Quem sabe, sabe…

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Mais uma vez a turma do Rio Grande do Sul dá aula de como se fazer bem feito: o Endurance Brasil larga para a temporada 2016 com previsão de quase 40 carros no grid em Tarumã

RIO DE JANEIRO – Do alto dos meus trinta e tantos anos acompanhando automobilismo tanto daqui quanto do exterior, confesso que um dos estados do qual mais tenho inveja no quesito “saber fazer o esporte e bem feito” é o Rio Grande do Sul. Principalmente porque eles dão uma aula de como manter o esporte vivo no país a nível regional: há categorias de Fórmula e Turismo, além da Copa Classic (que é tão bacana quanto o Paulista) e, para mim, o que é a cereja do bolo: o Endurance Brasil, com seis etapas.

A primeira delas é também disputada em paralelo com a Copa Brasil da modalidade, o chamado “Festival Brasileiro de Endurance”. O tradicional Autódromo Internacional de Tarumã, um dos mais velozes do país, vai sediar a corrida inaugural da temporada 2016, com 500 km de percurso. As demais provas da Copa Brasil serão em Santa Cruz do Sul (também válida pelo Campeonato Gaúcho), os 500 km de São Paulo e as 500 Milhas de Londrina. Curitiba teria uma prova longa a exemplo do que aconteceu ano passado – evidentemente – se não tivesse sido declarado extinto nos próximos meses.

Desta vez, o Endurance Brasil não correrá no Uruguai: as seis provas do certame serão em Tarumã, Guaporé e Santa Cruz do Sul, com as tradicionais 12h de Tarumã sendo disputadas novamente como evento extracampeonato, em dezembro. Um dos segredos da competição é a diversidade de categorias e a possibilidade de se ver, numa mesma pista, os protótipos nacionais riscando o asfalto das pistas junto a possantes modelos de Grã-Turismo e a incrementados modelos Turismo de fabricação nacional.

A previsão é de mais de 40 carros presentes à disputa, que terá largada às 10h10 de Brasília neste domingo. O grid estará dividido mais uma vez entre as categorias GP1 (a mais competitiva, com protótipos de motor turbo multiválvulas e modelos Grã-Turismo), P2 – dos protótipos com motores 16 válvulas de fabricação nacional, P3 – para protótipos com motores 8 válvulas, GT1 (que abriga os Ferrari Challenge, Porsche GT3 Cup até 2008, modelos GT4, Turismo acima de 2.500 cc e Silhouette), GT2 (dos Maserati Trofeo), TS (Turismo Força Livre com motores até 2,2 litros e monobloco largamente modificado) e T (Turismo até 2,1 litro com motores de 8 e 16 válvulas).

Comentários

  • Rodrigo eu sempre me pergunto qual seria o valor pra trazer um chassis antigo do WEC pra ca, pensou ter uns Morgans, Oreca que devem estar sendo usados em campeonatos regionais na europa em algum campeonato aqui.

    Lembro de em alguns anos terem trazidos prototipos pra Mil Milhas acho que foi o Nelsão ou o Castroneves. Será q o valor não seria melhor ou igual construir algum desses carros do zero, apesar de serem muito mais simples.

    • Fernando, nenhum carro de corrida é barato. Principalmente um protótipo LMP2. “Rolling Chassis”, cada unidade custa € 450 mil. Faça as contas em reais…

  • Rodrigo,

    Boa noite.

    Tchê, quero te agradecer imensamente pela postagem sobre a Endurance com o título ” Quem sabe, sabe,… “. Ainda mais porque tu mencionou a COPA CLASSIC que desde dia o 10 passado assumi a organização desta Categoria.

    Ainda dá tempo de vir pra cá Domingo pra passar o dia ! heheheh

    Mas tem NASCAR em Martinsville… hehheh

    Tchê após esta primeira Etapa vou te mandar o DVD da COPA CLASSIC e da Endurance pra ti curtir.

    Valeu mesmo !

    Grande abraço !

