Direto do túnel do tempo (256)

GV31

RIO DE JANEIRO – Neste dia 8 de maio, o blog jamais poderia esquecer de um dos maiores ídolos do escriba no automobilismo. O canadense Gilles Villeneuve, campeão mundial sem título, o mais amado pelo povo que acompanhava Fórmula 1 nos anos 80, nos deixou há 33 anos. Ficaram os feitos… e a saudade.

Pouca gente sabe, mas o caminho do piloto para a Fórmula 1 foi pavimentado em corridas da Fórmula Atlantic, em que Gilles conduzia um March com o numeral #69. No ano de 1976, havia uma etapa disputada no circuito urbano de Trois-Riviéres, em Québec, que era a cereja do bolo na categoria. Para aquela oportunidade, os organizadores convidaram diversos pilotos de Fórmula 1, entre eles Vittorio Brambilla, Patrick Depailler, Alan Jones e James Hunt, além de Patrick Tambay, que fazia boa figura na Fórmula 2.

Villeneuve simplesmente ignorou o fato de haver quatro pilotos da F1 no mesmo grid e um deles era tido como favorito ao título daquele ano. Empenhado em mostrar que aquele era seu território, o canadense deu o seu máximo nos treinos e fez a pole position. Meio caminho andado para vencer a corrida, o que aconteceu.

Pasmo diante do baile que levou daquele baixinho atrevido, de quem inclusive copiou os acertos do carro, James Hunt teve um acesso de rara humildade, elogiou Gilles para todo mundo que pôde – em especial o chefe da equipe McLaren Teddy Mayer e John Hogan, diretor esportivo da Marlboro. De fato, o canadense estreou na Fórmula 1 no ano seguinte, pela McLaren, com uma atuação acima da média para um novato. Mas a palavra de Chris Amon, que o conhecera na Série Can-Am, pesou mais: Daniele Audetto, diretor da Ferrari, foi convencido que Villeneuve seria uma boa aposta e o contratou para o lugar de Niki Lauda.

O resto é história.

Há 39 anos, direto do túnel do tempo.

 

Comentários

  • Deixou muita saudade, mesmo. Aquela temporada de 82 ficou marcada na minha mente com uma sombra. A perda foi terrível não só pelas coisas que ele fazia nas pistas, e que nos divertiam, como também pelo que a gente imaginava que ele ainda iria fazer… E fora das pistas era um cara gente boa, simples, que gostava de estar com a família, sem se dar ares de superstar. Foi um baque enorme também para o velho Enzo, que o tinha como um filho.

  • O legado de Gilles extrapola seus resultados na pista, sua garra ao volante, levando o equipamento sempre ao limite, sua honestidade em nunca se acomodar tentando sempre a vitória impossível, o imponderável! Fazem de Villeneuve uma lição de vida, de superação.

  • Quando ele morreu eu tinha pouco mais de um ano…logo, vi apenas vídeos de algumas performances e isso bastou para que eu o passasse a o considerar um dos mais sensacionais que passou pela categoria.

  • Tenho pouca coisa a acrescentar sobre Gilles, além do que já disse nas diversas chances que tive de dar minha opinião sobre ele, nos blogs de automobilismo que costumo visitar regularmente: Aqui no do Rodrigo, no bloq do Flavio, e no do Mestre Joca. Resumindo, nos que valem a pena.

    Fantástico voce relembrar essa prova Rodrigo ( o Flavio vai gozar quando ler que Gilles correu com o numeral 69). Realmente o Hunt voltou tão impressionado que foi o estopim da ida do Gilles para a F1.. Estreando no GP da Inglaterra de 1977 ele foi o mais rapido na pre-qualificação, e na qualificação ficou em 9° lugar, guiando o velho M23, a frente de Jochen Mass, com um M26 igual ao que Hunt guiou pra marcar a pole position. Nas primeiras voltas da prova, Gilles impressionou mais ainda, guiando o velho Mc Laren em °/, no meio de uma disputa ferrenha contra Wolff e Lotus. Pena que teve que ir ao boxes por conta de um super aquecimento, Mas voltou e ainda fez uma bela prova, terminando em 11°, duas voltas atras.
    Vale lembrar também que, antes de correr na F Atlantic, Gilles foi um dos pilotos mais rapidos do Canada em corridas de Motoslitte (aqueles “trenós” motorizados), correndo na neve, no meio de arvores, etc, etc. Habilidoso e….destemido (pra não dizer louco).
    Nas duas vezes em que estive em Maranello (2011/13) pude ver in loco a paixão e o respeito que os italianos tem pela memoria de Gilles: em todos os locais tem alguma referencia a ele. Na entrada da pista de Fiorano, na rua Gilles Villenenuve, tem até uma estatua dele em bronze.
    Eu chorei na morte de 3 pilotos: na de Clark (quando eu tinha 13 pra 14 anos), na do Moco e na do Gilles. Esses, (junto com o Bird, na minha infancia, e Paul Frere na velhice dele) foram (e são) meus idolos no automobilismo.

    Antonio

  • Gilles, com seu arrojo e muita, mas muita habilidade, injetava “adrenalina” nos GPs.
    Hoje em dia…
    Tenho comigo várias miniaturas da Ferrari do moço.