Loucura em Putrajaya

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Com a vitória na Malásia, Lucas Di Grassi é o líder da temporada 2015/2016 da Fórmula E

RIO DE JANEIRO – Teve de tudo no segundo ePrix da temporada 2015/2016 da Fórmula E, disputado na mesma Malásia da prova da Asian Le Mans Series deste fim de semana. A pista de rua de Putrajaya (uma das que mais me agradou no primeiro campeonato) foi palco de uma das mais loucas corridas da curta história da categoria dos carros elétricos.

Por causa do forte calor e da alta umidade daquele país, os trens de força e as baterias de vários carros entraram em colapso. Os pilotos se viram parados definitivamente ou de forma momentânea, como aconteceu – duas vezes – ao português Antônio Félix da Costa e uma ao pole position e líder absoluto da corrida até a troca de carro, o suíço Sébastien Buemi.

O piloto da e-Dams também enfrentou problemas com o gerenciamento de energia, assim como seu parceiro Nicolas Prost. Os dois pararam cedo demais nos boxes e os problemas técnicos e de estratégia minaram o favoritismo do time gerenciado por Alain Prost e Jean-Paul Driot. Quem tirou partido dessa bagunça toda foi o brasileiro Lucas Di Grassi, que numa corrida fria, calculada e precisa, conquistou sua segunda vitória na categoria e, de quebra, a liderança do campeonato entre os pilotos.

As últimas voltas foram de total loucura. Teve piloto parando no meio do circuito (Loïc Duval), um andando totalmente de lado, parecendo caranguejo (Robin Frijns) e outro perdendo o 2º lugar ao bater no muro (Jerôme d’Ambrosio) na última passagem. E ainda Stéphane Sarrazin, que teve problemas no alinhamento, largou de último (sua posição original no grid era na primeira fila, ao lado do pole Buemi) e chegou em quarto, atrás de Sam Bird e do valoroso Frijns.

Bruno Senna fez igualmente uma corrida de recuperação após seu carro morrer do nada após uma relargada e cair para 16º. O piloto da Mahindra conquistou várias posições com ultrapassagens e os problemas dos adversários para chegar em quinto. Nelsinho Piquet, atual campeão da Fórmula E, continua às voltas com os problemas técnicos da China Racing. Mesmo assim, beneficiado pelo FanBoost e pela incrível capacidade que tem para gerenciar o consumo de energia do seu bólido, chegou a liderar antes da troca de carro. Depois, por conta dos azares alheios, salvou quatro pontos e terminou em oitavo.

A classificação do campeonato, que continua em dezembro com a etapa de Punta del Este, no Uruguai, está assim:

1. Lucas Di Grassi – 43 pontos
2. Sébastien Buemi – 35
3. Sam Bird – 24
4. Nick Heidfeld – 17
5. Robin Frijns – 16
6. Stéphane Sarrazin – 14
7. Loïc Duval – 12
8. Bruno Senna e Jerôme d’Ambrosio – 10
10. Oliver Turvey e Antônio Félix da Costa – 8
12. Daniel Abt – 6
13. Nathanaël Berthon e Nelsinho Piquet – 4
15. Nicolas Prost – 1

Comentários

  • Respeito os que apreciam, mas não dá pra levar a sério essa categoria após o fiasco apresentado nas ruas malaias. E corrida de carros sem o ronco dos motores, não é automobilismo.

    • Ainda está bem crua a tecnologia para esses carros sim, mas vejo isso como algo positivo, diverte as corridas, assim como as quebras ocorriam aos borbotões na f1 do passado. Essa categoria tem muito futuro ainda,

    • Então não é possível que surdos possam ser fãs de automobilismo? Se barulho no esporte fosse importante, futebol nunca seria o maior esporte do mundo.

    • Na minha opinião ,se carros tiverem desempenho iguais não é competição automobilística e sim de homens (seres humanos) usando automóveis e não produz desenvolvimento algum a nova modalidade de propulsores . Na minha opinião ,seria uma competição inócua ,só dedicada ao entretenimento e não ao desenvolvimento .

    • Nesta segunda temporada, cada equipe pode utilizar um trem-de-força próprio ou comprado. Trem-de-força é o conjunto formado por transmissão, câmbio e motor elétrico, estendendo-se também à suspensão traseira.