Na corda bamba

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A última largada do GP do Brasil? Esperamos que não…

RIO DE JANEIRO – Preocupante: como se não bastasse a ausência de uma referência dentro das pistas, o Brasil pode perder sua corrida de Fórmula 1.

O Grande Prêmio, em matéria assinada pelo Victor Martins, apurou que a organização tem problemas para equilibrar receita com despesa e as contas vêm fechando no vermelho. Pouco surpreendente: o modelo de gestão está defasado e, como sempre, o governo federal não move uma palha para viabilizar qualquer apoio por parte do Ministério do Esporte e tampouco do Turismo. Os ineptos que ocupam ambas as pastas não devem se ligar que o automobilismo – e principalmente um evento como este, que aliás é hoje o único que o país organiza a nível internacional na modalidade – gera receita.

E isso também é efeito da sanha por organizar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos em tão pouco espaço de tempo. “O país investiu pesadamente na Copa do Mundo, e o custo de apenas um estádio bancaria o GP do Brasil por dezenas de anos — e ainda sobraria para desenvolver nosso automobilismo nacional, que está praticamente morto. Quanto os jogos do Rio, acho que não tem o que comentar”, encerrou o húngaro Tamas Rohonyi, organizador da corrida.

Além de dar um prejuízo que já atingiu R$ 100 milhões, o GP do Brasil está teoricamente mantido por contrato até 2020, mediante o acordo costurado entre a prefeitura de São Paulo, os organizadores e a FOM. Em caso de cancelamento da corrida, será paga uma multa para Bernie Ecclestone, o dono do negócio.

Leitores, comentem!

Comentários

  • Se São Paulo, deixar de realizar o GP do Brasil de F1, será como fechar a tampa do caixão do automobilismo brasileiro. Já deixamos de ter etapas da Moto GP, WTCC, Indy e WEC, e não há mais investimento no automobilismo nacional. Para um fã de esporte a motor como eu, uma notícia dessa é de cortar o coração.
    Rodrigo, vc citou no texto, sobre os altos investimentos que foram feitos para a Copa do Mundo aqui no Brasil, de uma olhada nesta notícia sobre um dos estádios que foram construídos para a Copa. Garanto que o parque olímpico do Rio, terá o mesmo destino, depois de realizar as Olimpíadas.

    http://globoesporte.globo.com/am/noticia/2015/11/sem-manutencao-estado-do-gramado-da-arena-da-am-piora-com-infestacao.html

  • Acredito que até 2020 não corremos riscos… mas infelizmente a chance de estarmos numa contagem regressiva é grande!
    Esperar que os políticos entendam o quão grande é o evento e como pode ser bem trabalhado, é impossível. Também creio que há um erro histórico na “divulgação do produto”. Apostou-se no “brasileiro vencedor” e não na Fórmula 1 em si.

  • Esse é o retrato inapagável da incompetência do governo federal que, com apenas duas tacadas, está enterrando o automobilismo brasileiro. é vexatório fazer um comparativo do Brasil de um passado recente para o Brasil de hoje, quando o assunto é automobilismo. Tentar realizar eventos do porte da copa do mundo e das olimpíadas sem ter condições estruturais e financeiras para tanto e, mais que isso, fazer que segmentos como o automobilismo sofra as consequências, é prova de uma incompetência nunca antes vistas por nossas autoridades públicas. Que diga Jacarepaguá…

  • Eu considero que os governos municipal e federal já fazem sua parte em Interlagos, pois o autódromo é mantido em funcionamento e as obras exigidas pela FIA para a F1 são sempre feitas, bem ou mal, mas são feitas. O evento é particular (A F1), e se a conta do evento não fecha, é porque a venda de patrocínio ou espaços no evento (não entendo de organização de corridas) não estão cobrindo as despesas. Acho que a Globo, que é “dona” do evento, tem gente capacitada para gerí-lo, mas se não consegue, o que nos resta é ficar sem GP no Brasil, assim como o Emerson era o organizador do WEC, e deu no que deu.

  • Só Pedro Piquet pode salvar a F1 no Brasil? Pois não sendo futebol, só ídolos atraem a atenção da mídia/massa para outros esportes.

    Estou por fora de outros brasileiro que tenham talento e um suporte para chegar forte a categoria.

  • Quanto à escolha da copa do mundo e das olimpíadas em detrimento do GP de F1, concordo com você.

    Porém, em relação à falta de apoio (leia-se dinheiro) do governo federal para a realização da prova, penso que não se deve investir um centavo na corrida, assim como penso o mesmo dos eventos já mencionados.

    O governo deveria investir no esporte de base, já na escola pública, para que a profissão de esportista se torne viável em maior escala no Brasil, aí sim gerando a receita que interessa: crescimento econômico com distribuição de renda.
    Inclusive no automobilismo, se for pra dar apoio, que seja na formação de pilotos, e não na categoria top.

    O equipamento público está aí para a iniciativa privada utilizar, se não está dando lucro o problema e risco são de quem organizou o evento.
    Capitalismo assim é fácil, na hora do lucro defende-se o Estado mínimo, quando dá prejuízo, apela-se à viúva, pedindo apoio estatal.

    Enfim, o País tem uma lista infinita de assuntos mais importantes para tratar. Se não trata como deveria, é outro problema.

    Admiro muito seu trabalho, mas ouso discordar dessa vez, somente em relação à queixa de falta de apoio do governo federal,

    Abraço!

  • Pior que perder a F1, é o destino de Interlagos. Haverá uma especulação imobiliária muito forte e, com os governantes que temos, não duvido que em menos de 5 anos o autódromo tenha o mesmo destino de Jacarepaguá.

  • Na boa, F1 é um evento privado. porque o Governo Federal tem alocar o escassos recursos nesse evento e não em uma universidade ou hospital? O autódromo é municipal, todos os anos a PMSP aloca milhões de reais para mante-lo nos padrões da F1. Esse mega reforma está em curso em Interlagos conta com verbas da PMSP e do Governo Federal.
    Sou grande fã de corridas mas temos que ser realista, automobilismo é o esporte mais elitista que há, pois correr custa muito caro. Se esse evento, que é privado, não está dando o retorno necessário, que se busque renegociar os contratos, potencializar receitas, mas tudo no âmbito privado. Se nada disso der certo que se encerre a realização, Isso é capitalismo.
    Só uma pitada de polemica…esses mesmos empresários que pedem alguns milhões dos orçamentos públicos para seus eventos privados não seriam os mesmos que se posicionam contra os bolsas família da vida, hein??