Marc Gené fora das 24 Horas de Le Mans

Marc-Gene
De piloto titular, tido como um dos mais experientes, para “consultor”? A história de Marc Gené fora das 24 Horas de Le Mans não me convenceu…

RIO DE JANEIRO – Primeiro piloto anunciado pela Nissan para a campanha do WEC e também para as 24 Horas de Le Mans, no dia do lançamento do GT-R LM Nismo, o revolucionário protótipo LMP1 com motor dianteiro e sistemas híbridos, o espanhol Marc Gené não vai disputar a clássica prova francesa neste ano. A notícia já foi amplamente divulgada pela mídia internacional nesta sexta-feira – uma novidade que não deixa de ser surpreendente, considerando que o piloto espanhol fora escolhido por sua larga experiência no automobilismo.

Vencedor da prova em 2009 pela Peugeot e tendo também defendido a Audi, Gené seria um dos pilares do regresso do construtor nipônico às provas de Endurance, assim como o francês Olivier Pla e o alemão Michael Krumm. A debandada do piloto a um posto de “consultor”, como dizem as informações vindas do exterior, é um tanto quanto esquisita. Gené não participou dos treinos no MCN Motorsports Park, situados em Bowling Green (Kentucky) e alguns colegas da imprensa teriam dito que o piloto considera o protótipo “perigoso demais”.

Com isso, a Nissan procedeu alguns ajustes no lineup de seus pilotos para as 24 Horas de Le Mans, a saber:

O russo Mark Shulzhitskiy, um dos muitos pilotos revelados no programa Nissan GT Academy, vai disputar a clássica prova francesa no lugar de Gené, mas não no carro #23. Ele comporá com Tsugio Matsuda e Lucas Ordonez a formação do #21. Alex Buncombe, que estava neste carro inscrito apenas para Sarthe, vai para o #22, dividindo o bólido com Michael Krumm e Harry Tincknell. Olivier Pla foi realocado no #23 junto a Jann Mardenborough e Max Chilton. A escolha das trincas tinha sido por critério ergométrico – altura e peso dos pilotos, além de uma menor demanda de ajustes de banco e pedaleiras nos pit stops.

A Nissan não confirmou se Gené volta a bordo após a prova de Sarthe. Os testes em Bowling Green foram considerados “satisfatórios”. “Tivemos três bons dias de trabalho, considerando que nós gostaríamos de ter mais tempo de desenvolver tudo até Le Mans. Nosso foco se concentra, agora, na reelaboração dos nossos dois carros que andaram nos treinos e a finalização do terceiro protótipo”, comentou o engenheiro Ben Bowlby.

“Todos os testes até agora têm trazido progressos”, afiançou o piloto Harry Tincknell.

Voltando à saída de Gené da formação de pilotos para Le Mans, tem caroço nesse angu. Vocês não acham?

Comentários

  • Então… se a imprensa diz que Marc Gené considera o GT-R LM “perigoso demais”, simplesmente (e muito provavelmente) desistiu de tentar como piloto dele na corrida, mas ainda quis ser filial ao projeto. Não sei, posso estar errado. Só espero que esse “perigoso demais” não venha à tona na corrida. Só sei que o carro (ao que constou nos testes em MCN, pelos vídeos que divulgaram e as lives pelo app Periscope) é um foguete na reta…

    • Meninada do Playstation que ganhou de forma espetacular as 24h em Mount Panorama, circuito muito mais dificil que Le Mans…

      então menos, bem menos.

      • Estamos falando de um LMP1, em uma pista 24 horas com 4 categorias em pista 1/3 do line up vem do projeto, não estou criticando a origem deles… mas é fato são inexperientes.

    • Essa “meninada do Playstation”, ao menos o mini-Hamilton e o Lucas Ordonez (esse Shulzhitskiy caiu de paraquedas pra substituir o Gené), já possuem experiências em Le Mans com os protótipos, mesmo que com LMP2 e sabem o carro que estão pilotando, então não dá pra julgar muito. Eu não julgaria.

      • Exatamente. O Mardenborough já tem larga experiência e anda bem em qualquer tipo de carro, seria um piloto perfeito para dar uma renovada na F1, isso se a categoria continuar viva…

      • como disse não estou criticando a origem deles (também sou do Play Station minha psn: HDPedro) kkkkk. Mas a situação colocada no texto é o carro é perigoso? se for tudo torna-se mais perigoso, pilotaram um LMP1 em provas? não. Em uma 24 horas? não. então são inexperientes.

      • Pois é, Gustavo Oliveira. O mini-Hamilton, apesar de ser uma “cobaia” da Nissan por enquanto, ele tá direcionando seu caminho pra F1. Torço bastante que dê certo pra ele, pois é um dos nossos (sim, assumindo que sou menino do Playstation, também).

    • Meninada de Playstation subiu no pódio de Le Mans, consecutivamente, nos últimos anos. Pare de falar groselha.

      O lance é que numa panca frontal, onde vai parar esse motor?

