Direto do túnel do tempo (233)
RIO DE JANEIRO – Um dia para os compêndios. Se estivesse vivo, hoje seria o 78º aniversário do inesquecível Luiz Pereira Bueno, nosso querido Peroba, que nos deixou em 8 de fevereiro de 2011, há quase quatro anos, vítima de um câncer. Falar de Luizinho é chover no molhado: sem dúvida ele foi um dos maiores pilotos que nosso automobilismo teve, além de ser o grande ídolo de toda uma geração de aficionados.
Foi brilhante em tudo o que conduziu, de 1957, ano em que iniciou sua carreira, até os anos 80, quando a idade já não lhe permitia ser tão rápido, mas ele ainda tinha capacidade para somar pontos na Stock Car e no Brasileiro de Marcas. Andou com todo tipo de carro: Turismo, Carretera, Grã-Turismo, Protótipo, Monoposto. E não tinha problema de adaptação a nada. Se não foi feliz em sua carreira internacional, embora vencesse seis provas na Fórmula Ford inglesa pela SMART, a equipe de Stirling Moss que dividiu com Ricardo Achcar, isso pouco ou nada importa. Peroba voltou a desfilar a velha competência nos anos 70, ainda na Bino e depois na lendária equipe Hollywood, pela qual guiou alguns carros verdadeiramente espetaculares.
Como o que ilustra este post (foto roubartilhada do Blog do Sanco): o Maverick-Berta, apelidado de “Haras Hollywood” pela quantidade de cavalos que o motor possuía. A usina foi trabalhada em Alta Gracia pelo “Mago” Oreste Berta a pedido de Anísio Campos e chegou aos 500 cavalos. Este carro foi primeiro conduzido por Tite Catapani na temporada de Divisão 3 em 1974 e depois pelo Peroba em 1975, ganhando três corridas – todas em Interlagos. Aqui, em Tarumã, Luizinho acelera o “Haras Hollywood” à frente de outro Maveco, com as inconfundíveis cores da equipe Mercantil-Finasa Ford de Luiz Antônio Greco.
Que saudade, Peroba… que saudade!
Há 40 anos, direto do túnel do tempo.
OI Rodrigo.
Gostaria de pedir sua ajuda sobre um piloto muito querido aqui do Rio nos anos 70 , o Milton Amaral ,sou casado com a irmã dele ,Ana Maria e gostaria de recolher fotos ou historias dele , para uma surpresa , as irmãs dele, Sonia e Regina.
ele foi um piloto muito querido , e me lembro de garoto ter visto ele correr em jacarepagua naqueles fuscas super mexidos da época , assim como nos monopostos, tenho certeza que na haverá dentre as pessoas que lhe ajudam e abastecem com historias do automobilismo carioca daquela época informações, fotos ou historias dele.
Acompanho seu trabalho desde o inicio , pois sou um apaixanodo como você por automobilismo.
Agradeço desde já a atenção , caso possa ajudar.
Abraços,
nelson laskowsky
Nelson, tudo bem? A única coisa que sei é que o querido Pau Queimado nos deixou há mais de 20 anos. Mas com relação a material de imagens e reportagens, muita coisa não está disponível na internet, infelizmente. O que pode acontecer é os aficionados contribuírem.
Muito Obrigado Rodrigo,
vou ver com minha mulher que tem algumas fotos e te mando para o túnel do tempo ;
abraços,
nelson
O cara que era a maior fonte de informação e contava os mais incríveis “causos” do Milton Amaral ( e de todos os pilotos, chefes de equipe, mecânicos, etc., inclusive da F1 ) também recebeu a bandeirada final, mais ou menos há um ano e meio.
Sem o Marcus Zamponi, o inesquecível Zampa, fica muito mais difícil.
Me lembro de um caso contado pelo Zampa, em que o Milton tentou vender umas pedras semi-preciosas na Inglaterra e no final ficou no prejú e ainda teve um desentendimento com um indiano, hilariante…
Procure no acervo digital das revistas Auto Esporte e Racing.
Muito Obrigado Roberto irei olhar no acervo.
Nosso esporte a motor era grandioso, grandes corridas, grande publico, GRANDES pilotos. Realmente RodrIgo, saudades infinitas deste tempo.
ABS
convivendo com o Peroba nos boxes de Interlagos, ouvi muitas histórias , junto com o Du Cardim , todas ótimas. Por exemplo, como quando ele deu o checão ( cheque mesmo ) para comprar a equipe Brabham de F-1 junto com o Greco, e o negócio desandou uma semana depois. Ou como ele fez o Porsche 908/2 derrapar de frente nos 500 km de 72 , para assim fazer uma tomada “neutra” derrapando de traseira ( a uns 240 km/h !) nas curvas 1 e 2 do anel externo par poder acompanhar o 908/3 do Nestor Jost , .que era mais leve. Ou como ele começou a equipe Z, ou como foi dirigindo o Maveco até a oficina do Orestes Berta na Argentina para amaciar o carro . Longa vida aos nossos heróis.
Onde está escrito Nestor, leia-se Reinhold Jost.
Nestor Jost era o presidente do Banco do Brasil, já o Reinhold o piloto e chefe de equipe alemão.
É isso mesmo, Jost que hoje é o braço de pista da Audi no WEC .
Luizinho não ganhou esta corrida por que foi punido (injustamente) por queima de largada.
Na cola do mestre está o Paulão Gomes, que ganhou mas que sofreu um bocado, foi muito pressionado pelo Opala do Júlio Tedesco que no final acabou rodando e batendo.
Falar em equipe Holllywood achei um vídeo sobre a mesma no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=7deJVtcvka4