Com a corda no pescoço

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Cheia de problemas financeiros: a Sauber pode dar adeus à Fórmula 1 e se transformar em Alfa Romeo, concretizando um velho sonho do presidente da Fiat, Sergio Marchionne

RIO DE JANEIRO – Por estar em trânsito (ou seja, a caminho do trabalho vindo de Niterói para o Rio) neste domingo, pouco assisti do GP do Bahrein. Vou tentar ver o tape na íntegra para depois dedicar um post sobre a corrida deste domingo em Sakhir. Mas enquanto eu fuçava algumas coisas nas redes sociais antes da corrida da Nascar em Martinsville, dei de cara com um tuíte que se referia à situação financeira precária da Sauber na Fórmula 1. Muitos me inquiriram, não sabia responder qual era a fonte (li de relance, como iria saber?) mas guardei a história de cabeça e aí mais tarde confirmaram que realmente no Bahrein chegou aos ouvidos da imprensa que o time helvético está com a corda no pescoço. Tanto que comenta-se sobre o risco da Sauber não aparecer em Xangai para a disputa do GP da China.

Depois eu soube que a fonte é a Sky Sports, canal britânico que tem os direitos de transmissão da categoria. Os repórteres falaram abertamente que a chefe de equipe Monisha Kaltenborn nem ficou para a corrida do Bahrein para tratar de assuntos, digamos, urgentes. Esses assuntos se chamam dinheiro – ou falta de. A equipe tem direito à cota fixa da FOM e seus pilotos, o brasileiro Felipe Nasr e o sueco Marcus Ericsson levam alegados € 35 milhões em patrocínio para Hinwil.

Mas as coisas nunca se ajeitaram e nem é preciso apelar para o episódio embaraçoso de Giedo Van der Garde ano passado: a Sauber passou um período sem pagar os salários de seus empregados no começo deste ano. As pendências, contudo, foram regularizadas. E tecnicamente, é bom frisar, a equipe hoje está em situação pior que a novata Haas e, pasmem, até a Manor. Só não vai segurar a lanterna sempre porque seus pilotos são bons e há sempre um Rio Haryanto para salvar a reputação dos suíços.

O que os colegas da imprensa internacional ventilam é o interesse de Sergio Marchionne, presidente do grupo Fiat – que controla a Ferrari, logicamente – em transformar a Sauber na versão nova da Alfa Romeo, que está fora da Fórmula 1 desde 1985, quando seus pilotos eram Eddie Cheever e Riccardo Patrese. Os italianos têm condições de comprar o time e transformá-lo numa espécie de time B de Maranello. Por ser do mesmo grupo, a Ferrari não teria nenhum problema em manter seus motores na futura Alfa – isso, caso o negócio se concretize.

Uma pena: a Sauber teve um passado glorioso nos Esporte-Protótipos – aliás, se a Mercedes-Benz voltou ao automobilismo de competição, deve isso (e muito) a Peter Sauber – chegou à Fórmula 1 com alguma força em 1993, atravessou diversas crises, uma parceria com a BMW (que até rendeu frutos) e o time honrosamente permaneceu de pé após a pior temporada de sua história, em 2014.

Veremos como as coisas se encaminham…

Comentários

  • Se colocar o Zanardi, mesmo com uns mebros faltando, ele acerta essa kuncuba .
    Esse dois rodas dura só servem para mamar na tetas do Dilma.. fora esses pé de breque.. Alfa entrando( o que duvido esse ano)..vai em 4 anos fazer frente para Merça germânica..
    Resumo..
    Troca logo de piloto..esse zé bagué tá passando dos limites….

  • É questão de tempo de que o Grupo FCA ou “alguém” (dizem também que empresários suecos ligados ao piloto Markus Ericsson, também estão na “jogada”) compre a Sauber até a realização do GP da China (se realmente o tal boato for mesmo verdade). Será por isto também que o empresário do Nasr (que é o mesmo do Raikkonen) estava no Bahrain (dizem que raramente ele acompanha os seus pilotos nas corridas), para negociar um “novo” contrato para o piloto brasileiro com os “novos donos” da equipe suíça??

    • Sem falar também da Force India (a Diageo só não comprou a equipe indiana por problemas com outros credores que Vijay Mallia vez ao longo dos anos na gerência da equipe)! Coincidentemente após a Monisha Kaltenborn assumir a equipe; que ano após ano a Sauber não é mais a mesma. Seria este o ponto crucial (e fatal também) para agravar a atual grave crise na Sauber; a tal lista dos 5 pilotos (Sutil, van de Garde, Gutierrez, Nasr e Ericsson) contratados pra 2015?? Foi a partir daí que se agravou (ainda mais) a já crescente crise financeira pela qual a Sauber passa atualmente (ou será apenas isto mais uma coincidência?)!!

  • Vendo de fora, a impressão que dá é que a equipe nunca teve as finanças em ordem depois que Peter Sauber a “comprou” de volta da BMW. É uma pena, pois poucos nomes tem uma historia tão rica no automobilismo de ponta.