      Eu acho que ele pulou fora mesmo por conta de performance. Tem muita gente dizendo que o carro tá sofrendo pra manter ritmo de LMP2. Piloto assume riscos o tempo todo.

  • Se Gené considera o GT-R LM perigoso com certeza é na parte traseira, o banco do piloto é colocado muito para trás do carro e com os apendeces aerodinâmicos fica a impressão de que é oco. De qualquer forma é estranho esse remanejamento de pilotos e espero que não façam como a Honda na McLaren, Não passem vexame pelo desempenho em Sarthe.

  • Eita, tem caroço nesse angu, ou melhor, tem pedra nesse sushi!!! Para um piloto rodado como o Gené abrir mão de correr em Le Mans, ou ele achou que o carro tem problema sério que não dá uma performance minimamente boa para impor respeito a concorrência para não passar aquela vergonha ou os japoneses viram que ele e o carro não se entenderam e resolveram tirá-lo do time de pilotos que irão competir com esse caro “sui generis”… E também espero que esse papo de carro perigoso demais não desande em tragédia… Os japoneses já não são mais os mesmos: a Honda está capengando em seu novo retorno a F-1 e a Nissan também, a ponto de abrir mão das duas etapas iniciais do WEC.

  • So coloco um ponto: Sendo piloto e se ele acha perigoso, nao precisa propagar via midia, já que tem um contrato que certamente fala sobre esse aspecto, só diz que nao vai correr e justifica para a direção da equipe.

  • Não acredito muito nessa teoria de periculosidade exagerada do carro, pois como todos sabemos, carros com tração dianteira são mais “na mão” que tração traseira.
    Creio mais na hipótese de Gené não ter sido veloz o suficiente com o carro e ter sido “convidado” a virar conselheiro, devido à sua experiência em estratégia, dos tempos de Peugeot e Audi. E dessa forma colaborar mais eficazmente com a equipe do que pilotando propriamente.
    Abraços Rodrigo!!

    • Caro Mateus, permita-me discordar. Carros com tração dianteira não são. necessariamente, mais “na mão”, como você diz, que os de tração traseira. Em termos de carros DE PASSEIO, eles são mais fáceis de corrigir para os motoristas normais, já que tendem a sair de frente, o que faz com que se vire mais o volante para a parte de dentro das curvas; já os de tração traseira, sobresterçantes, o motorista tem que corrigir virando o volante para fora da curva.
      No entanto, quando falamos de carros de corrida, espera-se que pilotos profissionais que vão correr em Le Mans estejam aptos a fazer essas correções sem maiores problemas, desde que os carros sejam confiáveis.
      Vários outros fatores podem contribuir para o carro ser “perigoso”, como aparentemente alega o Gené (aliás, um piloto de respeito, test driver da Ferrari por anos): a eficiência aerodinâmica, tanto nas altíssimas velocidades em reta quanto ao percorrer as curvas; o equilíbrio, resistência à torção e a distribuição de peso do chassis; a arquitetura e ajuste das suspensões; a forma como o motor sobe de giros (subitamente ou aos poucos); a forma como transmite essa potência ao solo, através dos seus pontos de contato (pneus); a capacidade de frenagem e a durabilidade dos seus freios, etc… Enfim, uma série de fatores que podem influir e que leva tempo para ajustar, principalmente numa maratona para carros e pilotos como a corrida de Sarthe.

      • Test driver da Ferrari que, registre-se, só andava em simulador nos últimos anos.

  • Na certa a Nissan ainda precisa arrumar algo no carro. Genè não diria q o carro “está perigoso” a toa. Com isso, a influencia dele poderia atrasar o projeto e colocaria a participação da montadora em risco. Como os japoneses são osso duro, sacaram o Genè pra um cargo onde ele não possa interferir. Pra mim é isso. Tem caroço no angu sim, e um caroção.

    • Outro carro que era perigosíssimo em Le Mans foi o Porsche 917 em suas primeiras edições, quem quiser saber mais é só assistir ou ler a reportagem de Brian Redman ou Richard Attwood ,só que eles não amarelaram . Mais eram pilotos de outra escola e no tempo em que o risco fazia parte do espetáculo ,talvez por isso tenha sido um esporte tão apaixonante e conquistado tanto publico .

      • Tranquilo, independente dos problemas do carro, o que acho bacana nos projetos da Nissan (talvez por causa de não ter grana suficiente pra brigar lá com os grandões) é que eles escolheram uma forma diferente de publicidade nas corridas, que é ter destaque nem tanto pelo resultado mas sim pelas diferentes propostas e desafios de um projeto diferente conceitualmente falando.
        Tomara que o projeto Nissan esteja resolvido até a corrida e que façam pelo menos uma grande parte da corrida.

  • Também acho muito estranho este episódio. Talvez até esta história seja para “camuflar” alguma outra questão entre o piloto e a equipe.

    • Ricardo Divila, creio, deve estar muito ocupado junto com a turma da Nissan para melhorar o carro. Acho que não deve ter tempo para comentar a debandada do Gené.