Hammer Time

201575141218_Britain F1 GP Auto Ra_Segu (10)_II
Foi divertido: Massa liderou por um bom tempo e o GP da Inglaterra, por conta dessa novidade, foi o melhor do ano todo

RIO DE JANEIRO – Finalmente uma corrida de Fórmula 1 pela qual valeu a pena acordar num domingo de manhã. O GP da Inglaterra, mesmo com a dobradinha – mais uma – da Mercedes-Benz, foi a melhor corrida do ano. A largada fulminante da Williams com Felipe Massa e Valtteri Bottas deu um novo colorido à disputa e pelo menos até quase a metade das 52 voltas, deixou uma nesga de esperança aos torcedores brasileiros e tudo bem mais divertido. Afinal, exceto as Flechas de Prata e a Ferrari, foi a primeira vez que outra equipe liderou em 2015.

Mas a Mercedes tratou de pôr um fim na alegria alheia. Antecipou o pit stop de Lewis Hamilton quando o ritmo de prova dos quatro primeiros, que sumiram do resto, deu a entender que de repente haveria a opção por apenas uma parada para troca de pneus. Quando o inglês voltou à pista, foi rápido o suficiente para superar Massa e Bottas, ganhando a primeira posição e pondo uma ducha de água fria na dobradinha do time do velho Frank.

2015751412514_Britain F1 GP Auto Ra_Segu (11)_II
Lewis Hamilton comemora sua terceira vitória no GP da Inglaterra. Nas outras duas, em 2008 e 2014, o piloto foi campeão ao fim do ano…

Aí entra em jogo uma questão que incomoda: a estratégia e a decisão de manter Bottas atrás do brasileiro. Teria sido a decisão correta? O finlandês estava rápido, é um fato, mas JAMAIS conseguiu se aproximar efetivamente para concretizar uma ultrapassagem. Massa teve muito mérito em se manter líder, mas teria sido muito melhor para o piloto brasileiro se a liderança permanecesse em suas mãos após a primeira parada. Hamilton e a Mercedes arriscaram e se deram muito bem, verdade seja dita. E o inglês quebrou, assim, um recorde que já durava 45 anos: ele tornou-se o primeiro piloto da história da categoria a liderar em 18 corridas consecutivas, superando a marca de Jackie Stewart, líder em 17 GPs seguidos entre as provas dos EUA em 1968 e da Bélgica em 1970.

Voltemos ao que aconteceu no domingo…

Talvez o erro crucial tenha vindo do próprio Massa, quando a pista começou a ficar impraticável para os slicks em razão da chuva que caía em Silverstone e tornou necessário o uso dos intermediários. Os Mercedes são melhores, têm melhor pressão aerodinâmica que o FW37 da Williams, mas isso não é desculpa. Um piloto precisa ter uma leitura melhor das condições da pista, o que torna evidente o erro do brasileiro em não entrar antes nos pits do que Sebastian Vettel, que não tinha nada a perder e estava quase 12 segundos atrás de Felipe quando foi aos boxes trocar os pneus de seco pelos intermediários. Só na decisão de ficar na pista, Massa perdeu o tempo suficiente para perder o pódio que era seu, por mérito.

Com isso, Vettel salvou o dia da Ferrari, que teve um ritmo medíocre no início da corrida. Inclusive o próprio alemão chegou a andar próximo do 10º lugar e atrás até da Sauber de Marcus Ericsson. Outro destaque positivo foi a atuação de Nico Hülkenberg no início, mas o piloto da Force India também ficou para trás e cruzou em 7º lugar, atrás de Daniil Kvyat, outro que teve bom desempenho no GP da Inglaterra.

E mesmo numa corrida das mais atribuladas, com direito a uma colisão quádrupla envolvendo as duas Lotus e a McLaren de Jenson Button, que trouxe à pista um maroto Safety Car logo no início, Fernando Alonso pôs fim à zica e conquistou um solitário pontinho com sua McLaren. O espanhol fez três pit stops – sendo o primeiro para trocar o bico de seu carro. Acabou ajudado pelos problemas enfrentados por Ericsson no fim da disputa e pelos vários abandonos, para enfim sair do zero.

