Direto do túnel do tempo (316)

divisao3

RIO DE JANEIRO – Saudade de um tempo que não vivi. Essa foto é do grid da última etapa da Divisão 3 em 1973, no Autódromo de Interlagos – corrida disputada com pista molhada, aliás. Dá pra reconhecer alguns carros aí, fácil fácil. Quem estava no #45 nas cores do Mercantil-Finasa era Antônio Castro Prado. Luiz Pereira Bueno, o inesquecível Peroba, está a bordo do Opala da Hollywood. José Pedro Chateaubriand está noutro Opalão – o de quatro portas – com testeira do Rodão. Nivaldo Trama era o piloto da Interamericana e no Maverick a seu lado, ninguém menos que o “Lobo do Canindé” Camillo Christófaro. Mais atrás, Pedro Victor de Lamare, que correu anos na D-3 com um Opala azul e estava num amarelo – que seria vendido para Edson Yoshikuma quando o PV foi para a Europa após conquistar o título da Classe C.

Lá no fundo, o “Fuca” de Ingo Hoffmann, campeão na Classe A em seu primeiro ano como piloto oficial de competição após ganhar provas de Estreantes e Novatos em 1972, despontando no não menos saudoso Festival do Ronco. Incrivelmente, o Alemão chegou em 3º lugar na classificação geral da última corrida daquele campeonato, atrás de PV de Lamare e de Antônio Castro Prado.

Aliás, coloco aqui o resultado final: 1º Pedro Victor de Lamare (Opala); 2º Antônio Castro Prado (Opala); 3º Ingo Hoffmann (Fusca); 4º Roberto Fannucchi (Fusca); 5º José Pedro Chateaubriand (Opala); 6º Newton Pereira (Chevette); 7º Fausto Dabbur (Fusca); 8º Amadeu Campos (Fusca); 9º Ney Faustini (Fusca); 10º Luís “Lucho” Osório (Fusca)

Há 43 anos, direto do túnel do tempo.

 

Comentários

  • A categoria que traz sentimentos mais parecidos com o da Divisão 3 talvez seja hoje a Endurance do sul do Brasil.

    Torço para que Endurance freqüente outras praças além do Rio Grande.

  • Eu era bandeirinha nesse tempo.
    Corridas de Divisão 3 com chuva eram certeza de (ainda mais) diversão.
    Os carros pequenos, principalmente Fuscas, sobravam no miolo, enquanto
    os grandes (Opalas e Mavericks) voavam sobre os pequenos nas retas.
    Grandes lembranças. Grandes pilotos. Automobilismo por paixão.

    Abrax !!

  • Nesse ano eu tava começando a correr de kart, com meu Cox-Riomar de 125 cc, e o automobilismo no Brasil tinha um monte de categorias legais, bons tempos….
    Esses Opalões da Div. 3 eram uma maravilha; o velho Interlagos, com quase 8 km, um sonho.

      • Fala Rodrigo, na paz?

        Olha, até onde eu sei, o único “Zé do Caixão” bravo igual esse aí, e nessa época, foi de fato do Silvio Montenegro. Mais nenhum outro andou na D3. Belo post, parabéns. Falou o Opalão do Edgard aí, pena. Remete a uma época de ouro da D3, uma categoria que deixou muitas saudades. Bons tempos.

      • Respondendo ao Armando Vieira:
        Acho que o Edgard veio alguns anos depois.
        Lembro-me dele ter surgido ainda na Divisão 1, quando corriam os Opalas e os Mavericks juntos, e o Edgard
        dava show.
        Se não estou enganado, ele só foi para a Divisão 3 alguns anos depois, com Opala da Itacolomy, junto com o Reinaldo Campello.
        Abrax !!

      • Ao Ricardo Talarico

        Fala Ricardo, na paz? Em 1973 o Edgard já andava na D3 com os Opalas. Em 1974 em foi um dos vencedores da prova de inauguração do Autódromo Internacional de Goiânia (era chamado assim na época) com um Opala patrocinado pela Itacolomy-Safra. Tempos ótimos da D3 e do automobilismo brasileiro.

        Abraços

  • O Opala 84 de Pedro Victor havia mudado de azul para amarelo desde as Mil Milhas por causa do patrocinador Eletroradiobráz, que já apoiava no tempo do azul. Na capota tinha spoiler direcionador e aerofólio traseiro novo. Foi tri campeão da Divisão 3 classe C em 1971-72-73. Creio que o VW 4 portas era mesmo do Silvio Montenegro era azul calcinha e a MM através de Marinho era quem fazia o motor. O fusca do Ingo era branco com os 4 paralamas roxos, marca da Jocar de Jozil Garcia que preparava, depois na Brasilia era Giba quem fazia o motor. Essa Brasilia usava câmbio Hewland de monoposto e o H das 5 marchas era invertido por causa do motor traseiro e não entre-eixos como nos fórmulas, tinha de se acostumar nas trocas de marchas.

  • sempre tinha reportagens legais , na quatro rodas e na auto esporte, as fotos quando coloridas dava vontade de recortar e por em um album..
    (era o que eu fazia) gostava de ver o azulao do pedro de lamare.
    puxa que boa esta foto.