Direto do túnel do tempo (262)

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[bannergoogle] RIO DE JANEIRO – Em 1998, Eddie Cheever fazia o papel de patrão de si mesmo na IRL. Tinha uma equipe em seu nome após uma passagem sem nenhum brilho pela escuderia de John Menard, desde o ano anterior. E já considerava, aos 40 anos de idade, a hipótese de finalmente se aposentar como piloto.

Veio a 82ª edição das 500 Milhas de Indianápolis e tudo mudou.

Com um chassi Dallara de motor Oldsmobile e o patrocínio da Rachel’s, uma marca de batatas fritas, o veterano piloto ex-Fórmula 1, participante da Indy 500 desde 1990, classificou-se na 17ª posição de um grid de 33 carros. A pole position era de Billy Boat, da equipe de A.J. Foyt. E, por muito pouco, a corrida e a carreira de Eddie não acabaram na primeira volta: ele se envolveu numa querela com J.J. Yeley e o piloto novato rodou, provocando a primeira intervenção do Safety Car.

Foco recuperado, a corrida prosseguiu. E Cheever teve a sorte a seu lado novamente. Na 49ª volta, ele escapou de uma múltipla colisão na curva 3, que acabou com a corrida de cinco pilotos, entre eles Mark Dismore e Sam Schmidt. E após a longa bandeira amarela e os pit stops, ele emergiu para segundo, atrás do sueco Kenny Brack.

Na metade da prova, John Paul Jr. surpreendeu ao assumir o primeiro lugar, até Eddie ultrapassá-lo e conquistar uma inesperada vitória para quem, como ele, pretendia pendurar o capacete. Não só ele venceu e convenceu, com o maior número de voltas na ponta (76), como também conteve a pressão de Buddy Lazier, campeão da prova dois anos antes, para se tornar o primeiro piloto e dono de equipe a ganhar a lendária corrida desde o triunfo de A.J. Foyt em 1977.  Desde então, isso nunca mais aconteceu.

Claro que a carreira de Cheever não se encerrou ali em 1998 com a glória do triunfo na Indy 500. Ele se manteve em atividade intensa até 2002 (inclusive com mais três vitórias) e revezou-se nos monopostos e nos protótipos Grand-Am da Rolex SportsCar Series. O piloto deu um tempo das pistas, mas voltaria em 2006 para suas últimas aparições. A despedida foi no Kansas com um 14º lugar. Hoje, Cheever é construtor dos modelos Coyote usados por diversas escuderias no Tudor United SportsCar Championship.

Há 17 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Billy Boat, Mark Dismore, JJ Yelley, Sam Schimdt, John Paul Jr, Buddy Lazier… Tempos fraquíssimos para a Indy 500.

    Esse começo da IRL até era bacana, uma espécie de segundona da CART, pilotos menos badalados, ovais em pleno Dirty South ou Nascar Country, bandeiras amarelas em profusão… Mas uma corrida como as 500 milhas com esses pilotos era realmente difícil de engolir.

  • Nessa época algumas corridas eram esporadicamente transmitidas pela tv Bandeirantes sob o slogan de “A verdadeira Fórmula Indy”, justamente para rivalizar com as transmissões da CART, que eram vinculadas ao SBT. Não me lembro exatamente quem narrava, mas os comentários eram feitos pelo Villy Hermann (por onde anda??). Outra coisa que me chamava a atenção era o ronco dos motores nessa época…muito semelhantes aos utilizados pela Nascar…será que eram os mesmos blocos??.
    Sobre pilotos, lembro-me de alguns que não tiveram muito espaço na CART, entre eles os brasileiros Marco Grecco e Gualter Salles…

  • Os pilotos eram mais fracos, mas as corridas eram demais … os carros rápidos e bonitos .. corrida apenas em Ovais.

    Marco Grecco e Affonso Giafonne eram os brasileiros que competiam …
    Quem narrava era o Luciano do Valle / Willy Hermann/ Elia Junior nas reportagens.

  • Nessa época, assim como hoje, poucas provas ao vivo. Além do Luciano do Valle, quem também aparecia como narrador era o Luiz Carlos Largo ou o Jota Júnior,mas Indy 500 quase sempre com o Luciano do Valle.

    • Largo fez várias provas da Indy e saiu-se muito bem. Aliás, ele é um dos melhores narradores de automobilismo do país.