Enquanto isso, na F3 Brasil…

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Até quando a F3 Brasil vai ser tratada como um fardo pela Vicar? Ao espremer cinco categorias no mesmo fim de semana, a meninada dos monopostos é sacrificada, perde espaço e o grid mingua a cada etapa (Foto: Fabio Davini/Vicar)

RIO DE JANEIRO – A única categoria brasileira de monopostos teve no último fim de semana seu ponto mais baixo desde que começou a ser administrada pela Vicar e perdeu o status de certame continental: somente 10 carros alinharam na 4ª rodada dupla que aconteceu no Autódromo José Carlos Pace. As vitórias foram de Guilherme Samaia (primeira dele na categoria principal) e Matheus Iorio, líder absoluto do campeonato com 102 pontos – mais que o dobro do vice-líder Carlos Cunha Filho.

O baixo número de carros é apenas uma das situações preocupantes vividas pelas equipes e pilotos da F3 Brasil, em que pese um dos revelados pela categoria, o gaúcho Matheus Leist, ter ganho no mesmo fim de semana a F3 Inglesa. Não obstante, Vitor Baptista foi campeão da Euroformula Open ano passado. E ainda há Pedro Piquet e Sérgio Sette Câmara no Campeonato Europeu. Ou seja: quatro nomes saídos daqui foram para a Europa e alcançaram relativo sucesso.

A Vicar precisa tratar a Fórmula 3 Brasil com mais carinho – inclusive em seu site oficial, que não tem absolutamente nada alusivo à corrida de Interlagos – exceto as fotos, e olhe lá. Assim como a Copa Petrobras de Marcas, o Mercedes-Benz Grand Challenge e o Campeonato Brasileiro de Turismo, a F3 é um fardo, um rebotalho, já que para os organizadores a Stock Car é a principal categoria.

Os garotos dos monopostos fazem suas provas praticamente incógnitos. Quando não correm no inverossímil horário das 8h da manhã, como tentaram fazer em Santa Cruz do Sul – mais de uma vez, inclusive, acabam “premiados” com uma corrida às 17h, como aconteceu neste domingo. Aliás, monoposto correr ao anoitecer é uma temeridade, já que eles não têm faróis como os Protótipos e Grã-Turismo do FIA WEC, por exemplo.

Não entendo porque a F3 deixou de ser programada para o formato anterior, com uma prova no sábado e outra no domingo. Não sei o que a Vicar tem em mente. As equipes tem que ser ouvidas e principalmente usar os espaços disponíveis – este blog, por exemplo – para ter voz e se manifestar contra essa situação ridícula que temos visto.

Aliás, o grid diminuto provocou uma situação inusitada: com apenas um carro da classe Light inscrito, para Pedro Caland, não houve vencedor na prova #1 da rodada dupla. Calma: o piloto não teve uma quebra. Ele até chegou ao fim da disputa e levaria fácil os 15 pontos do primeiro lugar. Mas acabou desclassificado.

Coisas do combalido automobilismo brasileiro…

Comentários

  • Assino embaixo Rodrigo, estão pisando na bola, essa categoria é a mais rapida da America do Sul, deveria ser tratada como prestigio, e não corrida de fundo.

  • É uma vergonha (diria Boris Casoy).
    Assisti as corridas de domingo. Infelizmente após a Corrida do Milhão houve uma debandada do público. Que cada vez diminuía mais. Só testemunha assistiu a Fórmula Três.
    Meu irmão foi comigo. Após a corrida ele comentou que deve ser desanimador correr para tão pouco público.
    Aqui meu comentário que eu pus no blog do Flávio Gomes sobre o dia de ontem.

    Meu irmão e eu fomos.
    Conseguimos ingresso grátis via Revista Quatro Rodas.
    Alguns problemas que eu aponto:
    1) Depois da Corrida do Milhão o autódromo foi esvaziando. Foi triste ver poucas testemunhas para a segunda corrida da Fórmula Três. Exemplo: a equipe Eurofarma (Ricardo Maurício e Max Wilson) trouxe umas cem pessoas com camiseta e boné. Depois da Stock elas foram embora.
    2) Água a R$ 5,00 e cerveja a R$ 8,00. Precisamos rever os preços ou permitir que as pessoas tragam de casa (principalmente a água). Vendedor autorizado (com colete e preço na geladeirinha).
    3) Aí já é mais subjetivo: um vendedor não autorizado trouxe cerveja de outra marca que acabou agradando mais que a do autorizado.
    4) Falta de divulgação dos ônibus e bolsões de estacionamento. Estacionar perto do autódromo só em estacionamentos muito suspeitos. Ou ter sorte em conseguir uma vaguinha em alguma rua próxima.
    Coisa boa: desfile de carros antigos.

  • Outro comentário que eu deixei no blog do Flavio Gomes:

    O incrível: O Estado de São Paulo só falou da Corrida do Milhão. Nenhuma linha sobre as outras corridas do dia. E olha que a Copa Petrobras teve uma panca bonita na largada lançada.

  • Por algumas razões eu não fui a esta etapa…sou um frequentador do autódromo e conheço bem as deficiências deste evento da Vicar…a começar pela própria cereja do bolo: A “Corrida do Melão”.
    Primeiro: É inaceitável uma corrida tida como a principal e mais aguardada da temporada largar as 10 da manhã…se sujeitar a esse ridículo para ter a transmissão no plim plim…e se considerarmos a soma do tempo do formato atual de duas baterias, com 40 e depois mais 20 min, a principal corrida do ano então é a mais curta, quando deveria ser exatamente o contrário…dai vem as demais corridas, desde as que largam as 8 da manhã ou antes (!!) até uma que larga as 17h com uma grade super espremida…a receita para ninguém ver…tem gente que sequer sabe das demais categorias, tão pífia que é a divulgação.

    Não é de hoje, a Vicar tem se especializado em matar categorias…vide Pick Up Racing (que era bem legal…), Mini Challenge, fora essa que hoje se chama Campeonato Brasileiro de Turismo com essas bolhas horrendas, é exatamente a mesma que já foi Stock Car Ligth, depois Copa Vicar, depois Montana e que ja´está cambaleando também com um grid baixíssimo…

    Por essas e outras sou apenas mais um que deixou de prestigiar este evento e a sorte da Vicar é que a única categoria que a ameaçou seriamente sem fazer muito esforço (o finado GT Brasil…) se autodestruiu por picuinhas entre os promotores na época, mas foi o suficiente para expor o quanto é pequeno este evento em termos de organização e interação com o público…a debandada logo depois da Stock é uma coisa que acontece há uma década e é o melhor retrato disso.

  • Das categorias qe correram no final de semana passada, creio que somente o Brasileiro de Marcas é oportuno e tem futuro pelas varias marcas de fabricantes disputando e entao seria bom ter mais divulgação por ela ser a redenção do automobilismo brasileiro. Quanto à estoquecar, eu ja disse antes, é apenas um clubinho de ricos frustados com um chorão que tem sempre o melhor equipamento graças à intervenção da Globosta. Se tratando da f-3, é preferivel acabar com ela do que deixar minguando assim e cá entre nós, corridas de turismo e gts são bem melhores de visualizar e torcer…

    • Fernando, só acho discutível o Brasileiro de Marcas ter carcaça de vários modelos e motor Berta 2 litros. Mas o Super TC2000 segue a mesma receita, só que com motores Radical V8 derivados de dois blocos de motor de moto (Suzuki Hayabusa), que viram um foguete de 2.770cc e quase 500 cavalos.