A novela “Autódromo do RJ” tem novo capítulo…

RIO DE JANEIRO – Há dois anos, o automobilismo do Rio de Janeiro segue órfão de autódromo. Com o desaparecimento de Jacarepaguá sob a desculpa de se erguer um Parque Olímpico – quando, na verdade, o terreno já está destinado à desenfreada especulação imobiliária, a prefeitura, o governo do Estado e o ministério do Esporte “prometeram” um novo autódromo em Deodoro, distante subúrbio da capital fluminense.

Mais de uma vez já foi dito que o terreno destinado à construção da pista substituta era do Exército e um autêntico campo minado. Pois bem: justamente no terreno, que fica em Camboatá, aconteceu uma explosão. Não é novidade, segundo o que diz o conterrâneo PH Marum em matéria no Grande Prêmio. As explosões acontecem desde 1958…

Agora, de forma oportuna (ou seria oportunista?), o vereador Carlo Caiado, do abjeto partido Democratas (aquele que um dia foi UDN e depois transmutou-se em ARENA, PDS e PFL – ou seja, com forte vínculo com a ditadura e os militares que destruíram a democracia neste país por longo período), propôs uma representação oficial para que a planta do autódromo que nunca aconteceu de fato saia de Deodoro para Guaratiba, igualmente na Zona Oeste do RJ.

E Guaratiba consegue ser mais longe do que já era a antiga pista de Jacarepaguá e do que seria Deodoro.

Vamos ver como as coisas fluem. Na verdade, o ano só começa agora que o Carnaval vai chegando ao fim. Mas é bom não ter esperanças, ainda mais em se tratando de um inepto como George Hilton na pasta do ministério dos Esportes e, principalmente, em se tratando de quem são prefeito e governador do Rio de Janeiro.

 

Comentários

  • Mattar,

    Ao correlacionar o vereador em questão com a origem do seu partido, tornando isso demérito ou razão de dúvida na sua proposta (não mera analogia temporal, mas um comentário puramente depreciativo), você não argumenta quanto a proposta do referido político.
    Até porque atualmente esse país carece de “esquerda” e “direita” na política, vide as uniões puramente eleitoreiras que vemos nos governos (melhor definidas como conchavos mesmo). Um bom exemplo de que o “vício na origem” não torna a incompetência exclusividade é o ministério do esporte por você mesmo citado, há anos entregue ao PCdoB e se portando como uma gigantesca merd… ano após ano em quase todas as modalidades esportivas, e não numa infeliz exclusividade no automobilismo.
    No mais, concordo plenamente contigo. Só achei válido comentar esse ponto da sua postagem…

    Abraço!

    • Diego, não argumentei porque não sei até que ponto essa proposta quer chegar. Depois de tudo o que aconteceu com relação a Deodoro e sua inexistência, calcada na inépcia dos dirigentes do automobilismo brasileiro, bem como do ministério do Esporte, que nada fizeram, não há como ficar otimista. Por isso, coloquei a questão: é uma ideia oportuna ou oportunista? Não se pode confiar em políticos, acho que isso já ficou bem claro. E a construção de um novo autódromo no RJ DEVERIA ser desvinculada da esfera governamental e passando à iniciativa privada.

      • Prezado Rodrigo, it is not gonna happen.. a iniciativa privada jamais tomara pe disso porque manter um autodromo eh, por definicao, deficitario. Creio que unico privado era o de Curitiba que vai fechar porque o terreno foi vendido para uma construtora e bau bau autodromo. Nao ha areas e nem vontade, especialmente com o automobilismo vide quantos sites fecharam, equipes que faliram ou outras que correm sem patrocinio.. eh uma pena.. em tempo veja o que passou no GP de Franca, esta passando na Alemanha e seguramente pela Italia que so mantem Monza vivo porque se nao o mundo acaba. Sei que automobilismo nao eh soh F1, mas convenhamos que o do Rio nasceu por causa da F1 e comecou a morrer pela falta dela.. espero que um autodromo saia, em qualquer lugar ateh no campus da universidade em Seropedica..um abraco

      • opa! Entendido.
        E quanto a ser arcado pela iniciativa privada, concordo plenamente. O problema é alguma grande empresa (ou grupo empresarial) fazer isso no Brasil. O negócio para eles é esperar e se apegar a mais uma teta do governo. Culpa das empresas, do governo e de nós que escolhemos esses governantes (e não me refiro aqui a PT, PSDB, PMDB e afins) e não cobramos de forma veemente deles depois,

  • Acho que a CBA e todos os envolvidos na questão do autódromo deveriam simplesmente abandonar a idéia de construir uma nova pista na cidade do Rio de Janeiro, visto as dificuldades para se encontrar uma área apropriada e que não seja tão distante do restante da cidade, além da falta de interesse político e também do fato de que os cariocas em sua maioria não gostam de automobilismo. Acho que deveriam ser consideradas outras regiões do estado, em especial o Sul Fluminense, que já possui três montadoras e em breve terá mais uma. Um autódromo poderia ser muito útil para as atividades das montadoras e para o desenvolvimento da região como um todo.

