Ron Tauranac, 90

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Nonagenário: à direita da foto, Ron Tauranac é uma das figuras mais importantes da história da engenharia no automobilismo em todos os tempos

RIO DE JANEIRO – Mestre Ricardo Divila mandou e-mail hoje e o blog homenageia uma figura importantíssima da história do automobilismo que completou 90 anos (como deixei passar isso?) em janeiro deste ano: o britânico Ron Tauranac.

Para quem não sabe, já que ele está afastado do esporte há algum tempo, Tauranac foi cofundador da Motor Racing Developments (a.k.a. Brabham), ao lado de Jack Brabham, que seria tricampeão mundial de F1 e até hoje o único piloto-construtor campeão da história da categoria. A parceria profícua durou até 1971, quando Jack aposentou-se e Tauranac vendeu a equipe para Bernie Ecclestone.

Mas não ficou longe da categoria, prestando assessoria no projeto do Politoys, que pouco foi visto e desenhando o Trojan que disputou parcialmente a temporada de 1974, antes de iniciar, no ano seguinte, a trajetória vitoriosa de sua Ralt Cars, com carros de Fórmula 3 e Fórmula 2. Sua empresa chegou a produzir quase uma centena de monopostos, abordando também a Fórmula Atlantic e a Super Vê dos EUA.

Muitos brasileiros tiveram sucesso a bordo de seus carros, especialmente dois campeões do mundo: Nelson Pìquet e Ayrton Senna, além de Maurício Gugelmin. Na F3 Sul-Americana, o Ralt foi um dos chassis que teve bastante popularidade, principalmente entre 1989 e 1998. Mesmo defasados, os modelos RT34 construídos em 1990 ainda tinham vida útil por estas plagas. Affonso Giaffone Netto, Marcos Gueiros e Fernando Croceri ganharam titulos continentais com os chassis Ralt – que a partir de 1988 passaram a ser de propriedade da March, que comprara de Tauranac sua griffe por mais de 1,2 milhão de libras.

Na F2, Roberto Pupo Moreno também se destacou com os Ralt Honda, que dominaram a categoria entre 1982 e 1984. Já na F3000, após um belo primeiro ano, os Ralt foram superados em termos de competitividade pelos Lola e Reynard, que acabaram se estabelecendo como os principais construtores daquele certame.

O engenheiro nascido em Gillingham e hoje radicado na Austrália está aposentado. Mas certamente o automobilismo, um dia, lhe renderá as merecidas homenagens – por tudo que fez pelo esporte ao longo de mais de meio século de envolvimento com ele.

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