Vexame: grid penalty anunciado para os Nissan

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Largar amanhã atrás dos LMP2: esse será o prêmio pela má performance dos Nissan GT-R LM Nismo nos treinos

RIO DE JANEIRO – Nada está tão ruim que não possa piorar. E a Nissan adiciona mais um vexame ao calvário da estreia do GT-R LM Nismo nesta edição das 24 Horas de Le Mans: o ACO anunciou nesta sexta-feira um grid penalty para os três protótipos do construtor japonês por deficiência técnica.

De acordo com o regulamento, os três carros (e mais o ByKolles CLM P1/01 com motor AER Biturbo) foram penalizados porque não atingiram os 110% da pole position do Porsche guiado por Neel Jani no QP1. Como efeito, esses competidores vão largar atrás de todos os LMP2, justamente ao fim do pelotão dos protótipos. Mais vexaminoso, impossível.

E, como disse o Victor Martins no twitter, o diretor Darren Cox dizia estar “satisfeito” por levar 20 segundos dos melhores tempos (o Nissan mais rápido cravou 3’36″995). É brincadeira alguém vir a público dizer isso. Ele deveria ter vergonha de dizer isso e assumir que o carro – ainda – não é competitivo.

Outra penalidade de grid foi aplicada à Ferrari #71 da AF Corse. O veterano Olivier Beretta não foi além da meta de 120% do tempo da pole position, obrigatória na LMGTE-PRO. O tempo máximo era 3’57″406 e o piloto monegasco virou em 4’00″819 em sua volta rápida na qualificação. Por isso, o carro da equipe italiana, que havia conquistado a 5ª colocação no grid da categoria, desce 10 posições na geral e vai largar da 54ª e penúltima posição do grid de 55 carros.

Mais tarde, o blog traz o grid completo – e ilustrado.

Comentários

  • Darren Cox pode até estar satisfeito, mas o japoneses, perfeccionistas como são, estes sim devem estar bem desapontados.
    Mas ao menos espero ver boas brigas por posições entre os Godzillas e os LMP2.
    Parabéns pelo trabalho na cobertura das 24 horas Rodrigo. Excelente, como sempre.
    Abraço!

  • É, estou achando que o Marc Gené sentiu que passaria vexame e tratou de picar a mula enquanto tinha jeito… Os japoneses não são mais os mesmos: a Honda capengando na F-1 (na Indy também não está lá essas coisas), a Toyota até agora não se mostrou apta e digna na defesa de seu título no WEC (será que estão armando e escondendo o jogo para as 24h??) e a Nissan fazendo papelão…
    Palpite leigo para as 24h: a disputa fica entre a Porsche e a Audi. Se não quebrarem ou tiverem problemas no caminho, acho que a Porsche fatura sua 17ª vitória, salvo engano, senão serão os Senhores dos Quatros Anéis a ganhar a corrida… A Toyota é interrogação (e caso ganhe acho que será uma zebra por conta do desempenho que mostraram na temporada até agora e nos treinos) e a Nissan… Bom, se chegarem ao final da corrida (pelo menos um carrinho) já podem se dar por satisfeitos. Podium ou até vencer é ZEBRA COLOSSAL e aí podemos pedir os números da megasena pra eles, pois é algo improvável para o que o bólido nipônico mostrou…

  • Poxa Mattar, comentar é fácil, agora entender mesmo o que se passa em um carro revolucionário como esse é outra história. Os caras não têm pneus macios pra poder fazer uma volta de classificação bonitinha e inútil, e estão focados no que importa, 24h de prova. Vexame é ficar em casa fazendo nada e condenando os outros, esses caras com um orçamento bem menor que as 3 grandes estão fazendo coisas incríveis e mudando a forma como abordar corridas de alto nível e com um projeto extremamente ousado.

    • Desculpa, Enzo, mas é um senhor vexame, sim. A Nissan subestimou em muito seus adversários na P1 e, pior ainda, não se preparou como devia. Existiam opções infinitamente mais simples e menos caras para voltar ao topo do endurance, mas os japoneses insistiram em ser mais ousados o possível e alinharam essa atitude nobre a falta de preparo e apego excessivo a publicidade.

      Portanto o GTR LM larga dessa posição não apenas por ser um projeto inovador, mas principalmente, por falhas na condução do projeto.

      • Gustavo, me fale duas linhas técnicas aqui sobre o carro deles que façam algum sentido sobre a performance deles em Le Mans essa semana que eu então considero o teu comentário.

      • O que eu falei no meu primeiro comentário não precisa de nenhum dado técnico para ser explicado, Enzo, leia outra vez, com atenção, e vc vai notar. Não critiquei nada técnico na construção do carro, e sim na condução do projeto que era ser competitivo em Le Mans.

