Stock: Nelsinho/Átila na pole da corrida de duplas

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No clique do ótimo Carsten Horst, Átila Abreu e Nelsinho Piquet comemoram a pole para a corrida de duplas da Stock nos boxes da AMG Motorsports

RIO DE JANEIRO – Pelo segundo ano consecutivo, a Stock Car volta a realizar uma corrida de duplas, um formato extremamente válido – desde que houvesse mais tempo de pista para os pilotos, especialmente os convidados, no dia da corrida. Cinquenta minutos de prova, mais uma volta, eu acho pouco, muito pouco. A Vicar poderia – e deveria – rever esse conceito, aumentando o tempo total dessa corrida para, no mínimo, 70 minutos. Que tal?

Isso não tira o brilho do espetáculo. São 66 pilotos na pista e entre eles, catorze com passagem pela Fórmula 1. É um número muito significativo. Afora os que já estiveram na categoria máxima e são integrantes da Stock, como o atual campeão Rubens Barrichello, muitos dos convidados também competiram por lá: Ricardo Rosset, Jaime Alguersuari, Lucas Di Grassi, Jacques Villeneuve, Vitantonio Liuzzi, Enrique Bernoldi e Bruno Senna – sem contar os monstros sagrados Ingo Hoffmann, 12 vezes campeão da Stock, convidado por Barrichello e Chico Serra, dono de quatro títulos na Stock e que divide o assento do carro #29 da Red Bull Racing com o filho Daniel.

E dentre os ex-F1 convidados, o que mais impressionou foi Nelsinho Piquet, que ajudou Átila Abreu, com quem repete a parceria do ano passado, a conquistar a pole position na abertura da temporada, no Autódromo de Goiânia. Com a média de 1’24″234 para as voltas mais rápidas da dupla nas duas metades do treino classificatório, eles saem na pole position, com Marcos Gomes/Mark “Frosty” Winterbottom em segundo.

“Conheço o Nelsinho desde o kart e ele sempre foi rápido. Hoje ele fez a diferença com uma volta voadora, reafirmando que nossa decisão de firmar essa parceria desde o ano passado era a melhor opção para a equipe Mobil Super. Já está convidado para andar comigo novamente em 2016”, afirmou Átila.

“É muito bom largar na pole. O time fez um excelente trabalho, madrugada adentro, e deixou o carro muito bom na tomada. O Átila fez uma boa volta e me deixou em condições de finalizar o trabalho. Estou muito contente por competir no Brasil e especialmente em Goiânia, que é praticamente a minha casa. Vamos continuar trabalhando forte amanhã. Se fizermos tudo dentro do planejamento, somos candidatos à vitória”, declarou Nelsinho.

Outras atrações entre os gringos, que vêm de fora, são a presença do campeão das séries Blancpain em 2014, Laurens Vanthoor, do líder da Fórmula E Nicolas Prost, do português Antônio Félix da Costa, do DTM e de seu compatriota Álvaro Parente, excelente piloto de Grã-Turismo. Outro mérito da Stock foi reunir, na mesma pista, três sobrenomes campeões da F1: Prost, Piquet e Senna. O filho de Alain, Nicolas e o sobrinho de Ayrton, Bruno, estão na mesma equipe, a Prati-Donaduzzi. Mas se no treino dos convidados, Bruno bateu Nicolas por 0″004, o companheiro de Antonio Pizzonia no carro #1 está em clara desvantagem no grid, pois Júlio Campos, parceiro de Prost, foi rápido o suficiente para a dupla do #4 largar na 13ª posição.

Torço para que seja uma boa corrida e que a ideia do evento com duplas se consolide. Só acho – minha opinião – que esse tempo de 50 minutos é pouco e poderia muito bem ser revisto. Alô, alô, Maurício Slaviero… vamos trabalhar pelo espetáculo! O público em casa e no autódromo com certeza ficaria bem mais satisfeito.

Comentários

  • Acho bacana a ideia de fazer essa corrida em um autódromo diferente a cada ano, mas, sinceramente, não tem como não fazer uma corrida dessas em Interlagos. Poderiam tê-la jogado para o final do ano e fazer uma espécia de corrida comemorativa ou “das estrelas” , como gosta a RGT, para fechar o ano, sem valer pontos. O que você acha Rodrigo? Um outro ponto, será que essa corrida daria certo em alguma orla de praia, como em Santos ou Rio de Janeiro, fazendo uma Surfers Paradise brasileira?

    • Quem vai pagar a montagem de um circuito de rua ?
      A Vicar certamente não.
      Os circuitos de Salvador e Ribeirão Preto são muito ruins, estreitos, super travados, sem condições de receber carros com o tamanho e a potência dos Stock e só estão no calendário por que as prefeituras bancam a festa.

  • Concordo com o Rodrigo. Também acho que nessa situação de corridas de duplas, o tempo da prova poderia ser maior. Até mesmo porque quando vemos os convidados, verificamos que alguns são pilotos de renome (F1, Indy, Turismo,…). Porém, mesmo assim, não creio que a alteração no tempo das provas venha a acontecer. Pois, infelizmente, hoje a Stock tem um formato concebido para as demandas da TV. E nisso, a Rede Globo conseguiu transformou a Stock Car em apenas um quadro de um dos seus programas esportivos. Ou seja, o tempo de duração da competição tem que se enquadrar de acordo com a programação da dita cuja. Seguindo por esta visão, não é difícil perceber que para a Rede Globo, a Stock Car não passa de mais uma “atração” da sua grade dominical. Tanto é que nem todas as provas são transmitidas na TV aberta, apenas no Sportv. Acho que pela história, a categoria deveria receber um pouco mais de respeito.