Roar Before The Rolex 24: Corvettes na frente; MSR surpreende

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O melhor tempo do Roar Before The Rolex 24 foi do Corvette #10 da Wayne Taylor Racing

RIO DE JANEIRO – Terminaram neste domingo os três dias de treinos coletivos preparatórios para a abertura da temporada 2015 do Tudor United SportsCar Championship, marcada para o último final de semana. O Roar Before The Rolex 24, no Daytona International Speedway, na Flórida, teve períodos de frio intenso e chuva, que deixou a pista molhada no último dia, quando poucos carros entraram no circuito misto de 3.56 milhas (5,728 km) de extensão.

Ao cabo de oito sessões de testes, o melhor tempo dos três dias coube ao Corvette DP #10 com nova aerodinâmica, baseada no modelo C7-R de rua. O carro da Wayne Taylor Racing, que tem chassi Dallara, foi o mais rápido. Conduzido pelos “manos” Jordan e Wayne Taylor, além do veterano Max Angelelli, registrou a marca de 1’39″181 no sábado.

Os campeões de 2014 Christian Fittipaldi e João Barbosa, reforçados mais uma vez pelo francês Sébastien Bourdais nas provas de Endurance do TUSC, não ficaram muito atrás com o #5 da Action Express, que é um Corvette DP, com chassi Coyote. O tempo do trio foi 1’39″310, apenas 0″129 mais lento que a melhor marca geral dos três dias.

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Uma das atrações dos treinos em Daytona, o novo Ligier JS P2 HPD da Michael Shank Racing foi muito rápido com AJ Allmendinger e Oswaldo Negri

A gratíssima surpresa foi a Michael Shank Racing com seu Ligier JS P2 HPD. O carro, já apelidado de “Golden Beast” (A Besta Dourada), foi muito rápido desde o início e o veloz AJ Allmendinger fez uma ótima volta em 1’39″392, a terceira melhor dos testes. Oswaldo Negri, que competirá em todo o certame, também teve ótimo desempenho nos treinos. John Pew e o novato Matt McMurry usaram as sessões para se adaptar melhor ao bólido.

Mas a Ganassi não pode ser desprezada de forma alguma: o time ficou com a quarta e quinta colocações com seus dois Ford EcoBoost Riley DP que serão vistos na Flórida. O #02 que teve a bordo o brasileiro Tony Kanaan ficou com a 5ª colocação, a 0″225 do melhor tempo dos testes. A sexta posição foi do DeltaWing, que estreou nova cor (branca) e novo patrocinador (Claro), cortesia do novo contratado, o mexicano Memo Rojas, uma aposta do chefe de equipe Tim Keene, ex-Ganassi. Mas os testes do estranho protótipo se encerraram com um acidente na curva 5 do circuito.

A registrar também que Rubens Barrichello fez algumas voltas a bordo do BMW Dinan Riley DP #7 da Starworks Motorsport, com o qual disputará as 24h de Daytona pela segunda vez, na companhia de Ryan Hunter-Reay, Brendon Hartley, Tor Graves e Scott Mayer. No geral, o desempenho do carro foi satisfatório: 9º tempo, a 1″020 da volta mais rápida. Mas no oitavo e último treino, com pista molhada e chuva, Barrichello mostrou as qualidades de sempre e fez o melhor tempo da sessão.

Já a Extreme Speed Motorsports, enquanto aguarda a finalização da montagem do seu segundo HPD ARX-04b, andou com um único carro nos testes da Flórida. Ed Brown, Johannes Van Overbeek e Jon Fogarty fizeram o 11º tempo geral, a 1″440 do Corvette #10. Sinônimo de muito trabalho pela frente…

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Este será o carro com que Enrique Bernoldi vai disputar as 24h de Daytona pela primeira vez em sua longa carreira

Na classe Prototype Challenge, para nenhuma surpresa, o veloz Colin Braun registrou a melhor volta da categoria – 1’41″769, menos de um décimo à frente do #11 comandado pelo brasileiro Bruno Junqueira. O carro da RSR Racing ganhou o reforço de Gustavo Menezes, que disputou a F3 europeia na última temporada. E por falar em brasileiros, Enrique Bernoldi foi confirmado como o 10º piloto do país na disputa: o curitibano vai andar no carro #8 da Starworks (aquele patrocinado pela Martini), ao lado de Mirco Schultis, Renger Van der Zande, Alex Popow e Mike Hedlund. Esse mesmo carro foi o 3º colocado no grupo, com 1’42″126, 16º na geral.

As outras equipes tiveram treinos bastante atribulados: a Performance Tech foi atrapalhada por um acidente e David Ostella, que estava entre os pilotos a bordo do #38 no Roar e também nas 24 Horas, rompeu com a equipe. Dalton Sargeant também não tem lugar garantido. Somente Jerome Mee e James French estão confirmados, o que pode abrir a chance para que os mesmos brasileiros que competiram pelo time na prova do ano passado – Rafa Matos, Gabriel Casagrande e Júlio Campos – sejam lembrados mais uma vez.