        Sobre as falhas de planejamento, de novo, são evidentes, tanto que o carro já perdeu duas corridas do WEC e foi penalizado no grid em Le Mans por falta de performance.

        Não trabalho na Nissan e muito menos acompanhei o desenvolvimento do carro, mas como bem disse o Rodrigo ao responder o comentário de outro fã: Isso é consenso geral de quem acompanha automobilismo.

      • O consenso geral de quem trabalha com automobilismo é de que muitas vezes algo inovador tem desafios inesperados, e que embora as críticas de fora daqueles que só sentam e assistem os carros passarem sejam inevitáveis não se deve nunca destratar o trabalho duro daqueles que trabalham no esporte.
        Le Mans é uma corrida ganha na corrida, classificação é como fazer queda de braço antes de uma luta do UFC.
        A Nissan poderia como a Porsche ter gasto um ano inteiro só treinando, optou porém por ir correr na frente do público com um carro inovador e “verde” ainda. Focaram em ritmo de prova em um carro sem pneus macios e com um ERS não funcionando, o que gerou problemas de equilíbrio e obrigou a uma adaptação do projetos dos freios.
        Sim, o carro é lento comparado a pole da Porsche e LMP2 classificando, mas tem um ritmo decente para tentar completar a prova com um carro totalmente novo e com poucos testes.

      • “O consenso geral de quem trabalha com automobilismo” “me fale duas linhas técnicas” Tudo bem então, campeão. Faz o seguinte, me mande o seu currículo então, já que vc deve ser formado na inglaterra e na trabalhar na AMG, algo assim.

        Incrível, depois do surto de ufanistas alucinados que tivemos nos sites de automobilismo quando o Bruno Senna chegou a F1, agora temos o surto de “especialistas em engenharia automobilística” despertado pelo radical projeto da Nissan, que se ofendem como imenso fracasso da montadora em fazer algo tão complexo ser minimamente competitivo.

        O próprio objetivo da Nissan – estrear em Silverstone e andar bem em Sarthe – já foi para o espaço a meses, se fosse uma aventurazinha qualquer tudo bem, mas é a Nissan, marca de muito respeito e que, com absoluta certeza – tem um conselho administrativo que não deve estar gostando nenhum pouco do que está vendo este final de semana.

        “Le Mans é uma corrida ganha na corrida, classificação é como fazer queda de braço antes de uma luta do UFC” andando 20 segundos mais lento que o Porsche, meu chapa?

      • Quer queiram ou não, o que decide no final é a corrida em si, e já vimos todo o tipo de coisa acontecer não só nas 24 Horas de Le Mans, mas também em outras corridas de mesma duração.

        Obviamente, a Nissan não fará milagre com o GT-R LM, mas tem muito mais do que o tempo de qualificação mostra.

      • Gustavo Oliveira, trabalho na Metalmoro, conhece? Lá trabalho junto do MRX 28 da equipe JLM e do MR1 500 que competem no Endurance Brasileiro. O MRX 28 é o carro mais rápido do Brasil e estou junto no projeto de um modelo novo a ultrapassar este carro. Trabalho com inúmeros fornecedores em comum com a Nissan e de todos os carros da LMP1 e LMP2 e por consequência tenho contatos de dentro do esporte, posso não estar em Le Mans mas procuramos traduzir o que é feito lá para a nossa realidade aqui no Brasil.
        Fica o convite para visitar a empresa, só falar comigo no Facebook da Metalmoro.

        Não quero ofender ninguém aqui, só defender o trabalho duro daqueles que conheço e tenho tido contato.

        Acompanho endurance desde que uso fraldas e sempre foi prioridade para mim. Tu acredita que a primeira volta da Porsche na volta vai ser 3:16? Até Audi e Toyota tiveram dificuldade de chegar perto dessa marca, a Nissan vem trabalhando ritmo de prova.

      • Sem defender ninguém, mas acho que não houve qualquer um aqui que afirmou que a Porsche vira 3’16” em ritmo de corrida. Mas à noite, vão virar muito rápido. E quanto vai virar o Nissan? Se o ritmo de corrida da Porsche for 3’20” e uns quebrados e o da Nissan seguir 20 segundos pior, será 3’40”, correto? 20 segundos menos por volta significam que a cada tiro de 12 ou 15 voltas, teremos um Nissan retardatário.

        Que belo ritmo de prova…

      • Mattar, a expectativa do ritmo de prova não apresentar essa mesma diferença. Os Nissan não vão ganhar a prova nem incomodar os líderes, isso é um fato, só aplaudo o esforço de aparecer e desenvolver o carro na frente de todos, independente das críticas. Deveriam ter feito mais um LMP1 igual a todos os outros? Poderiam, mas resolveram inventar e sofrer as críticas, ninguém lá na equipe falou em vencer e incomodar os líderes esse ano.

