Feliz coincidência

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Tal filho, tal pai: assim como Nelson Piquet na Fórmula 1, a primeira vitória de Nelsinho Piquet na Fórmula E veio nas ruas de Long Beach

RIO DE JANEIRO – No começo da semana, dia 30 de março, completou-se 35 anos da primeira vitória de Nelson Piquet na Fórmula 1, com o indefectível Parmalat Brabham número #5 no GP dos EUA-Oeste, nas ruas de Long Beach. Quis o destino, num acaso caprichoso, que a Fórmula E tivesse mais uma corrida – a sexta do campeonato – marcada para esse fim de semana. Justamente em Long Beach.

E numa feliz coincidência, Nelsinho Piquet – com uma pintura de capacete emulando o pai, desta vez – chegou à primeira vitória na competição dos carros elétricos depois de bater na trave algumas vezes. O piloto da China Racing foi simplesmente impecável: com uma largada espetacular, o brasileiro não foi ameaçado uma única vez. durante as 39 voltas, no traçado montado para a corrida, que tinha alguns trechos equivalentes ao circuito hoje montado para a Fórmula Indy, como a Shoreline Drive, a Pine Avenue e outras ruas. Nem mesmo quando o Safety Car interveio duas vezes em acidentes. Muito menos quando trocou de carro. Foi absoluto, igual ao pai, que venceu em 1980 também de ponta a ponta.

Outra coincidência foi que, a exemplo daquela vez, houve um brasileiro em 3º lugar: desta vez, Lucas Di Grassi chegou na mesma posição de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 – mas diferentemente do Rato, que convivia com problemas na equipe que levava seu nome, o resultado foi importante para que ele saísse da Califórnia líder da temporada com 75 pontos, um a mais que Nelsinho Piquet.

No pódio, na festa dos três primeiros, era visível o desconforto de ambos com a presença de um e de outro, tão próximos. A rivalidade extrapolou as raias da animosidade. Os dois simplesmente se detestam, mas não podem se prejudicar a ponto de jogar um campeonato fora. Como bem observou o amigo Fred Sabino, é algo que remete a Piquet e Mansell. E tem um Prost na história, podendo pegar as rebarbas e ser campeão. Já pensaram?

Também é preciso destacar o ótimo 2º lugar de Jean-Éric Vergne na corrida deste sábado e o bom quinto posto de Bruno Senna, que veio do meio do pelotão, poupando energia no começo da disputa e parando depois dos que vinham à sua frente. Com pista mais livre, atacou e chegou bem colocado, num resultado que o deixa agora entre os dez primeiros do campeonato.

A próxima prova da Fórmula E é em maio. E em Mônaco, localidade em que um Piquet nunca venceu. Em contrapartida, o sobrenome Senna brilhou lá sete vezes – seis na Fórmula 1 e uma na GP2 Series.

Vai ser divertido…

Comentários

  • Pode ser que haja esse desconforto, mas acho que dizer que o Lucas e o Nelsinho não se suportam pode ser um pouco de exagero.

    Sempre tiveram uma rivalidade muito grande, por conta de serem contemporâneos e terem disputado, um contra o outro, em várias categorias, no caminho para a F1 (aliás o Nelsinho “tomou” o lugar do Lucas na Renault…), mas daí a ódio vai uma certa distância.

    Só se for algo mais recente, então pode ser… Não esquecer que o Lucas foi o único convidado do Nelsinho para seu jantar de comemoração, quando este foi campeão inglês de F3 e, na época, um corria contra o outro.

    Enfim, o mundo gira e as coisas mudam.

  • Acho que foi porque o Lucas di Grassi (na época piloto reserva da Renault) que falou pro Galvão Bueno que o Nelsinho estava sendo demitido da Renault e o Galvão deu essa notícia ao vivo no Bem Amigos. O Nelsinho não gostou, postou no twitter que o Galvão estava errado e que iria correr na próxima corrida. De fato correu, mas a demissão foi confirmada um pouco depois.