  • Uma pena, mas desde que a BMW desfez a parceria, nunca mais foi a mesma, sempre pendurada na falta de dinheiro
    Agora, se vier mesmo a Alfa, acredito que seja só para o ano que vem. No pior dos cenários, a Sauber se retira sem terminar a temporada

  • A nova tendência da F1: ser dominada por montadoras.

    Uma pena a Sauber estar dando adeus a F1, mas foi uma equipe que resistiu, estoicamente, a uma categoria injusta com as equipes independentes.

    Agora, sobre a Alfa Romeo tornar-se equipe B da Ferrari, o que será então da Hass? Até onde se sabe, Haas tem uma forte parceria com a Ferrari (ao menos nessa temporada). Será que vai levar o toco?

    • Acredito que por enquanto a Haas seja parceira da Ferrari até o fim de seu contrato (quantos anos tem este contrato? talvez 3 anos?). Alguns jornalistas americanos suspeitam que a tal mudança “surpresa” de marca na Nascar pela Stewart-Haas (de Chevrolet para Ford) pra 2017 poderia ser um indicio de a Ford também estaria chegando na Haas ao final de seu contrato de parceria com a Ferrari no futuro. Talvez este acordo com a Ford (se a marca americana vier mesmo) seja o caminho para a Haas quando a Alfa Romeo se tornar a equipe B da Ferrari (provavelmente pra 2017, já que a equipe ainda manteria o nome Sauber até o fim deste ano) em 2017 (até o fim de seu acordo com a Ferrari). Mas tudo ainda não passa de muita especulação e só o tempo dirá o que realmente acontecerá.

      • Convenhamos: a Ford já teria que estar preparada para voltar à Fórmula 1, começando o desenvolvimento de um propulsor dentro do novo regulamento. E acho que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa: Gene Haas é parceiro tecnológico da Ferrari, sua empresa de automação faz componentes para a equipe italiana e tenho pra mim que as boas relações entre ambos não serão abaladas por conta de uma opção da equipe na Nascar.

      • O que Rodrigo falou concordo plenamente e assina em embaixo, como a Ferrari e a Haas teriam relações abalados por de troca de montadora na divisão da NASCAR (um campeonato que a Ferrari nem participa, ela ficaria abalada caso, por exemplo, a Dodge( a FCA apesar da separação das empresas ainda é são os donos da Ferrari) oferecesse uma parceria na NASCAR e a Haas declinasse e trocasse pra Ford) .

      • Ué mas a Stewart-Haas não tem os seus motores Chevrolet atualmente preparados pela Hendrick (que é a preparadora oficial da Chevrolet na categoria) na Nascar? “O porquê da mudança repentina agora pra Ford (é isto que os jornalistas americanos pegos de surpresa se questionaram quando oficialmente a Stewart-Haas comunicou a mudança de marca na Nascar, o porquê da mudança se a relação entre as equipes era boas antes!)?”. Não estou dizendo que a Ford agora será a parceira da Haas na F1 no futuro só escrevi o que li lendo alguns sites de automobilismo norte-americano que estranharam a repentina mudança que pegou alguns deles de surpresa quando isto foi oficializado pela equipe na Nascar (daí se especulou neste sites que está mudança de motor na Nascar pela Stewart-Haas poderia ter uma ligação de um possível retorno da Ford pra F1 e tendo a Haas como parceira para este retorno) e vocês sabem (muito bem) que algumas especulações geram boatos que nunca são (com algumas exceções, é claro) realmente concretizados.

      • “…quando da mudança de Chevrolet pra Ford foi oficializado pela equipe na Nascar…”

  • Se for confirmada a compra da Sauber pela Ferrari e dela nascer a Alfa Romeo a situação poderia ser a seguinte:
    Unidade de Potência; Na verdade a unidade de potencia do motor continuaria a ser Ferrari apenas maquiada para Alfa Romeo como a mesma Sauber havia usado o motor Petronas que era um motor Ferrari só que cabeçote era maquiado com o nome PETRONAS , estatal de petróleo malaia que patrocinava a Sauber e hoje é a fornecedora de combustível da Mercedes. O que a Ferrari faria seria a mesma coisa que tanto a Volkswagen como a Ford fizeram na época da Auto Latina usando os propulsores AP (vindo da Volks) e o AE (vindo da Ford) , os propulsores eram iguais só mudava o cabeçote para acomodar o logo de cada uma. Vale lembrar que nas Ferrari atualmente ao invés de trazer um dos patrocinadores masters a Fiat , traz exatamente a Alfa Romeo.
    Staff Técnico : Certamente a Fiat (Alfa + Ferrari) deve levar para a Sauber um staff técnico de peso como o que trabalhou com o falecido Giorgio Pianta quando a Alfa Romeo era imbatível no DTM nos anos 90 e incomodava demais a Mercedes.
    Melhoria do carro. Como Alfa Romeo, certamente a Sauber teria uma enorme evolução já que engenheiros da Ferrari emprestados à Alfa fariam do C35 se aproximar do SF16H com um pacote aerodinamico melhorado e um salto de qualidade poderia ser visto já nas próximas corridas após a confirmação da compra da Sauber pela Ferrari e quem sabe fornecer à Sauber um modelo SF16H pintado como Alfa Romeo para substituir o C35 isso se o regulamento permitir