guiado por Scott Dixon/Tony Kanaan/Jamie McMurray/Kyle Larson resistiu de forma brilhante à exigente disputa, completando um total de 740 voltas, com apenas 1″333 de vantagem para o Corvette DP #5 guiado pelos então campeões da prova – João Barbosa/Christian Fittipaldi/Sébastien Bourdais.

Com o triunfo na Flórida, Tony Kanaan se iguala a Raul Boesel, Oswaldo Negri e Christian Fittipaldi, tornando-se o quarto piloto brasileiro a vencer a prova na classificação geral. Jamie McMurray conseguiu o mesmo feito de outros dois monstros do automobilismo: antes dele, somente Mario Andretti e A.J. Foyt eram os únicos a vencer 500 Milhas e 24 Horas de Daytona.

É bom lembrar que esse carro #02 só deve correr em Daytona, o que abre a possibilidade para Christian e João Barbosa começarem à frente dos rivais que disputam o campeonato inteiro, na classe Prototype. E entre eles estão os irmãos Jordan e Ricky Taylor, alijados da possibilidade de lutar pela vitória por um erro de estratégia: a equipe chegou tardiamente à conclusão de que Jordan estouraria o máximo permitido a bordo de um carro na prova, que é de 14 horas. Nos dez minutos finais, a equipe mandou Jordan parar e trocou por Ricky Taylor. Não obstante, o carro #10 foi penalizado pelo pit stop com os boxes fechados. Não houve jeito: 3º lugar para os filhos de Wayne Taylor, mais Max Angelelli.

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Quinto lugar na classificação geral e vitória na GTLM para Antonio Garcia/Jan Magnussen/Ryan Briscoe

A quarta posição geral ficou com o Corvette #3 de Antonio Garcia/Jan Magnussen/Ryan Briscoe, que brigaram até o fim com a BMW #25 de Bill Auberlen/Dirk Werner/Bruno Spengler/Augusto Farfus. Com a autêntica hecatombe que foi a corrida da GTLM, em que os Porsche oficiais de fábrica se bateram (não, não é brincadeira), pilotos fizeram besteira (François Perrodo principalmente) e outros quebraram ou tiveram sérios problemas, só restavam dois para brigar pela vitória e prevaleceu o Corvette nos instantes finais.

Na classe Prototype Challenge, a mesma falta de resistência mostrada pelos carros na primeira edição das 24 Horas válida pelo Tudor United SportsCar foi vista novamente. E mesmo sem a direção hidráulica funcionar direito, venceu o carro #52 da PR1/Mathiasen Motorsports com Tom Kimber-Smith/Mike Guasch/Andrew Novich/Andrew Palmer. O quarteto foi enormemente beneficiado pelo acidente sofrido pelo #54 da CORE Autosport, que liderava na categoria com folga aparente e Colin Braun a bordo. Segundo o patrão e piloto Jonathan Bennett, houve um contato com outro carro, o pneu esvaziou e na freada da “Bus Stop” houve o acidente, seguido de fogo, que provocou a última bandeira amarela a menos de 20 minutos para o fim da disputa.

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O acidente, seguido de incêndio, tirou a possibilidade do bicampeonato do #54 da CORE Autosports na Prototype Challenge

Apesar dos problemas, o #54 terminou em terceiro na categoria, atrás do #16 “Bob Esponja” de Johnny Mowlem/Tom Papadopoulos/Tomy Drissi/Brian Alder/Martin Plowman. O brasileiro Bruno Junqueira chegou a liderar, mas não terminou a disputa. Aliás, não só ele ficou sem ver a quadriculada: o carro #7 que tinha Rubens Barrichello abandonou com problemas mecânicos após a 14ª hora e o #64 de Chico Longo/Daniel Serra/Andrea Bertolini/Marcos Gomes foi alijado da disputa quando Longo passou por cima de uma mancha de óleo deixada pelo Porsche #44 da Magnus Racing, que atropelara… um gambá. O óleo do motor vazou, lavou a pista e Longo, que vinha num razoável 4º lugar perto da 19ª hora, bateu e a tripulação foi obrigada a abandonar.