  • A iniciativa privada bancar a construção do novo autodrómo carioca? Isto nunca ocorrerá, já que o setor privado sempre se utilizou do uso do dinheiro público para bancar seus investimentos sem gastar um único centavo (do dinheiro privado) para isso!

  • Autódromos privados no Brasil: Piracicaba (SP) , Velo Città em Mogi-Mirim (SP). Pinhais/Curitiba (PR) . Tarumã (RS), Guaporé (RS) e Velo Park (RS) Existe também em Minas Gerais um circuito privado que não lembro o nome.

  • Não seria mais viável tentar “colocar” o autódromo em local onde a especulação himobiliária seja menor, sugiro no interior do estado, a menos de 100 km. da capital. Aposto que haviria cidades cedendo terrenos de graça para atrair turismo.

  • Há dois locais ideais para um novo autódromo no estado do Rio. Um seria junto ao nó da Rio Santos com a Avenida Brasil, nos terrenos próximos a Casa da Moeda. Ficaria servido com 3 estradas, incluindo o novo arco metropolitano. O autódromo ali poderia ter para além da versão lúdico desportiva, poderia também ter uma vertente industrial a seu redor. Ficaria a 25 minutos da Barra, a 1 hora de Angra, a 20 min da Via Dutra, etc. Outro local muito interessante seria o município de Japeri, na Baixada Fluminense. A vertente industrial poderia ser igualmente explorada neste local. Em Japeri haveria dois problemas. Uma é o choque que haveria entre o baixo rendimento per capita local e a atividade do esporte motor, considerado esporte para ricos, mas o custo benefício da geração de empregos locais supera largamente este choque. O outro seria a necessidade de uma elevada movimentação de terras, mas com uma escolha criteriosa e adequada de terrenos poderia facilmente evitar o problema.

  • Não achei ruim a escolha da região, não. Prá dizer a verdade, eu mesmo já tinha conversado com amigos que seria uma opção interessante depois da abertura do Túnel da Grota Funda, que liga Guaratiba à Avenida das Américas. E por lá o que não falta é espaço para se fazer um projeto muito melhor que o de Deodoro.
    Mas o que não acredito, infelizmente, é na disposição e vontade política de nossos governantes de fazer alguma coisa nesse sentido. E acredito menos ainda no pessoal da CBA e da FAERJ.

  • O Mattar mete o malho nos políticos, como se a iniciativa privada fosse a salvação de tudo, como se esses empresários fossem uns poços de santidade. Vejam os exemplos de Eike Batista e tantos outros que corrompem e roubam quantias muito maiores que os políticos. Aprendam: Políticos são apenas bonecos que os empresários bancam para manterem suas regalias e fazerem leis a seus favores. Os políticos são colocados lá por empresários, o verdadeiro câncer da sociedade brasileira. Abram os olhos, brasileirada! A inocência mandou lembranças, Mattar!

  • Fui frequentador do autódromo de Jacarépaguá desde a época do Fittipaldi, e, ainda tive o prazer de fazer um curso de pilotagem na primeira pista. A reforma do autódromo foi fantástica, mas, com os novos administradores, o fechamento ilegal, desrespeitando decisão do MP, foi inevitável ;e se houvesse oportunidade, caberia uma ação, obrigando a prefeitura refazer o autódromo no mesmo local. Com o passar do tempo, procurei evoluir, aperfeiçoando e transformando a consciência ambiental,e, percebi que em qualquer lugar que a nova pista for construída, devido ao alto impacto ambiental, será obrigatório o EIA/RIMA ( estududo de impacto ambiental e relatório de impacto ambienta). Houve um atropelamento do bom senso,e, precisamos ter cuidado para não agirmos igual. O fechamento ilegal, gerou e ainda vai gerar muita dor de cabeça. Os responsáveis precisam ser punidos!

  • Autódromo não é tudo de que o automobilismo precisa. Horrorizei, há pouco, ao acessar o site do campeonato MotorDay de Arrancada para conhecer do calendário 2015. Vejam vocês mesmos:

    http://www.motordaymg.com.br/index.php/patrocinio

    E no site do MegaSpace, que abrigou pilotos cariocas do Marcas e Pilotos, sequer existe previsão de provas desta categoria em 2015.

    Algo que merece divulgação, e reflexão.

