6h de Austin: tripleta do Porsche #1 no WEC

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Mais uma: o trio atual campeão mundial do WEC venceu a terceira seguida e agora Brendon Hartley, Mark Webber e Timo Bernhard ocupam o 4º lugar do campeonato (Foto: FIA WEC)

RIO DE JANEIRO – Um início de campeonato beirando o desastre, com problemas em Spa e Le Mans, afora um acidente aparatoso em Silverstone, não foram capazes de diminuir a vontade do trio campeão mundial do FIA WEC. Brendon Hartley/Mark Webber/Timo Bernhard fizeram as pazes com a vitória – e do lugar mais alto do pódio não têm saído desde Nürburgring. Ganharam no México com autoridade e repetiram a dose ontem no Circuito das Américas, cravando a 3ª vitória consecutiva do trio e a quinta da Porsche em seis provas neste ano.

As 6h de Austin foram dominadas – em grande parte da disputa – pelos dois Audi R18 que monopolizaram a primeira fila do grid. Em ritmo, a Porsche não foi capaz de igualar a rival quatrargólica. E a falta de confiabilidade fez a turma de Dr. Wolfgang Ulrich pagar caro, afora os erros estratégicos: o #8 do brasileiro Lucas Di Grassi, quando tinha Loïc Duval a bordo, apresentou problemas de parte elétrica. O “apagão” fez o francês perder cerca de 40 segundos. Depois, um pit stop executado em bandeira verde – enquanto o #1 aproveitou um período de Virtual Safety Car (VSC) – ajudou a enterrar as chances de vitória.

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Erros de estratégia e falta de confiabilidade custaram a vitória para quem teve o melhor carro na pista: a Audi ainda salvou o 2º lugar com o #8 de Lucas Di Grassi/Loïc Duval/Oliver Jarvis (Foto: Audi Sport/Divulgação)

Não obstante, uma porta solta que motivou um pit stop extra também atrapalhou a recuperação de Lucas Di Grassi, que veio para o volante do carro no turno final. O quarto pódio em seis corridas levou a trinca do #8 à vice-liderança do Mundial com 92,5 pontos – meio ponto apenas à frente de Stéphane Sarrazin/Mike Conway/Kamui Kobayashi.

O carro #7 de Andre Lotterer/Marcel Fässler/Bénoit Tréluyer largou da pole position e acabou prejudicado também pela estratégia de parar em bandeira verde e mais ainda por uma colisão com o Ford GT guiado por Olivier Pla. Tréluyer estava a bordo no momento do acidente e o bólido ficou cerca de 7 minutos nos boxes, eliminando qualquer possibilidade de um bom resultado. A trinca ainda voltou à pista com margem suficiente para concluir a prova em 6º lugar na geral.

A Toyota, que também fez um pit stop a menos que a Audi, conquistou o segundo pódio em sequência com Sarrazin/Conway/Kobayashi. Já o #5 de Anthony Davidson/Sébastien Buemi/Kazuki Nakajima perdeu duas voltas e ficou em quinto, atrás do Porsche #2 de Romain Dumas/Neel Jani/Marc Lieb – que pela terceira prova seguida acabaram no quarto lugar. Com este resultado, a trinca ainda segue na ponta agora com 130 pontos – mas a diferença segue cada vez menor: são 37,5 pontos separando líder e vice-líder do WEC no Mundial de Pilotos, com 78 ainda em jogo. Como diria o filósofo, temos um campeonato!

Entre os LMP1 não oficiais, nenhuma surpresa: vitória da Rebellion Racing, com o #13 terminando em 7º na geral, quatro voltas à frente do CLM P1/01 AER da ByKolles Racing. O resultado deu, enfim, a liderança do campeonato dos pilotos de times particulares a Mathéo Tuscher/Dominik Kraihamer/Alexandre Imperatori, somando agora 125 pontos contra 104 de Nick Heidfeld e Nicolas Prost, que não correm mais na temporada pela equipe helvética que também foi defendida por Nelsinho Piquet até Le Mans.

