Direto do túnel do tempo (235)

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Hector Rebaque disputou 41 GPs de Fórmula 1 entre 1977 e 1981; mexicano completa hoje 59 anos

RIO DE JANEIRO – “Rebaque vai a reboque”. Essa era uma brincadeira jocosa que meu falecido pai Manoel fazia com o aniversariante de hoje: o mexicano Hector Rebaque completa 59 anos de idade neste 5 de fevereiro.

Sua primeira aparição no automobilismo internacional foi ainda menor de idade: aos 16, menino ainda, foi inscrito para as 6 Horas de Daytona de 1972, ao lado do compatriota Guillermo Rojas a bordo de um Porsche 914/6 da lendária Brumos. Largaram em 41º, mas abandonaram.

Mais tarde, já com 21 anos e o generoso aporte do pai, um rico latifundiário, comprou um lugar na Hesketh, então dirigida por Bubbles Horsley e já decadente, para estrear na Fórmula 1. Tentou quatro vezes, sem sucesso, até finalmente largar no GP da Alemanha – evidentemente, em último. Abandonou com problema de bateria.

Em 1978, montou sua própria equipe: o Team Rebaque, usando chassis Lotus. Com o modelo 78, alternou péssimos e razoáveis desempenhos e, na base da sorte, alcançou o 6º lugar no GP da Alemanha. Foi o último ponto conquistado por um piloto de F1 numa equipe particular. No ano seguinte, a bordo do lendário Lotus 79, pouco fez. Nem um carro novo, projetado por Geoff Ferris com a colaboração de um certo John Barnard, ajudou: a única aparição do Rebaque HR100 foi no GP do Canadá, em Montreal.

Hector só voltaria a guiar um carro da categoria no meio da temporada de 1980. Insatisfeito com os terríveis desempenhos do argentino Ricardo Zunino, Bernie Ecclestone dispensou o então companheiro de Nelson Piquet e Rebaque entrou na equipe – e a reboque, claro, veio o patrocínio da Petrolifera de Mexico (Pemex). Em meia temporada, marcou mais um ponto, com o 6º posto no GP do Canadá.

O ano de 1981 foi o melhor da curta carreira do mexicano na F1. Somou 11 pontos e terminou o Mundial de Pilotos em 10º lugar. Seus melhores resultados foram três quartos lugares em San Marino, Alemanha e Holanda, sem contar o show que deu a bordo da Brabham BT49 no GP da Argentina, chegando a ocupar o 2º lugar, numa improvável e histórica dobradinha com Piquet. Para azar de Rebaque, ele foi “a reboque” para os boxes, pois quebrou o distribuidor de seu carro.

Substituído por Riccardo Patrese, mudou-se para a CART e foi correr nos EUA em 1982. Ganhou de forma surpreendente uma corrida em Elkhart Lake, com um March inscrito pela equipe Forsythe. Após um acidente em Milwaukee, decidiu abandonar de vez o esporte, não sem antes fazer uma derradeira aparição pela Brabham, a bordo do BT52 BMW Turbo na Race of Champions, a última corrida extra-campeonato da história da Fórmula 1, em 1983.

Na foto, Hector Rebaque pilota o Hesketh 308E em sua temporada de estreia na categoria máxima.

Há 38 anos, direto do túnel do tempo.

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