Direto do túnel do tempo (301)

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RIO DE JANEIRO – Na última quinta-feira, a Renault anunciou sua volta à F1 como equipe, após fechar um acordo para deter o controle da Lotus – que ironicamente a sucedera como escuderia quando os franceses caíram fora da categoria novamente, como já acontecera nos anos 80 e 90. Então, para celebrar o regresso da Régie, o blog relembra o primeiro carro do construtor francês na categoria máxima.

O bólido da foto é o RS01, o primeiro F1 a ter motor turbocomprimido (é bom lembrar que houve motores com compressor nos anos 50), explorando um conceito de ganho de potência usando os gases do escape, que eram reaproveitados. O coordenador do projeto, que levou quase dois anos para ser desenvolvido, foi François Castaing. A ele devemos a honra de ter conhecido o “Laboratoire Roulant EE01”, um carro-mula usado para ensaios e o motor Renault Gordini V6 Turbo com 1,5 litro de capacidade cúbica.

Pelos seus vastos conhecimentos de engenharia e mecânica, o piloto Jean-Pierre Jabouille – campeão europeu de F2 em 1976 – foi o escolhido para conduzir o carro em sua estreia, no circuito britânico de Silverstone. Pelo fato de ser o GP da Inglaterra, diversas equipes locais se inscreveram, o que provocou uma pororoca de carros: eram 36 bólidos inscritos para 30 vagas nos treinos oficiais. A Renault não pertencia à Associação dos Construtores da F1 e Bernie Ecclestone interveio para que os franceses não passassem pela degola do primeiro treino. Imaginem se o RS01 tivesse problemas logo na estreia e acabasse fora dos treinos oficiais?

Certo é que o Renault Turbo foi direto para a qualificação e ficou em 21º lugar num grid de 26 carros, superando apenas o Copersucar F5 de Emerson Fittipaldi, o Surtees TS19 de Vern Schuppan, os March 761 de Ian Scheckter e Patrick Neve, além do Shadow DN8 do italiano Riccardo Patrese. Emerson, aliás, andou à frente do Renault Turbo no início e quando Jabouille o passou, o bicampeão seguiu-o. Os dois estavam respectivamente em 16º e 17ºna altura da décima-primeira volta, quando o RS01 apresentou os primeiros problemas. O carro amarelo ainda voltaria à pista em último, mas o turbo quebrou cinco passagens depois e a Renault teve que desistir prematuramente em sua estreia.

Os primeiros anos do projeto Renault Turbo foram complicados. Jabouille, inclusive, sequer se classificou para o GP do Canadá naquele mesmo ano de 1977. Mas após a vitória nas 24h de Le Mans com Didier Pironi e Jean-Pierre Jaussaud, com o sentimento de dever cumprido, a Régie investiu pesado no programa de F1 e a história todo mundo já conhece.

Há 38 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Nas duas passagens pela F1 a Renault montou ótimos carros em várias temporadas!! A julgar pela competência, essa terceira passagem não será diferente!!