  • Uma covardia e um crime muito grande será se desmatarem e derrubarem toda aquelas árvores e vegetação. Ali deveria ser um Parque Natural na verdade. Consultem o Jardim Botânico sobre a importância da área. Porque não construir esse autódromo no interior onde haja espaço, não se destrua a natureza e leve desenvolvimento para onde precise ?

  • PRA COMEÇAR ,DEODORO É A MELHOR OPÇAO,PORQUE: FICA MAS PROXIMO DO CENTRO DO RIO QUE A BARRA DA TIJUCA…TA PROXIMO AO AEROPORTO ,FICA AO LADO DA LINHA FERROVIARIA E DA FUTURA LINHA DO BRT,FICA AO LADO DE UM CENTRO DO CORPO DE BOMBEIROS PARA UMA EVENTUAL EMERGENCIA E DO LADO DA AV BRASIL..CHEGA DE BESTEROL..

      • Acho um absurdo nos dias de hoje não se ter tecnologia para remover minas velhas com segurança. Deodoro realmente é o ideal.

        Entristecedor uma cidade como o Rio de Janeiro não ter autódromo.

      • E outras vão indo pro mesmo caminho: Brasília dificilmente terá a pista de volta e Curitiba corre sério risco de ter o terreno entregue à especulação imobiliária.

  • Ainda na Zona Oeste, lá pelos lados de Santa Cruz, ou Itaguaí, tem espaço de sobra.
    O que não falta lá é terreno e esta longe da especulação imobiliária. Existem alguns autódromos mundo afora que são longe da cidade, não vejo porque a necessidade de se ter um autódromo tão próximo assim. Se for um autódromo de nível internacional vai demandar muito espaço, serviços, hospedagem e etc, e isso daria um UP para essas regiões.

    • Peralá! Quando o projeto autódromo nasceu, no inicio da década de 60, a península de Jacarepaguá não tinha nada; a Barra acabava no Oswaldo; São Conrado era favelão…

      A Barra em 1976 acabava no Carrefour; Recreio não existia. O Projeto era fazer daquilo ali uma Miami. Virou uma cloaca.

      MAM

  • Seu argumento é infeliz, visto que o autodromo nasceu na ditadura e teve seus melhores momentos nela. E foi pro cacete exatamente com a redemocratização. Hoje, arrebentado pela especulação e na mão de um escroque.

    Atacar a UDN, ligá-la à ditadura e Arena, PFL, PDS, DEM, só me faz supor que vc é um revolucionário à esquerda. Logo, estamos fritos, pois a esquerda não constrói nada e ainda torna bilionária a especulação.

    Pobre Rio! Pobre autódromo.

    MAM

    • “Atacar a UDN, ligá-la à ditadura e Arena, PFL, PDS, DEM, só me faz supor que vc é um revolucionário à esquerda.”

      Daqui a pouco, vou ser chamado de Fidel. Ou de Che Guevara.

      Não sou eu quem falo que a UDN é ligada à ditadura. São os livros de história. São a história propriamente dita.

  • Os Estados Unidos enfrentaram problema semelhante ,e, acho que neste caso deveríamos fazer o mesmo, isto é : por enquanto realizar circuito de rua, a ser estudado com cuidado por profissionais. Já existe um projeto para realização da fórmula E no Aterro do Flamengo, elaborado pelo piloto Di Grassi. Concordo na posição estratégica de Deodoro, mas o bioma que se formou lá é de extrema importância para a região, os moradores defendem com muita razão. Existe até um riacho no local que podemos ver nas fotos anexadas no processo. O meio ambiente já ganhou a causa, o autódromo é de altíssimo impacto ambiental e não pode ser construído lá. Desiste. Não é besteirol. Para o lado de Guaratiba. Campo Grande é mais provável. Existe outra área do Exército lá, mas também precisa de estudo de impacto ambiental, que demora. O autódromo Nelson Piquet deveria ter sido tombado por algum prefeito que gostasse de automobilismo. Agora já era, não adianta chorar o leite derramado.

    • Não acho que um autódromo gere “altíssimo impacto ambiental”. Se bem projetado, pode sim ser construído sem grandes problemas. Uma boa planta, uso de materiais recicláveis, tratamento dos resíduos, tratamentos acústicos naturais, etc….podem sim ajudar a viabilizar. Além do mais o automobilismo gera uma quantidade grande de empregos. Acho que falta é vontade política para fazê-lo.

  • Gostaria de aproveitar o espaço para sugerir um tipo de protesto na abertura ou durante os jogos olímpicos, em Jacarépaguá. Acredito que pilotos e aficcionados teriam interesse. Motociclistas poderiam, com mais facilidade, deslocarem pelo transito e levarem faixas. A imprensa estará presente e certamente documentaria o movimento.