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“O carro mais traseiro do ano”: assim definiu Bruno Senna o Ligier JS P2 que ele e seus parceiros guiaram no COTA – e mesmo assim, terminaram em 2º na classe LMP2 (Foto: José Mário Dias/Divulgação)

Na LMP2, não houve graça: mais uma vitória da Signatech-Alpine com Gustavo Menezes/Stéphane Richelmi/Nicolas Lapierre – talvez a mais fácil de todas, com uma volta de vantagem para Bruno Senna/Ricardo González/Filipe Albuquerque, no quinto pódio da RGR Sport by Morand em seis corridas. A diferença só aumenta: a trinca líder do WEC na categoria subiu para 156 pontos ao alcançar a pontuação máxima pela primeira vez no ano, enquanto Bruno e seus parceiros somam 115. Não será fácil descontar tamanha desvantagem.

“Acho que erramos algo no acerto. Foi o carro mais traseiro que tivemos na temporada”, afirmou Bruno, admitindo que praticamente só viu o Alpine do time vencedor no grid em que seu Ligier ocupava a terceira posição. “Depois da largada, ele sumiu.” O pódio foi comemorado, mas o caminho que leva ao título ficou um pouco mais longo. “Essa é uma disputa que a gente vai precisar de ter um pouco de sorte para ganhar.”

Após uma sequência de resultados bem ruins na temporada, a G-Drive Racing recuperou-se do último lugar do grid entre os protótipos de sua categoria para terminar num excelente 3º lugar – mesma posição de René Rast e Roman Rusinov no campeonato. Nicolas Minassian/Maurizio Mediani levaram o BR01 Nissan da SMP Racing ao seu melhor resultado no WEC, enquanto Pipo Derani e os parceiros Ryan Dalziel e Chris Cumming não puderam aspirar nada além da 5ª colocação na categoria, 13º lugar na geral.

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Primeira vitória do “Dane Train” no WEC com Nicki Thiim e Marco Sørensen, os novos líderes entre os pilotos de Grã-Turismo (Foto: FIA WEC)

A Aston Martin mostrou ampla superioridade sobre Ford, Porsche e Ferrari na LMGTE-PRO, vencendo com uma tranquilidade e facilidade impressionantes pela segunda vez consecutiva no ano, fazendo o construtor britânico reassumir a liderança após as 6h do México. Marco Sørensen e Nicki Thiim chegaram à primeira vitória do “Dane Train”, que veio de três poles seguidas no ano, com 11″486 de vantagem para Gianmaria Bruni/James Calado. Davide Rigon/Sam Bird perderam uma volta inteira em relação aos rivais, mas conseguiram ainda o último lugar no pódio.

Em seu regresso ao WEC, Fernando Rees salvou o 5º lugar em dupla com Darren Turner, resultado que tirou o britânico da liderança do Mundial de Pilotos das classes LMGTE. Eles terminaram em 20º na geral com 162 voltas completadas.

Na LMGTE-AM, Pedro Lamy/Mathias Lauda/Paul Dalla Lana expurgaram o dissabor do abandono no México para vencer com autoridade no COTA, atingindo a pontuação máxima nesta etapa. A trinca do #98, apesar de uma rodada de Lamy durante a disputa, não foi sequer incomodada e venceu com 1’02″838 de vantagem para Joël Camathias/Wolf Henzler/Christian Ried no Porsche 991 RSR da KCMG. A Larbre Competition beliscou o 3º lugar com o Corvette C7-R guiado por Lars Viljoen/Ricky Taylor/Pierre Ragues.

Com o 6º e último lugar entre os pilotos da classe, após uma prova difícil em Austin, a trinca Emmanuel Collard/Rui Águas/François Perrodo viu a diferença despencar para 33 pontos, deixando o campeonato totalmente em aberto. A 7ª etapa do FIA WEC será no circuito japonês de Fuji, no próximo dia 16 de outubro.

Comentários

  • Inacreditável mais uma vez a sorte da Porsche com o FCY. O fato da Audi sempre ter de parar antes abre uma brecha de um FCY permitir que Porsche ou Toyota antecipe suas paradas e ganhem uma vantagem ridícula. A Audi tinha uma vantagem de 35s que acabou se transformando em uma vantagem de 20s para a trinca do #1. E pior que a direção de prova sempre usa o FCY com qualquer incidente que ocorre.
    No geral, achei bem chatinha essa corrida, disparada a pior da temporada.

  • Algo anormal os contratempos da Audi…e com os dois carros…enquanto isso a trinca do #1 vai subindo e faltando tres provas…ainda dá…