  • As veze acho que a endurance gaucha leva o resto do nosso automobilismo nas costas quando dizem que temos o melhor regional do brasil. Cada ano que passa temos menos carros no marcas e pilotos, onde ja chegaram a alinhar mais de 48 carros. Na primeira etapa desse ano tivemos 19 , sendo que nos principais campeonatos do pais o grid passa de 40, mas mesmo com o grid caindo a anos, ficam colocando culpa na crise. Ai inventaram uma tal de copa 1.4, onde todos os carros andam com motor GM 1.4. Sim, temos gol, clio e etc com motor gm. A logica é: pra que diminuir os custos e melhorar o regulamento do marcas? vamos criar outra categoria, também com grid minguado. Na primeira etapa do regional esse ano não tivemos a formula RS pois só 4 carros se inscreveram.
    E aqui temos uma lei que é: quem não corre não pode opinar. Se tu é um fã que faz churrasco na arquibancada, não pode falar da vergonha que é o nosso regional pois não sabe bosta nenhuma, não é piloto e blablabla.
    Quanto ao autódromo de taruma, continua o mesmo galinheiro de sempre.
    E assim segue o nosso regional, mas é melhor contar isso pra um carioca, pois por aqui não podemos falar mal do melhor automobilismo do mundo

    • Matheus,
      Falando diretamente da Copa 1.4, pude participar de algumas etapas e te digo exatamente o motivo de sua criação: “acabar com a máfia dos preparadores de motores”, que alugavam motores ao custo de uma etapa completa.
      Infelizmente o mundo do automobilismo não é mais dos garagistas, onde qualquer dono de oficina com conhecimento básico, era capaz de montar um carro de corridas.
      Hoje temos médicos, advogados, empresários, etc … sem conhecimento de mecânica, mas que estão lá pelo prazer de pilotar, e acabam na mão de preparadores que cobram o custo de um motor zero como aluguél, não são todos!
      Voltando ao início, a copa 1.4 foi criada como escape para isso, pois é um motor que se encontra facilmente no mercado de peças e em autorizadas, já um motor 1.6 hoje, dependendo do fabricante, só é encontrado em ferro velho, sem procedência, e gasta-se no mínimo 4 dígitos para “reformá-lo”.

      Infelizmente as coisas mudaram desde os anos noventa. Infelizmente.

    • Só para complementar, vou bem direto ao ponto:
      CUSTOS PARA UMA CORRIDA:
      -Inscrição: 900,00 por carro;
      -Pneus: 880,00 (obrigatório dois novos);
      -Álcool: 500,00 (aproximadamente para sábado e domingo)
      *Álcool em dia de corrida chega a custar por litro R$4,50 em alguns autódromos.
      -Preparação de chassis: Aproximadamente R$1.500,00 por corrida.
      -Aluguél de motor: Aproximadamente R$2.500,00 por corrida.

      Fez as contas?
      Estou falando por mim, mas sabemos de pilotos que chegam a gastar mais de 10mil por etapa, em campeonato regional.
      Por menos de 3mil, tu compra um motor 1.4 original e gasta uns 500,00 para adaptá-lo, e só. Fiz 4 etapas sem precisar abrir, metade do campeonato.

      • Acho que me expressei mal falando da copa 1,4. Sim, nao gosto dela por sem motor unico, mas é valido o objetivo de baixar custos. O que eu acho errado é nao conter o custo no marcas, assim dividindo as categorias

      • E aproveitando o assunto sobre a 1,4, naão deveriam estar estudando a possibilidade do marcas andar de motor 1.4? motor de cada montadora no caso

      • Então Matheus,
        Isso foi cogitado no começo, mas existe uma diferença grande entre os fabricantes, o que acarretaria em uma categoria basicamente monomarca.
        Creio que seja muito mais a questão de facilidade em encontrar peças no mercado, já que temos o GM 1.4 na linha Celta, Prisma, Agile, Montana e etc…, no caso do VW por exemplo, os motores 1.4 só eram encontrados nas Kombis modernas, veículo que já saiu de linha. Os demais 1.4 da linha VW seriam os turbos.
        O mesmo argumento ainda é válido para Fiat e Ford, numa proporção diferente. Ford é um carro de preparação cara, e Fiat idem.
        Então usou-se a velha fórmula feijão com arroz para períodos de crise, todos usarem a mesma motorização, sob denominação “motor 1.4”, bem como o brasileiro de marcas usa os motores Ford Duratec sob nome “Berta”.