A situação de Alonso até lembra a de um grande campeão do mundo às voltas com problemas em seu equipamento. Nelson Piquet, então com dois títulos mundiais, passou as primeiras provas de 1985 sem marcar nenhum ponto. Só cravaria um, pela primeira vez, na difícil pista de rua de Detroit – e num tempo em que só os seis primeiros pontuavam. Na corrida seguinte, em Paul Ricard, Nelson venceu, algo que está absolutamente distante de qualquer pretensão de Don Fernando de las Asturias. O importante era terminar com a incômoda situação que o piloto enfrentava, erguer a cabeça e seguir em frente buscando melhorar no GP da Hungria, o último antes das férias de verão da Fórmula 1.

Comentários

  • Williams esta tanto tempo fora do bloco da frente e quando está nao aproveita…deveria ter cedido a ponta ao finlandes que iria disparar na frente e teria com certeza no minimo um podium……

  • Massa fez uma excelente largada e conseguiu segurar as pontas até a primeira parada. Agora, achar que eles conseguiriam segurar as Mercedes… Era uma questão de paciência até o bote. Como se sabe, a “nova” fórmula 1 é contra quem se arrisca punindo-o com desgaste prematuro do composto deixando o apressado a merce do rival que vem logo atrás.
    Também acho que o Bottas abriria bastante se ultrapassasse o Massa, mas deu para ver que ele não iria conseguir fazer isso, pois tentou e não deu certo.
    Achei feio o brasileiro culpar a equipe pelo erro na estratégia. Piloto com sua experiência deveria muito bem saber o que está certo e o que está errado. Jogo a o carro para dentro do pitlane e pelo rádio “box! box! box!” a equipe não iria se negar a trocar seus compostos.
    Já outro piloto que faz o que quer… Raikkonen antecipou demais e ficou andando no seco com intermediários. Difícil acreditar que um piloto com um baita bagagem esteja cometendo tantos erros. Parece que o Kimi da primeira era McLata nunca saiu de lá. Será uma pena se ele deixar a categoria no fim do ano e, pelas pesquisas, será também uma perda para F1.

    • Meu caro Marchi ,dois pesos e duas medidas ? Se o Kimi errou (tá mais para aposta errada) o queridinho da Pachecada e RGT também ,pois ele está desde 2002 na F1 (treze temporadas) e continua a se comportar como um estreante titubeante em situações adversas ,sem moral ou determinação para tomar decisões, e sempre fica na mão com as estratégias equivocadas da equipe . Sê até hoje não aprendeu a tomar suas próprias decisões é seguro que até o final de suas carreira jamais tomara

      • Não me entenda mal. Uma coisa é elogiar e ressaltar o tempo de experiência do piloto brasileiro. Outra é acreditar que ele ainda tem algo para mostrar como piloto na F1.
        Eu sou fã incondicional do Kimi pelo que ele fez em sua passagem pela Mclaren. Veio para Ferrari e casou minha torcida. Foi campeão pela escuderia que torço sem convencer muito. Depois… o que houve? Não era o mesmo Raikkonen da McLaren e não é o mesmo Raikkonen da Lotus. O macacão vermelho não faz bem para o finlandês infelizmente.

  • Sabem o que realmente não me desce?

    Não é o fato de esse ou aquele não deixar o outro passar…Mas peloamordedeus!!!! Como que pode uma equipe que almeja a ponta trabalhar nos boxes daquele jeito????? 3s8 e 3s4 isso é tempo d parada que se preze??? A verdade é uma só: historicamente a Williams sempre foi bizonha em estratégia e em parada nos box! Impressionante como não se toca e melhora esse setor!!

  • Comentários precisos, Rodrigo.

    Eu não acho que, como alguns estão dizendo, o Kimi errou. Acho que ele apostou que a chuva iria chegar em 1/5 volta. E se chega, ela com certeza ganharia a corrida.

    Também concordo que o Massa poderia, ele mesmo, ter solicitado sua troca de pneus. É complicado ver que nessas horas o piloto esta totalmente amarrado ás decisões da equipe.

    abraço,
    Arthur

  • Apareceu uma dúvida: depois do safety car, poderia o Hamilton ultrapassar o Massa depois da saída do safety car e antes da linha de largada/chegada???