Sete… e subindo

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Esse Rosberg hein? Está com tudo e não está prosa… (Foto: Getty Images/Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO – Acordei cedo para ver o GP da Rússia de Fórmula 1 e pensei, quando a corrida transcorreu suas 53 voltas e chegou ao fim com mais uma vitória de Nico Rosberg – a sétima do alemão (e subindo) de forma consecutiva – igualando o compatriota Michael Schumacher e o italiano Alberto Ascari, que dominou a categoria no início dos anos 1950, que eu deveria ter seguido meus instintos e continuado na cama após uma noite em ótima companhia.

A categoria vive um momento de previsibilidade. Todo mundo sabe que, em condições normais, a Mercedes é melhor e vencerá sempre, praticamente sem oposição. Hoje foi um tédio: Rosberg dominou do início ao fim. Hamilton chegou onde dava e porque um misterioso problema de pressão de água no motor de seu carro o impediu de ir à frente – ou teria sido um subterfúgio dos germânicos para impedir o “Hammer Time” e a aproximação ao líder e posteriormente vencedor? Mistério…

Momentos de emoção, hoje? Poucos. Se a corrida do ano passado foi muito boa, essa de 2016 ficou devendo. O presidente russo deve ter ficado bem “Putin” com as cagadas do piloto local Daniil Kvyat, que simplesmente tirou Sebastian Vettel do caminho. Mas bem mais “Putin” que o Vladimir, com certeza ficou o Tião, que chamou a mãe do piloto da Red Bull de raspadinha e o pai de careca.

Até o Daniel Ricciardo achou que o companheiro de equipe errou. “Espero que ele peça desculpas”, comentou o risadinha. De fato, Kvyat desceu do pedestal e foi pedir perdão ao piloto da Ferrari. Complicado: como desculpar ou perdoar um cara que lhe tira da corrida na primeira volta e aniquila suas boas chances na disputa?

Sobrou Räikkönen na pista e o finlandês, após o Bahrein, lembrou que na Rússia o álcool é permitido. Por isso, o Iceman perseguiu o pódio e despachou o compatriota Bottas para estourar a champagne. A Williams teve bom ritmo na classificação, mas treino é treino, corrida é corrida: Massa não passou do 5º lugar – pela 21ª vez na carreira.




O resto foi o resto, meus amigos. E no resto, Fernando Alonso mostrou os progressos da McLaren. A equipe britânica, que vive às voltas com um projeto ainda novo e que ainda não atingiu o potencial desejado e esperado, somou pontos com seus dois pilotos – o que não acontecia desde o GP da Hungria ano passado. Além do asturiano num belo 6º lugar, Button foi décimo ao superar perto do fim a Toro Rosso de Carlos Sainz. Mas é evidente a deficiência do motor Honda. O jeito como Alonso era passado por alguns adversários era deprimente.

A Renault conseguiu os primeiros pontinhos do ano graças ao sétimo posto de Kevin Magnussen, à frente da Haas, pontuando pela terceira vez em quatro GPs neste ano. O time estadunidense é 5º no Mundial de Construtores e Romain Grosjean vem em sétimo no Mundial de Pilotos. Sergio Pérez salvou o dia da Force India, já que Hülkenberg se estranhou na largada com alguém e foi batido pela Manor do Rio Haryanto. Aliás, por falar em Manor – e também em Sauber – estas duas equipes são as únicas a não terem pontuado neste ano ainda.

Não é de se estranhar. Embora a Manor tenha evoluído, principalmente com Pascal Wehrlein, falta um algo mais. Já a equipe helvética vem mal. Muito mal. Marcus Ericsson largou da última fila e chegou em 14º, duas posições adiante de Felipe Nasr, que levou um stop & go de cinco segundos por uma infringir uma regra acordada no briefing dos pilotos.

A próxima etapa será o GP da Espanha, em Barcelona. Não sei, honestamente, se vou querer assistir. Espero que a corrida seja bem menos tediosa que a da Rússia, porque se a da China tinha sido legal, aí vem uma prova broxante como a deste domingo…

Comentários

  • Prova bem ruim sim, muito em função da escolha dos pneus, era pista pra se levar o ultramacio e me levam médios…. Aí vira essa coisa sem graça que foi hoje, o que atesta uma coisa, só vamos ter corridas boas quando as três opções de pneus para o fds forem viáveis e produzirem diferentes estratégias, senão…

      • Era algo que eu já imaginava, a F1 deu sorte nas três primeiras etapas pois o supermacio foi usado em pistas aonde até então ele era inédito. Na primeira escolha conservadora, voltamos a programação normal…. Até onde me lembro, na Espanha sempre foi pneu duro e médio, certo? Vamos ver se levando o pneu macio a corrida fica mais animada

  • Da série “coisas que só acontecem na Rússia” o Daniil que não é Riccardo tirou o ótima fase do risadinha e tá fazendo uma lambança na casa da Ferrari. Que coisa!

    É uma pena. Também acho que a escolha dos pneus foi errada. O primeiro setor do circuito é muito bom e foi desperdiçado por falta de agressividade. A curva das bandeiras faz a suspensão do F1 “abrir o bico”. Brigas, somente pela entrada na zona de pontuação. E dá para falar que a Mercedes não está freando o Hamilton e tudo não passa de teoria da conspiração?

    Salve a Red Bull que veio tentar salvar a estética da F1 com o aeroscreen. Ficou interessante.

    De restos… foi apenas Fórmula 1.

  • Estes ciclos de domínio equipe-piloto “longos” demais, que vem acontecendo nos últimos anos , como por exemplo Ferrari 00-04, Red Bull 10-13 e agora se desenhando Mercedes 14-? são realmente muito “desestimulantes”.
    E agora 7×0 para Nico desde o México/15.
    Acompanho F-1 já há um bom tempo e não me recordo de um piloto de ponta como Hamilton, campeão, em um time muito dominante como a Mercedes, ficar sem ganhar tanto tempo.

    • A Mercedes tem um.domínio como nunca se viu antes num período de três temporadas, já são 36 vitórias em 42 corridas desde 2014, e, ao continuar como está, não duvido que façam 53 em 59 até o fim do ano, até pq com a mudança de regulamento a maioria das equipes vai largar o desenvolvimento do carro para focar no próximo ano.