      • … só mais uma informação para complementar.
        Na copa 1.4, todos os cabeçotes são equalizados por um prestador de serviço neutro. Tu compra o motor e manda o cabeçote para ele fazer a equalização nas medidas do regulamento, o que já complicaria se fossem de marcas e modelos diferentes.
        Os carros da 1.4 usam todos a mesma injeção eletrônica, padrão e travada. Também usam o mesmo escapamento.
        Tudo para baratear e deixar a categoria mais equilibrada.

  • Matheus,

    Bom dia.

    Não entendi se no final do teu comentário tu escreveu ” se tu é um fã que faz churrasco na arquibancada ” foi pra mim.

    Foi pra mim?

    ** Só pra constar, Tarumã e autódromo nenhum é galinheiro. Existem custos e metodologias particulares de cada clube. Falando de modo geral e não direcionado pra tí, quem quiser correr, participar e apoiar, é só aparecer e pagar. Pra quem nunca tá bom, é melhor ficar em casa. **

    ** Sem esquecer que automobilismo é esporte de elite, é caro sim, e é muito foda fazer automobilismo em país de 3° Mundo, onde meia dúzia limpa a bunda com nota de 100 e não está nem aí pra corrida que participa, só quer aparecer e ostentar, enquanto quem gosta mesmo e é apegado, tem orçamento contado pra prestigiar e curtir a paixão. Por isso encontrar a receita mais em conta muitas vezes não agrada e precisa um tempo pra evoluir **

    Falou.

    • Ja vi gente comentando coisa do tipo, que quem ta de fora não pode opinar, Não foi direcionado a ti até pq não te conheço. O ponto onde eu quero chegar é que muita gente que ta envolvida com as categorias só pensam em si, fazem o regulamento pra si, não ligam pro publico. Só querem ganhar um troféu e ta bom, não importando se venceram em um grid de 50 ou 10 carros. Talvez por isso que os autódromos fiquem vazios em dia de corrida

      Abraço

      • … cara, desculpa se o que vou falar aqui soar como egoísta, mas eu piloto para o meu prazer próprio, é o que eu gosto de fazer.
        Se tu é um cara que gosta de jogar futebol, ou tênis, ou basquete por exemplo, tu joga pq tu gosta ou pq tu quer dar show pra quem estiver na arquibancada?
        Tu está correto, as categorias não são criadas para o público, são criadas para os pilotos que participam dela, que viajam para o interior para correr, que viajam até o Uruguai para correr, pelo simples prazer de correr.
        As corridas não são feitas para o público, pois infelizmente automobilismo não é o queridinhos dos brasileiros, principalmente o regional.
        O que realmente falta, é um agrado para quem se desloca até o autódromo para ver as corridas. Um boné, uma camiseta, um souvenir, uma área de convívio, etc….
        Veja a Stock, hoje lota arquibancadas por meio de convites de patrocinadores. A Truck idem, mas em seus HC´s. A Porsche Cup nem abre os portões do autódromo, é um evento fechado para pilotos e familiares.

  • Legal por admitir uma infinidade de carros dos mais variados tipos…e inclusive é o destino dos carrões do nosso finado (por que não assassinado…) campeonato de GT3. Pena que aqui em SP a empresa que administra o autódromo de Interlagos, que não é diretamente a prefeitura (e sim a SPTuris), vê o local cada vez menos para automobilismo nacional/regional e cada vez mais para os lollapalooza da vida…missas e outros eventos que poderiam muito bem ser em outros lugares.

  • O RS tira água de pedra para manter 03 traçados com crise e tudo e grid cheio, tinha o Velopark, mas sei lá, até hoje não entendi o que realmente aconteceu ali…
    Mas, o certo que eles estão de parabéns e continuem com o belo trabalho feito até agora…

  • A corrida de longa duração de ctba, os “800 km de Pinhais” agora serão os 800 km de Cascavel. Em breve o Daniel Procopio deve divulgar mais detalhes…