      • Se você visse o que escrevi na ficha técnica do time, saberia que me referi ao esforço deles como louvável e como uma “ruptura de conceitos”. Mas a sua análise se atém apenas à questão técnica. E a minha a fatos. O fato é que, com este ritmo, eles vão levar voltas e mais voltas dos rivais. Será que é isto mesmo que o board da Nissan quer?

      • O board da Nissan sabe que esse é um ano de desenvolvimento e que terminar a prova acima de tudo é uma prioridade e se ocorrer será uma vitória. Eles sabem dos fãs que têm ganho com o jeito como estão fazendo as coisas e têm constantemente reafirmado o apoio ao programa.

    • Enzo tô contigo, todo mundo do sofá da sala dizendo que tem erro disso, daquilo e daquilo outro.
      Putz isso se chama inovar!
      Você tenta um caminho diferente, até porque como já foi dito pela própria Nissan, se eles fossem fazer um protótipo igual aos dos outros, com a verba que eles tem, poderiam até ficar mais bem colocados, mais iriam ser somente mais um e provavelmente iriam continuar atrás das outras equipes de fábrica.
      Preferiram ir lá e tentar dar o pulo do gato, só que muitas vezes por ser um projeto tão radical, uma porrada de problemas que eles nem imaginavam podem surgir.
      É assim com tudo, mas as pessoas acham que existe hoje, computador, avião, celular etc surgiu como em um passe de mágica.
      Não imaginam quantos fracassos e problemas ocorreram durante o desenvolvimento dessas coisas.
      Se todo mundo fosse pelo ‘certo”, ainda estaríamos pré revolução industrial.

  • Que lixo esse comentário e que vergonha do jornalismo automobilístico Brasileiro que produz cada vez mais esse tipo de matéria besta. Estar no grid em Le Mans é mais do que muitos conseguem. Estar lá com um carro com tecnologia nova, revolucionária, e sequer conseguir dar umas voltas, é motivo de comemoração, não de vexame. Não importa se é a Nissan ou se é a Ferrari, ou a Porsche, etc etc.

    Existem os bons jornalistas que entendem o que é o processo de desenvolvimento de um carro/equipe, e entendem que esse é um caminho longo, caro, e de muitos obstáculos. Não é o caso aqui nessa página, e na maioria dos jornais Brasileiros – e mundiais, até – que resolvem contratar gente para falar do assunto. Essa epidemia de achar que toda marca que entra em um campeonato precisa começar ganhando, ou largando na frente, é o que faz a maioria das marcas ficarem com receio de entrar nos campeonatos. Vocês alimentam a noção idiota de que um programa de corrida deve ser uma jogada de marketing primeiro, e um processo de aprendizado e desenvolvimento em segundo plano. Por isso temos categorias que vão ficando cada vez piores, como a Formula Um.

    É uma pena, pois apesar da WEC merecer mais atenção, acaba recebendo o tipo de atenção dada no artigo acima, que é mal informada e errada, além de ser tendenciosa.

    E querem falar em vexame….

    • Procure se informar sobre as regras antes de vir criticar. O carro não cumpriu as regras, andou VINTE segundos mais lento que a pole position e não é vexame?

      Tá certo então, Mario. Todo mundo que acompanha automobilismo concorda comigo. Então, somos TODOS maus jornalistas.

    • Já que já tem fãs da marca aqui descarregando o arsenal de besteiras sem fundamento, deixo aqui minha previsão/provocação: Esse carro não volta no ano que vem, pois é uma bomba.

      Uma coisa é ser radical, com muito dinheiro e planejamento exemplar, outra é ser radical, gastar os tubos com propaganda e ter que mudar diâmetro de pneu meses antes de uma estreia adiada.

      • Caro Gustavo ,eu acreditava que a Nissan poderia fazer um papel melhor com novas idéias (não tão novas assim ,só fora de uso por um bom tempo) ,mas para despejar potência(e muita) em saída de curva ,na minha opinião eles teriam que ter tração nos dois eixos ,pelo menos “ON DEMAND ” em grandes reaceleração como nas saídas das curvas Teatre Ruge ,Mulsanne,Indianapolis ,Anarge ,Meison Blanche e Ford Gincane . Não acredito ser possível em torques muito altos ter boa dirigibilidade e tração e uma boa performance numa pista que tem varias curvas de angulo bem fechado seguida de longas retas de forte acelerações ( um DE K W de pista do tempo do Jorge Lettry ,supostamente tinha 10% do potência deste carro e aproximadamente o mesmo peso e já não era fácil de pilota-lo só os grandes pilotos conseguiam virar bons tempos ,imagine este) e se a Nissan teve que por alguma maneira abrir mão do auxilio de uma tração extra no eixo traseiro “On Demand” acho muito difícil este carro ser competitivo em uma pista que não seja um oval ,mas quem sabe eu esteja errado ,só o tempo dirá!