O pole position Oswaldo Negri desempenhou bem seu papel e enquanto o Ligier JS P2 HPD #60 da Michael Shank Racing foi competitivo, estiveram sempre entre os primeiros. Mas aí entrou em ação o ponto fraco da equipe: um acidente com John Pew fez o carro despencar algumas voltas na classificação e depois houve problemas mecânicos primeiro com AJ Allmendinger e depois, já perto do fim, com Matt McMurry. No fim das contas, acabaram em 11º lugar, perdendo 35 voltas. Pelo menos o bólido da MSR mostrou muito mais resistência que os demais LMP2 inscritos, incluindo os novíssimos HPD ARX-04b, o Ligier da Krohn e os dois Mazda da equipe Speedsource. Todos abandonaram.

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Na GT Daytona, o Viper #93, último no grid, venceu na categoria graças a Ben Keating/Cameron Lawrence/Dominik Farnbacher/Kuno Wittmer/Al Carter

Fazendo valer o ditado que “os últimos serão os primeiros”, o SRT Viper #93 da Riley Technologies, último no grid geral e também da GT Daytona – que tinha 19 inscritos – venceu com o quinteto formado por Ben Keating/Kuno Wittmer/Dominik Farnbacher/Cameron Lawrence/Al Carter. Eles chegaram em 13º lugar, seguidos pelo Porsche #22 da Alex Job Racing, guiado por Leh Keen/Cooper MacNeil/Shane Van Gisbergen/Andrew Davis. O pódio foi completado pela Wright Motorsports, em boa performance da tripulação formada por Madison Snow/Jan Heylen/Patrick Dempsey/Philipp Eng.

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O pódio final da classificação geral nas 24 Horas de Daytona

A próxima etapa do Tudor United SportsCar Championship e também da Tequila Patron North American Endurance Cup será a 63ª edição das 12 Horas de Sebring, na Flórida, no dia 21 de março.

O resultado final da corrida, aqui.

Comentários

  • Foi uma corrida muito boa em todas as classes, mas seguem algumas observações: Como havia falado em um post anterior, há uma nítida evolução dos motores Ford EcoBoost em relação à edição anterior, o #02 vence e o #01 tem problemas, mas se mostrou sempre muito rápido enquanto esteve na pista. Parece que desta vez os Corvette DP não reinarão sozinhos;
    Os LMP2, principalmente os Ligier, parecem ter um evidente problema de durabilidade, vide a queda de performance do #60 da MSR eo abandono do #57 da Krohn, se não estiver enganado, os Ligier também não foram bem-sucedidos em Le Mans 2014 (OAK Racing), bem como a Petit Le Mans. Os HPD são muito novos e é perfeitamente compreensível o abandono destes, mas isso mostra que a ESM vai ter muit trabalho para aprimorar o carro. A LMPC pareceu uma loteria total até o fim, com direito a incêndio e tudo mais.
    Na GTLM há um equilíbrio enorme entre os diferentes carros, mas no final venceu quem errou menos, além dos Corvettes parecerem os mais velozes no trecho do oval, e na GTD foi uma pena o acidente com o carro dos brasileiros, pois estavam fazendo uma excelente corrida..
    Sobre o campeonato em si, os organizadores parecem ter reconhecido a injustiça cometida em 2014, a pole de um LMP2 e a vitória de um carro que não é um Corvette DP já é alguma coisa.

  • Foi uma corrida espetacular, todas as classes apresentaram muita competitividade. Lembro-me que na altura das 12 horas haviam 4 DPs disputando a liderança, na GTLM haviam 4 GT’s. Na GTD foi uma disputa feia entre o Viper e o 911 GT o tempo inteiro. Quem venceu foi quem cometeu menos erros mesmo.

    * Épica disputa entre os dois Corvettes C7, da equipe de fábrica, durante umas 16 horas, pena que um deles quebrou o parachoque dianteiro numa batida besta.
    * Foram muitas batidas e abandonos…

  • Boa tarde Rodrigo, parabéns pelos comentário na Fox,
    Acompanho a Rolex há muito tempo, acho estes Rileys lindos, robustos e eficientes, gostaria da sua opinião, se eles fossem a 24 horas de Le Mans qual papel eles fariam?