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O Porsche #912 da equipe oficial de fábrica foi o mais rápido da sempre equilibrada divisão GTLM

A divisão GT Le Mans (GTLM) mostrou o insuspeito equilíbrio de sempre: os 10 carros inscritos ficaram dentro DO MESMO SEGUNDO após oito sessões de treinos! Na verdade, foram exatos 0″742 entre o carro mais rápido do grupo e o mais lento. A primazia da melhor volta coube ao Porsche 991 RSR #912 de Jörg Bergmeister/Earl Bamber/Fréderic Makowiecki, com 1’44″316. O Aston Martin Vantage GTE foi muito bem e ficou em segundo – 1’44″414. Em terceiro, veio o outro Porsche da equipe oficial de fábrica, com o Corvette C7-R #3 em quarto e a Ferrari #62 da Risi Competizione em quinto.

A BMW que terá o brasileiro Augusto Farfus a bordo durante a disputa da prova inaugural do TUSC ficou em sexto, seguida pelo Porsche #17 do Team Falken, pelo segundo Corvette oficial, pela Ferrari da AF Corse e pelo segundo carro do time de Bobby Rahal. Não se fala noutra coisa: a disputa pela vitória nesta categoria promete ser uma das mais acirradas de sempre.

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Os dois SRT Viper GT3-R da Riley Technologies foram os mais rápidos da classe GTD nos treinos em Daytona

E no grupo GTD, mesmo com a redução de investimentos, os Viper da Riley Technologies mostraram força e velocidade: o carro #33 de Ben Keating/Sebastiaan Bleekemolen/Al Carter foi o mais rápido após os três dias de treinos, com o tempo de 1’46″948, quase três décimos mais veloz que o #93 que tinha entre os pilotos o alemão Dominik Farnbacher. A terceira marca foi do Porsche #58 da Wright Motorsports/Dempsey Racing, com o lendário layout da Brumos. E mais dois carros do construtor alemão vieram na sequência: o #28 da Konrad Motorsport e o #81 da GB Autosport, fechando os cinco mais rápidos.

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Verde-amarela: a Ferrari #64 de Daniel Serra e Chico Longo ficou em 12º lugar entre os carros da classe GTD

Daniel Serra e Chico Longo, já anunciados desde dezembro na disputa das 24h de Daytona com a Ferrari F458 Italia GT3 da Scuderia Corsa, participaram do Roar, ao contrário do ano passado. A dupla contou com a colaboração do mexicano Martin Fuentes nos testes e o melhor tempo do carro foi 1’47″901, 12º mais rápido da categoria e melhor que o do #63 que correrá toda a temporada. Por enquanto, somente Marcos Gomes foi confirmado para reforçar a tripulação da Ferrari alinhada em colaboração com a Via Italia Racing, equipe comandada pelo experiente Hilton Lellis.

De um total de 53 carros anteriormente inscritos e relacionados pela IMSA para os testes, cinquenta e dois marcaram tempo.

Confira aqui os tempos combinados do Roar Before The Rolex 24

Comentários

  • Que bom que ainda teremos Viper na pista, ao menos o GT3/GTD. E realmente a briga na GTLM deverá ser sensacional. O Ligier da MSR ficou simplesmente lindo e algo me diz que a trinca do #60 vai dar muito trabalho….sem falar nos DP’s da Ganassi e os campeões da Action Express. Vai ser uma grande prova.

  • Aguardando mais uma grande prova!

    Tudo bem que foi um teste, mas que, ainda assim, proporcionou alguns dados interessantes: em relação aos tempos de classificação do ano passado, de modo geral, os DP foram cerca de 1s mais lentos que a classificação do ano passado (o que não quer dizer que o serão na classificação desse ano), o melhor LMP2 desse teste (o belo Ligier da MSR) foi cerca de 0.5s mais rápido que o melhor protótipo do mesmo tipo também na comparação com a classificação do ano passado (o Oreca Nissan da extinta Muscle Milk), o DeltaWing ficou muito próximo do tempo da classificação passada (cerca de 0,2s mais lento), e os protótipos da Mazda tiveram uma enorme evolução (melhoram cerca de 7s em relação ao ano passado).

    Lógico que não dá para saber se alguém escondeu o leito ou não entre os bólidos da divisão P, mas fica a expectativa se podaram um pouco o desempenho dos modelos DP (que foi exagerada no ano passado) e sobre o real desempenho do Ligier da MSR (eles não testaram com o kit de baixa pressão aerodinâmica usado em Le Mans, pois ainda não o receberam). Fico na torcida para que o DeltaWing realmente dê trabalho, e que os Mazda se aproximem em condição de disputa com os demais na divisão, pois quanto mais gente na briga, melhor.