      • Exatamente, Luigi. O que parece ter sido, até agora, o grande erro da Nissan foi não ter conseguido fazer a tração traseira funcionar.

        De qualquer forma, a ideia é linda, mas a execução é espantosamente fraca.

  • Eu entendo a questão da Nissan buscar algo revolucionário e que é preciso muito tempo e paciência para que os resultados comecem a acontecer e que deve ser necessária alguma tolerância da mídia e dos torcedores.

    No entanto, o povo precisa entender que o esporte tem as suas cobranças. E isso não vem de um ou outro mal intencionado, mas de todos. Se não mostrar resultados consideráveis, o mundo cai em cima. Pressão existe em todos os setores da sociedade.

    E os responsáveis pelo projeto da Nissan sabem muito bem que se não conseguirem resultados convincentes, vão ter que aguentar as críticas. Aí é ter paciência para fazer um trabalho melhor para colher na frente. Não há escapatória.

  • Oi Rodrigo, eu estava vendo em alguns sites tentando entender o porque desse desempenho fraco da Nissan e parece que eles estão correndo sem a potência elétrica. Eles tinham planejado correr no regulamento de 8MJ mas depois acharam melhor cair pro 2MJ. No final eles não conseguiram fazer com que isso se tornasse confiavel o suficiente e decidiram correr sem a recuperação de energia. O site que eu li isso é relativamente confiavel, mas você tem alguma informação nesse sentido?

      • Perdem muito também nas retomadas. A potência elétrica tem sido usada como forma de aumentar a aceleração, provavelmente porque é mais eficiente usar toda essa potência em velocidades mais baixas por conta da resistência do ar. Nos onboards desse ano deu pra perceber que os carros híbridos passam um bom tempo da reta na velocidade máxima, acho que com a Nissan não iria ser diferente. Mas o que eu achei estranho mesmo foi esses carros estarem raspando tanto o assoalho. Tudo bem que praticamente todos os protótipos raspam, mas o Nissan raspa a pista toda.

  • Neste tópico envolvendo a Nissan, chamou-me atenção comentário de um internauta que, in verbis, registrou a seguinte frase: “Essa epidemia de achar que toda marca que entra em um campeonato precisa começar ganhando, ou largando na frente, é o que faz a maioria das marcas ficarem com receio de entrar nos campeonatos”. Epidemia? Aonde? Por enquanto, o único surto que constato é a famosa ‘epidêmia de gripê’ (!) — mas apenas em episódio agorinha mesmo transmitido pela TV. Mas, sério: Tenho para mim que se algum gestor de montadora se deixa levar pelos comentários na internet e/ou textos de jornalistas sérios como o Rodrigo Mattar, o máximo que me passa pela mente é que tal pessoa (gestor de montadora) estará simplesmente demonstrando incompetência do tamanho da montadora na qual trabalha.
    Por outro lado, acho injusto generalizar situações: nem todos os jornalistas “alimentam noção idiota sobre programa de corrida (jogada de markerting, etc)”. O Rodrigo, como POUCOS, faz um Jornalismo sério. Ponto. Aliás, tenho para mim que o dono deste blog procura sempre fornecer uma visão mais real de um mundo que, como todos os outros mundos, é composto por interesses distintos e complexos. Nem sempre, portanto, as situações apresentadas proporcionam conclusões dignas de maior entusiasmo…

  • Os GT-R LM estão correndo com o peso morto do sistema híbrido de 2MJ (planejaram 8MJ) que não está operando.

    Se pensarmos que o carro está virando estes tempos com tração em duas rodas a menos que o planejado e sem potência dos motores elétricos podemos dizer que as velocidades máximas são uma prova que o conceito aerodinâmico do carro funciona e muito bem.

    É nesse contexto que Darren Cox está dizendo estar satisfeito em tomar “apenas” 20 segundos. Porém não sei se ele contava que não atingiria os 110%.

    Caso a Nissan decida continuar bancando a brincadeira, e consigam resolver os gremilins na parte híbrida do motor e câmbio a tempo para o ano que vem, podemos ter uma briga de fato interessante na ponta.

    Para esta edição a expectativa era de que os GT-R fossem brincar de gato e rato com os LMP2 disparando nas retas e perdendo nas curvas. Com a despromoção para fim do grid dos protótipos resta agora saber se vão se misturar com LMP2’s mais lentos ou se vão incomodar os GT’s.

  • Putz Nissan. Acho que está relacionado a acerto e equilíbrio (o carro é revolucionário), mas ficar a 20 segundos do Porsche acho que faltou pilotagem também.
    De qualquer forma, a turma dos LMP1 de motor traseiro ainda mostra ser o protótipo mais competitivo.
    Mas vamos lá, Nissan! Se não der em Le Mans, vamos pra Spa!