60 carros: Le Mans com uma lista pra ninguém botar defeito
RIO DE JANEIRO – A ideia era para ser posta em prática em 2017, mas o ACO não deixou por menos e anunciou hoje, antes da confirmação dos inscritos: as 24h de Le Mans, que correrão neste ano sob o lema “Unique, Magique, Mythique”, terão nada menos que SESSENTA carros compondo o grid da mais tradicional prova de Endurance do planeta.
E o comitê de seleção quebrou a cabeça para montar o grid deste ano, cheio de grandes atrações. Além dos 32 carros fixos do WEC e do Garage 56 para o piloto Fréderic Sausset, que corre com próteses nas pernas e braços, o ACO teria grande possibilidade de cometer injustiças (como de fato cometeu) ao preencher as 27 vagas restantes de titulares, sem esquecer dos convites automáticos – três deles, inclusive, não foram utilizados: Team LNT, Marc VDS e SMP Racing não vão competir nas categorias às quais tinham sido indicados pela entidade.
Apesar disso, o grid é sensacional, em que pese o baixo número de protótipos LMP1 – nove, o mesmo do WEC. Mas há 22 LMP2 – sem contar o Garage 56, que é um protótipo Morgan EVO com motor Nissan – nada menos que catorze LMGTE-PRO e quinze LMGTE-AM, fechando assim o lote de sessenta inscritos.
Na LMP1, a Porsche volta a usar o número #1 em Sarthe, algo que não acontecia há décadas. A novidade é a Toyota vindo com seu TS050 Hybrid e numerais #5 e #6 para os dois bólidos nipônicos. Como já dito no post sobre o WEC, Rebellion e ByKolles vão para a prova usando pneus Dunlop em substituição aos franceses Michelin.
A extensa lista de entradas da LMP2 tem além dos 10 carros do Mundial, outros doze competidores e dezenas de novidades. Entre elas, a Michael Shank Racing, que vai disputar as 24h de Le Mans pela primeira vez, trazendo mais um brasileiro para a festa: Oswaldo Negri, aos 51 anos de idade, fará sua primeira aparição numa das provas mais icônicas do esporte, junto ao parceiro John Pew e a Laurens Vanthoor. Curiosamente, o carro que será usado pela MSR é o mesmo que venceu as 24h de Daytona com a Tequila Patrón ESM, semana passada.
Quatro outros times aparecem pela primeira vez em Le Mans: as francesas SO24! by Lombard Racing e Panis-Barthez Competition, que disputarão o ELMS, a equipe de David Cheng e a Manor Endurance – estas duas últimas pertencentes ao WEC. Campeã da prova no ano passado, a KCMG não vai disputar o Mundial na LMP2, mas honrou o convite e inscreveu seu Oreca 05 Nissan.
Entre os chassis, veremos oito Ligier JS P2, cinco Oreca 05 (além de dois Alpine A460B, que são o mesmo carro), dois BR01, outros dois Gibson 015S e mais dois Oreca 03R, além de um Morgan EVO. Portanto, serão dezessete LMP2 Coupé – fechados – contra cinco Spyder – abertos. A Nissan dá uma surra na Judd e na Honda: são 19 motores equipando os carros desta divisão, contra dois da Judd e um solitário Honda – justamente da Michael Shank Racing.
A classe LMGTE-PRO verá um confronto histórico entre Porsche, Ferrari, Aston Martin, Corvette e Ford. Esta última, em total ataque, com nada menos que quatro dos novos Ford GT – os dois do IMSA Weather Tech SportsCar Championship e os outros dois do WEC. Aliás, os ianques vêm com força, pois além da Ford a divisão terá a Corvette Racing – em defesa do título do ano passado – e a saudada volta da Risi Competizione a Sarthe.
Não obstante, a Porsche também honra o convite cativo do ACO por conta do título mundial da classe LMGTE-PRO e vai não apenas com um, mas com dois 991 RSR inscritos pela equipe que representa a marca de Weissach nos EUA.
À exceção da Ford, as demais marcas presentes na divisão principal de Grã-Turismo se enfrentarão na LMGTE-AM, para modelos com um ano ou mais de uso. Além dos seis inscritos fixos do WEC, a categoria terá outros oito carros, com algumas boas surpresas. O Team AAI de Taiwan terá um segundo Corvette C7-R alinhado em parceria com a Prospeed da Bélgica. Serão vistos também três Aston Martin, com a adição de um carro extra do time oficial e o bólido da TDS Racing. Outros times estreantes em Sarthe serão a Formula Racing da Dinamarca e a Clearwater Racing de Cingapura, ambas com Ferrari F458 Italia GTE e assistência direta da AF Corse.
Além dos 60 carros titulares, o ACO selecionou outros 10 bólidos para a lista de suplências e aí ocorreram alguns escândalos. O primeiro deles, na minha opinião, foi excluir o Dodge Viper da Riley Motorsport não só da lista oficial como de um posto mais avançado entre os reservas. A “Víbora” é apenas o sétimo carro entre os possíveis suplentes em caso de forfait. Também a Courage não foi aceita como equipe fixa, mesmo com toda a história de Yves Courage e sua equipe em Sarthe: ficaram apenas em quarto na suplência, que apresenta seis protótipos LMP2 e quatro LMGTE-AM.
A lista oficial das 24h de Le Mans 2016, com titulares e suplentes, está aqui.
O único * nessa lista e justamente com o Viper, impressionante o numero de carros
essa corrida tem tudo para ser incrível, mas se sou a Porsche abdico do numero 1 e correria com o 17 – 18 como ano passado, pois é o numero que tem a marca da Porsche em Le Mans apesar do ganhador do ano passado ser o #19.
No mais só digo uma coisa Cholem mais … cholem mais alto …. porque aqui do fim do GRID não dá para ouvir
Já que os DPs atuais estão com os dias contados, bem que poderiam ter aberto uma exceção e convidado alguém da IMSA, para a despedida.
DP? Em Le Mans? Todos estão fora do regulamento.
O que digo é que é ano de despedida e vem os DPI, com “chancela” ACO/WEC, e por “cortesia”, como acontece na G.56 (que também não estão no regulamento), poderiam ter aberto a exceção.
Gracias e parabéns pelo blog.
Discordo de novo. O Garage 56 é para novos conceitos e tecnologias. Logo, não vejo motivo para encaixar os DPs, já que são protótipos mais espartanos que os LMP2. Só tem potência e resistência. De resto…
Mermão DP em Le Mans? Não combina. Se é pra sonhar e alto queria ver LaFerrari FXX K VS McLaren P1GTR nas garagens 57 e 58 com mais de 1000cv cada.
O ACO também não permitiria esses supercarros. Esqueça, Isídio.
LMP2 e que não combina com Daytona e tá de boa, até ganharam este ano.
Grid grande e bonito, mas tbm fiquei chateado pela exclusão da Courage e e do Viper. A única explicação razoavelmente lógica que vejo para isso, o que não quer dizer que concordo com ela, seria o fato do time francês não ter competido oficialmente em nenhum campeonato com chancela ACO no ano passado, e o Viper, embora pertencente a uma equipe regular da IMSA, organização parceira da mesma ACO, não ter competido oficialmente entre os LMGTE em nenhum campeonato do ano passado.
Essa prova promete ser eletrizante em todas as categorias, Por outro lado é uma pena que Audi e Porsche, vão abrir mão de alinhar 3 carros, assim a disputa seria mais acirrada.
O preço dos carros novos está alto demais aqui.